terça-feira, 23 de junho de 2009

OS LUSÍADAS: O CHOQUE DE CIVILIZAÇÕES


INFORMAÇÂO RECEBIDA DO MUSEU DA CIÊNCIA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA:

O antropólogo Luís Quintais e o especialista em literatura José Carlos Seabra Pereira vão dar a conhecer "as novas gentes" que Camões ajudou a inscrever no imaginário português

É considerado um dos expoentes da literatura em português, mas deixou-nos muito mais do que a poesia que o tornou mundialmente conhecido: Luís de Camões, ao escrever Os Lusíadas, trouxe para Portugal os novos dados da expansão marítima sobre povos exóticos. O antropólogo social Luís Quintais e o coordenador do Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos, José Carlos Seabra Pereira, vão estar no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra (UC) para dar a conhecer as "novas gentes" que o poeta ajudou a inscrever no imaginário português. A sessão terá lugar no dia 24 de Junho (quarta-feira) às 16 horas. A entrada é gratuita.

Que novos Homens é que Camões trouxe para Portugal? Que impressões desse outro humano povoam a obra que tem vindo a moldar o imaginário português geração após geração, década após década? Como retratou o poeta o choque de civilizações nascido da expansão marítima? Estas são algumas das questões que Luís Quintais e José Carlos Seabra Pereira vão explorar naquela que é a última sessão do ciclo "Camões, o Céu e a Terra".

Para além das novas raças e povos que Camões deu a conhecer, os investigadores vão também revelar no Museu da Ciência como é que o poeta entendia esse novo humano à luz das ideias da época e do primado cristão.

José Carlos Seabra Pereira irá ainda mostrar como é que o poeta d'Os Lusíadas projectou o Homem na sua escrita. Das contingências de um "bicho da terra tão pequeno" às exigências de superação, do amor à liberdade, da violência à piedade, o especialista em literatura percorrerá a obra camoniana em busca da humanidade imortalizada numa das obras mais marcantes da literatura portuguesa.

A sessão sobre as "Novas Gentes" d'Os Lusíadas segue-se assim a duas conferências sobre as "Novas Terras" e os "Novos Céus" revelados na obra de Luís de Camões. Depois da Geografia e da Astronomia, a Antropologia da poesia camoniana fecha assim o ciclo "Camões, o Céu e a Terra", organizado pelo Museu da Ciência da UC e pelo Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos para dar a conhecer a Ciência por detrás dos versos do poeta.

Doutor pelas Universidades de Poitiers e de Coimbra, José Carlos Seabra Pereira é, entre outros cargos, professor da Universidade de Coimbra e da Universidade Católica Portuguesa e membro do painel de avaliadores da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) para as candidaturas a bolsas de investigação para doutoramento e pós-doutoramento. Investiga e lecciona Teoria Literária, Literatura Portuguesa Moderna, Estudos Camonianos e Estudos Pessoanos. Para além de coordenador científico do Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos, é ainda o vice-director da luso-brasileira 'Revista Camoniana'.

Luís Quintais é antropólogo social e professor na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Doutorado em Ciências Sociais, área de Antropologia Social e Cultural, tem vindo a desenvolver investigação sobre cognição, biotecnologias e bioarte. Luís Quintais tem-se ainda distinguido como poeta. O seu primeiro livro de poesia, "A Imprecisa Melancolia" (1995), arrecadou o Prémio Aula de Poesia de Barcelona. Com "Duelo" (2004) recebeu os prémios Luís Miguel Nava - Poesia 2005 e PEN Clube Português de Poesia.

2 comentários:

Anónimo disse...

SERIA POSSIVEL DIZER-ME A ONDE SE ENCONTRA OS LUSIADAS ORIGINAL? ESTA EXPOSTO AO PUBLICO?
OBRIGADA

Cláudia da Silva tomazi disse...

"a Ciência por detrás dos versos do poeta".

O povo reconhece o enlace.

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