sexta-feira, 5 de junho de 2009
“PODEM SAIR”
Minha crónica no "Público" de hoje, que retoma alguns apontamentos que já aqui deixei neste blogue:
Agora que o tempo de exames está a chegar, a pergunta “Para que servem os exames?” foi colocada pelo Guia do Estudante, distribuído com o Expresso de 29 de Maio, à Doutora Leonor Santos, que é apelidada de "uma das maiores especialistas em avaliação das aprendizagens" e apresentada como coordenadora científica do Mestrado em Desenvolvimento Curricular na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Que resposta dá essa especialista à pergunta? Num estilo socrático (o do pensador grego, não haja confusões), responde com uma outra pergunta: "Os exames têm por função seriar. Mas até que ponto é que essa seriação permite ter alguma confiança?" Conforme o lead resume, a entrevistada "questiona, ponto por ponto, os pressupostos que sustentam a existência de exames, tal como os conhecemos actualmente". Um estudante que consulte o Guia para obter informações sobre os exames e a melhor maneira de os preparar ficará decerto confundido ao ser informado que eles afinal não servem para nada, uma vez que não se pode confiar nos seus resultados. E, se pouca vontade tinha de estudar, fica logo sem nenhuma. Por seu lado, a política ministerial de desvalorizar os exames encontra, vinda de uma autoridade académica, uma sustentação teórica. Imagino que o referido mestrado seja frequentado por técnicos do Ministério da Educação...
O leitor benévolo poderá pensar que, embora da autoria de uma académica, se trata de uma opinião frívola de fim-de-semana. Pois nem isso. O jornalista informa-nos que a entrevistada "sentiu necessidade de impor a si própria que jamais trabalharia ao domingo. E, ao sétimo dia, aproveita para jogar golfe e tentar melhorar o seu actual handicap de 22 pancadas." Para que serve o handicap? Serve para fornecer uma seriação dos jogadores conforme o seu desempenho. Essa seriação permite medir o desenvolvimento realizado e proporciona aos jogadores metas a atingir. Fiquei a pensar se o progresso desportivo que a referida professora justamente ambiciona não terá alguma semelhança com o progresso escolar que os alunos, em geral, perseguem. E também se o treino que é absolutamente necessário para melhorar no desporto, salvaguardadas as devidas diferenças, não será comparável com o estudo que é indispensável para passar num exame.
O Ministério da Educação, com a maioria do seu pessoal formado por uma cartilha pseudo-pedagógica, dá a ideia de que não sabe para que servem os exames. Não existem verdadeiros exames nos primeiros nove anos de escolaridade uma vez que as chamadas provas de aferição não o são (“aferição” é eduquês puro!). Os exames finais do ensino básico, restritos a duas disciplinas e “bué” de fáceis, podem, mesmo assim, ser substituídos pela via das Novas Oportunidades, com a avaliação limitada a uma “história de vida” e, portanto, de uma banalidade escandalosa. E também os exames no final do secundário podem ser substituídos por provas para maiores de 23 anos de acesso ao ensino superior, onde a fasquia é baixa porque algumas instituições, com a corda na garganta, escancaram as portas com provas que de exame só têm o nome. Que haja alunos que ainda estudem alguma coisa não pode deixar de suscitar a nossa admiração.
A herança que a actual equipa do Ministério da Educação vai deixar é bem pesada. O pior de tudo não foi, porém, a continuada desvalorização do conhecimento, e do esforço que é preciso para o adquirir, na ilusão de disfarçar estatísticas que nos envergonham. Foi o apoucamento dos professores, que causou um dano grave na educação que vai levar anos a sarar. Para degradar o papel dos professores o Ministério não se contentou com a Sr.ª D. Margarida Moreira, o Magalhães e a avaliação “simplex”. Também criou o Manual do Aplicador das provas de aferição, que achincalha o corpo docente de uma maneira que ultrapassa o imaginável. Os professores têm de ler aos alunos: “Podem sair”. Como eu compreendo aqueles a quem apetece aplicar essa frase do Manual à equipa que escreveu e divulgou tal documento!
