domingo, 15 de agosto de 2010
Porque não há Prémio Nobel da Matemática?
Tony Rothman, no livro "Tudo é relativo", acabado de sair na Gradiva, tenta responder a esta questão:
"(...) os matemáticos não têm par na aceitação sem sentido crítico da sua própria mitologia. A melhor demonstração disso deverá ser a velha história do motivo por que não existe um Nobel da Matemática61. Pergunte-se a qualquer matemático ou cientista e a explicação será provavelmente (a menos que a desmontagem continuada da questão lhe tenha posto fim) que Gösta Mittag-Leffler, o principal matemático sueco da altura, quinze anos mais novo que Nobel, tinha tido um caso amoroso com a mulher de Nobel. Furioso, Nobel recusou-se a financiar um prémio da matemática, de modo a garantir que Mittag-Leffler nunca o ganharia. O problema com esta versão da história é que Nobel era uma «pessoa reservada e discreta, que detestava todas as formas de publicidade». E um solteiro inveterado. Por outro lado, um matemático finlandês meu conhecido afirmou uma vez que tinha visitado a casa de Mittag Leffler em Estocolmo e no jardim das traseiras havia um busto da irmã de Nobel... Curiosamente, a historiadora do Prémio Nobel Elisabeth Crawford chega a dar alguma credibilidade a toda a história, conjecturando que Mittag-Leffler, como vingança pela ausência de um prémio de matemática, terá ele próprio espalhado o boato; Nobel fora derrotado na guerra pelo amor de uma mulher e por isso recusara-se a criar o prémio. Talvez. Mittag-Leffler era um bisbilhoteiro malicioso e era óbvio que os dois homens se odiavam."
Tony Rothman
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
O corpo e a mente
Por A. Galopim de Carvalho Eu não quero acreditar que sou velho, mas o espelho, todas as manhãs, diz-me que sim. Quando dou uma aula, ai...
-
Perguntaram-me da revista Visão Júnior: "Porque é que o lume é azul? Gostava mesmo de saber porque, quando a minha mãe está a cozinh...
-
Usa-se muitas vezes a expressão «argumento de autoridade» como sinónimo de «mau argumento de autoridade». Todavia, nem todos os argumentos d...
-
Cap. 43 do livro "Bibliotecas. Uma maratona de pessoas e livros", de Abílio Guimarães, publicado pela Entrefolhos , que vou apr...
5 comentários:
pelos vistos lidou melhor com a desconhecida DINAMITE do que
com o terrível explosivo
que tinha lá em casa
Existe um prêmio matemático, mundialmente conhecido, que só é dado para matemáticos que não tenham mais de 40 anos. Parece que seu nome é "Medalha Fields".
Menos de 40 anos? Que critério triste!
Abraços!
Aldrin Iglésias,
Brasil
Quem não recorda o lente que, no "In illo tempore" e por idêntico motivo, detestava todo e qualquer estudante de apelido Franco? JCN
Esta interrogação é tratada no portal The Nobel Prize Internet Archive, sob o mesmo chapéu do post, onde aparece a indicação de que a Niels Henrik Abel Memorial Fund instituiu o Prémio Abel, pela primeira vez, para trabalhos científicos no campo da Matemática, em 3 de Junho de 2003, no valor aproximado de € 750,000.
O Prémio Abel, é outorgado anualmente, tendo sido contemplados 7 individualidades, cujos nomes figuram, bem como as súmulas dos respectivos trabalhos, na Norwegian Academy of Science and Letters.
Existe ainda, instituída em 1924 pelo Congresso Internacional dos Matemáticos, realizado em Toronto, em 1924, a Fields Medal, concedida de quatro em quatro anos. A explicação do nome Fields concedido ao prémio ali se explica.
Para manter aceso o interesse por este problema, não se perderá muito tempo entrando nestas curiosidades matemáticas, onde a interrogação também se aviva.
Amanhã serão conhecidos os matemáticos agraciados com a Medalha Fields, no Congresso Internacional dos Matemáticos que se realiza este ano na cidade indiana de Hyderbad.
Para além da Fields, serão atribuídos os Prémios Rolf Nevanlinna, Gauss e Chern.
A cerimónia é difundida via Internet em http://www.icm2010.com/livevideo.asp
Américo Tavares
Enviar um comentário