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21 comentários:
Prof. Fiolhais
Percebo perfeitamente que os professores discordem e contestem algumas das medidas tomadas por este Governo, e é um facto que muita coisa há ainda a fazer para melhorar o ensino, o que não admira tal tem sido a balbúrdia neste ministério desde sempre.
Mas, fico com curiosidade de saber qual dos anteriores 30 ministros da educação (penso que foi este o nº que ouvi há dias), fez melhor que esta ministra, já que todos eles foram bastante contestados quer pelos professores, quer pelos alunos. Quando é que, no passado, os alunos foram correctamente avaliados? E, já agora, quem na oposição está em condições de fazer mais e melhor?
guida martins
Há alguns posts atrás, o problema do MAplicador já tinha sido levantado (e bem na minha opinião).
Na altura comentei o seguinte:
«O manual é melhor do que qualquer estatística. Mostra o estado em que estamos.
No dia em que todos acharem este manual banal e útil, nesse mesmo dia, passamos a ser algo realmente difícil de descrever...
Um país onde as pessoas não têm autonomia, não pensam, não são capazes de perceber o sentido das coisas. Esperemos que esse dia não chegue.
Por favor, leiam o manual. Está aqui:
http://www.gave.min-edu.pt/np3content/?newsId=245&fileName=ManualAplicador_2009.pdf
Façam o vosso juízo. Lá diz ser obrigatório dizer em coro por esse país fora frases como
"Estou a ser claro(a)?"
"Esperem que chegue ao pé de vocês"
Existem rectângulos destacados que destinguem uma ou duas palavras...
É provavelmente um documento único no mundo. Esperemos que não chegue o dia...»
Imediatamente fui informado que existem muitos exemplos internacionais e credíveis e que este tipo de documento é muito pertinente!
É claro que admito ser ignorante quanto a esse facto, mas ainda assim, será bom copiar uma ideia deste tipo?! Será bom ter profissionais que gastam o seu tempo a fazer um documento deste tipo para professores (que mal ou bem são uma elite)?
Copiar coisas boas e estruturais é bom. Mas isto?!
Infelizmente, acho que em Portugal se perde muito tempo com coisas ridículas... Há muitas coisas muito importantes para serem pensadas e trabalhadas...
Pequena Observação: Os Comentaristas Profissionais deste Blog acharam que eu não devia colocar uma opinião deste tipo aqui e de forma suave mandaram-me calar. Aguardo ansiosamente pelo mesmo. É sempre um prazer, vindo de tão competentes profissionais do comentário.
Carlos
Bom texto. Admira-me que tão tarde se tenha percebido o que esta equipa do ME está a (des)fazer.
Mas que a discussão política comece (finalmente!) em torno de um tão determinante sector da sociedade. Marcando, com esta ou anteriores equipas, verdadeiras diferenças. Já que, julgo, dificilmente se poderão alcançar piores resultados.
Saudações,
Luís Vilela.
Agradeço ao "Anónimo" Carlos a indicação do site do tal manual.Vale a pena ler,é um espanto!Vou fazer apenas 2 comentários:Pag. 25 e 26, nas "Condições de realização (Assinale o número de alunos que revelaram dificuldades específicas)", em 2º lugar, surge "Cansaço" !!!E desde quando é que os Professores deixaram de se chamar Professores? Então agora são os "Aplicadores" ? Desde há uns anos que o nome de Professor parece estar a tornar-se tabu... Chamam-nos de "actores no processo ensino-aprendizagem" , agora chamam-nos de "aplicadores de provas" . Enfim ...
Carolina
"Infelizmente, acho que em Portugal se perde muito tempo com coisas ridículas... Há muitas coisas muito importantes para serem pensadas e trabalhadas..."
Exactamente.
Porque é que os professores, que durante tantos anos reclamaram, com razão, e nos deram tantos pormenores das suas vidas de nómadas, não partilham connosco o que sentem por, finalmente, terem uma vida mais sedentária?
Por exemplo.
guida martins
Guida Martins, tirando a senhora Maria do Céu Seabra (que de qualquer forma não teve tempo de fazer tantos estragos como a presente ministra), todos os ministros foram melhores que o actual exemplar. Contestação sempre há, porque a ideia perfeita ainda não foi inventada, mas ao nível presente dá que pensar.
Quanto à vida sedentária, não sei a que se refere. Mas se estava a tentar fazer uma gracinha com a periodicidade dos concursos, falhou o alvo. Os professores não estão mais sedentários, mudam de escola menos vezes, mas continuam a fazer centenas de quilómetros por dia ou a mudar-se anos inteiros para longe da família. Se espera que os professores agradeçam esse sedentarismo, é porque não consegue ver nada de nada.
Mesmo a vantagem da estabilidade do corpo docente para as escolas não é tão linear quanto isso, porque se perguntar aos professores verá que a grande maioria considerava positivo para a melhoria das suas técnicas pedagógicas o facto de contactar com realidades diversas e com colegas diferentes de ano para ano.
Pode continuar a procurar argumentos a favor desta ministra, como as Novas Oportunidades, ou os Magalhães, ou o prolongamento de horários, ou seja o que for. Encontrará algumas ideias pessimamente implementadas.
Anónimo
"todos os ministros foram melhores que o actual exemplar"
Quer então convencer-me que o Ministério da Educação funcionava lindamente até à chegada desta ministra? Devemos estar a falar de países diferentes.
E a que se deve o facto de por lá terem passado tantos ministros?
Eram muito bons, mas mesmo assim os professores preferiam correr com eles. Por desporto.
Não falava de sedentarismo se não tivesse ouvido e visto, vezes sem conta, os professores queixarem-se disso. Coisa que, curiosamente, não vejo há bastante tempo. Essa de que, afinal, até era benéfico para a melhoria das técnicas pedagógicas, nem sei que lhe diga...
A Drª Ferreira Leite, que, aliás, conhece bem o Ministério, é que vai pôr o ensino nos eixos. Olhe que é preciso ter fé.
guida martins
Guida Martins, não percebe o que lê, pois não? O facto de todos os ministros terem sido melhores do que a actual, não quer dizer que foram maravilhosos. Pelo contrário, alguns foram francamente maus. Mas de mau a algo abaixo de péssimo ainda vai uma grande distância.
Quanto a Ferreira Leite, que não apreciei especialmente enquanto ministra da educação, tem a enorme vantagem de ter sentido de estado e respeito pela profissão docente. As políticas podem não ser do nosso agrado, mas há um mínimo de competência e de reconhecimento da dignidade própria e alheia, que são totalmente desconhecidas da actual equipa ministerial.
Basta ver, com um único exemplo, o comportamento da ministra na Assembleia da República. É indigno.
João
Não, por vezes não percebo o que leio.
Não é com certeza pelo facto de não ter tido, enquanto aluna, excelentes professores que tudo fizeram para minimizar este meu problema. É mesmo defeito meu.
guida martins
Olhe, João, sou daquelas que se fosse professora me dava imenso jeito o tal Manual de Aplicadores.
guida martins
Os professores queixavam-se não tanto de mudar de escola, mas sim de estar sujeitos a ter de ir trabalhar a 100, 200 ou mais quilómetros de casa. Isso não mudou e acho que não vai mudar, porque os lugares perto da residência são escassos e a maioria dos professores não consegue (ou não quer) reorientar toda a sua vida familiar para ir viver próximo da escola onde consegue colocação. Ser por 3 ou 4 anos, ou ser anualmente em pouco muda a equação.
João
Finalmente, estamos de acordo!
Não se perdoa que a ministra não mande construir uma escola junto ao lar de cada professor. Diria mesmo, ao pé de cada candidato a professor.
guida martins
É claro que quem mexe na carpete levanta sempre pó. 3o e tal anos a fazer de contas às reformas educativas só estava a pedir mesmo isto. Mas, por este andar, do contesta por tudo e por nada, do "botabaixismo" tipicamente português à volta duma "bjola" na esplanada,e de quantos feriados vamos ter por ano, duma universidade que até forma professores mas passa 2/3 do ano a não dar aulas enquanto os alunos ficam em casa a estudar pras frequências, trabalhos (tratado de bolonha foi o que deu) e exames, por este andar dizia eu ainda virá pior. Lembrem-se só o que se passou desde a instauração da 1ª republica ao estado novo...
Também bons ministros da educação como Roberto Carneiro, Marçal Grilo vieram embora fartos deste modo de estar da escola (e sociedade)portuguesa que apregoa o bem comum não abdicando dos direitos adquiridos. Só é criticado quem faz e na verdade, apesar de haver muito a melhorar, esta ministra e este governo, por muito que custe a alguns dos que aqui escreveram e a outros, fizeram obra, mexeram com interesses instalados, que é o que falta neste país, de cima a baixo, não poupando qualquer tipo de classe social e profissional. E isto nada tem de qualquer conotação politico-partidária - é apenas mera constatação da tipica malandrice/chico-espertice portuguesa (quem não vai aproveitar pra fazer uma semana de ferias pra semana, quem é, quem é?.... pois é!
ze do mundo
Curiosos estes comentários! Revelam bem o estado a que chegou a sociedade portuguesa. O Professor Carlos Fiolhais fala de exames ou da falta deles, fala de quem é contra exames e temos aqui comentadores que falam de tudo excepto daquilo que realmente interessa ALUNOS! Isto é espantoso e muito venezuelano. Em Portugal quando se fala em ENSINO, fala-se em professores, em férias, em horários, etc., etc. etc. mas NUNCA se fala em ALUNOS! Enquanto estes comentadores não perceberem ou não quererem perceber que o que se passa no ENSINO é MUITO grave, que a INDISCIPLINA dentro da sala de aula é uma inenarrável, que a VIOLÊNCIA dentro da escola é ESPANTOSA, que a falta de respeito para com todo o tipo de objectos pagos com o dinheiro dos contribuintes é INACREDITÁVEL, que os alunos que EVITAM que os colegas aprendam são praticamente INTOCÁVEIS graças ao eduquês e aos "especialistas" em educação, NÃO PERCEBEM NADA! Meus caros, fui professor no ensino público durante 11 meses e FUGI! Hoje estou num dos melhores colégios privados portugueses e posso dizer que hoje sinto orgulho naquilo que faço, duvido que a maioria dos professores do sector público possam dizer a mesma coisa. Quem defende as "reformas" socialistas devem achar que quem tem algum dinheiro tem que colocar os filhos nos 8 melhores colégios privados, o resto da populaça coloca os seus filhos na escola marxista-leninista e rousseauniana do Estado. Enfim... triste sina esta de sermos POBRE e de acharmos que assim é que deve ser.
Peço desculpa pelas gralhas anteriores, mas estou a escrever num ecrã de 2,8 polegadas :)
Excelente!
Uma coisa de que me lembro bem é de como e quando surgiu esta ideia da inutilidade dos exames: foi na Revolução Cultural chinesa, quando os guardas vermelhos concluíram que os exames promoviam a competição "individualista burguesa" e que, portanto, "visavam a restauração do capitalismo".
Ainda estava em curso a Revolução Cultural quando se deu por cá o PREC e os nossos maoístas aboliram os exames nas Universidades e reduziram as classifacões a "apto" e "não apto".
Passaram 35 anos e os pensadores do nosso Ministério da Educação vê-se que ainda estão agarrados a esses paradigmas.
Ocorre-me que deviam ser sujeitos à "educação alternativa" que a Revolução Cultural destinava aos "revisionistas" e aos "filhos da burguesia": 2 anos de trabalho braçal no campo ou numa fábrica, de preferência em local distante!
Caro Fartinho da Silva, é evidente que quando se fala de ENSINO fala-se sempre de Professores!Não será?!... É claro que os alunos de hoje são os frutos da geração ela própria nada e criada num clima de rebaldaria e de todos os modismos sociais, politicos, culturais e pedagogico-didáticos... Claro que o mais fácil é fazer um exame, não olhar às circunstâncias de vida que hoje uma criança/jovem tem, sejam boas ou más, só o horário lectivo é um desastre, e no fim se o aluno reprovou foi por culpa sua, não estudou. A família, a escola, o ministério, saem icólumes deste processo. Mas se fica aprovado e até com boas notas, já o mérito é pelo menos repartido por todos! Este é um dos aspectos macabros do exame como estratégia sacro-santa de qualidade do ensino-aprendizagem. Mal vai uma sociedade que continua apegada apenas a esta visão tão redutora do acto educativo... afinal os "filhos da geração dos exames", pelos vistos não aprenderam mais do que isso. E desde aí -da época do exame pelo exame - o mundo já evoluiu tanto!... Convençam-se duma coisa, ainda que considere que o fim da escola não é (só) arranjar emprego para alguém: em última instância quem tira a prova dos nove, goste-se ou não se goste, é o mercado de trabalho... e mal vai um profissional que apenas saiba responder a exames tipo académico.
O exame é e deverá ser sempre visto apenas como uma etapa dum contínum e jamais como um fim em si mesmo como parece deduzir-se dalgumas opiniões que por aqui são veiculadas. E desse contínum pouco ou nada se quer saber. É a pura alienação do processo educativo, dando azo a situações conforme as vividas na época de exames do ano passado como contra resposta ao elevado insucesso que as anteriores demonstravam.
O ensino privado onde o Senhor Fartinho da Silva trabalha, para mim, só peca por não aceitar lá todos os alunos e,eventualmente (não conheço mas é o normal), fazer uma selecção meio encapotada. Porque, de resto, ao nível da direcção e gestão, se calhar é o que tem faltado desde há muito ao ensino público.
ze do mundo
Caro ze do mundo,
Os filhos dos exames fizeram com que Portugal tivesse uma taxa de crescimento do PIB de cerca de 6% ao ano. Veja a nossa taxa de crescimento desde 1999, para ver a qualidade média dos filhos da escola sem exames (crescimento do PIB em média 0%).
Comparar o incomparável não é de bom tom, caro Fartinho da Silva! Até parece que essa é a razão principal por que o PIB não cresceu! Lá está uma a limitação de quem foi vítima da época (só) dos exames!... Veja se compreende o que penso em relação aos exames - são apenas uma etapa de entre pelo menos 4: concepção/programação/aplicação/avaliação! Meu caro quando tudo para trás falha, colocarmo-nos como defensores exclusivos da avaliação é o caos. É apenas não querer ver aquilo que cabe a cada um dos actores do acto educativo e colocar a tónica no aluno. Não é honesto vindo de adultos, profissionais e com responsabilidades as mais diversas: políticas, formadoras e até formadores de formadores como o são, entre outros alguns dos docentes aqui intervenientes. Seria de perguntar afinal o que é que a formação de professores (e não só, também de outros profissionais ao nível superior) têm feito para contrariar aquilo que tanto contestam. 25, 30 anos e outros até mais de actividade profissional nestes domínios o que (não) fizeram para permitir que se tenha chegado ao que chegámos? É só.
ze do mundo
Não, caro ze do mundo! Não sou vítima da época dos exames!
Ainda pior: os professores têm que assinar os diagnósticos que comprovam que todos sabem imenso. Fizeram de nós uns vendidos.
Não adianta resistir porque só os professores sabem que é importante saber. Até os pais médicos, advogados ou engenheiros só reinvindicam notas. Nova filosofia de vida: faço aquilo para o que sou paga.
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