domingo, 7 de junho de 2009

UMA DÚZIA DE NOVOS LIVROS


Como ainda está a Feira do Livro do Porto, eis uma sugestão de uma dúzia de livros recentes, para ler nos feriados de Junho e depois deles, que complementa a dúzia de livros que recomendei a propósito da Feira do Livro de Lisboa. A ordem é alfabética do apelido do autor:

- Constantin von Barloewen (Organização), "O Livro dos Saberes", Edições 70

Conjunto de entrevistas a um conjunto vasto de pensadores dos tempos de hoje situados em várias áreas (Boutros-Ghali, Gordimer, Gould, Huntington, Lévi-Strauss, Menuhin, Niemeyer, Oz, Prigogine, Terrer, Virilio, Wiesel, etc.), que no seu conjunto forma uma mini-biblioteca do pensamento contemporâneo. Uma frase de Stephen Jay Gould: "A teoria da evolução, como a ciência em geral, não toca nas questões ligadas à religião e, consequentemente, não responde a estas".

- João Furtado Coelho (organização e apostilhas), "Almada dixit", Livros Horizonte

Muito útil dicionário de citações de Almada Negreiros, o autor do "Manifesto Anti-Dantas" e de tantos outros textos notáveis, com prefácio de José Augusto França. Contém frases provocantes. Uma delas: "O anónimo sabe ver. É até condição para saber ver: ser anónimo. Mas proceder como anónimo é contra as regras do jogo".

- Clara Pinto Correia, "A Maravilhosa Aventura da Vida", Presença

Último livro, pequeno e agradável de ler, de uma das mais prolixas divulgadoras de ciência portuguesas. É o segundo volume da colecção "Aventura da ciência", inaugurada por uma obra do astrónomo português João Lin Yun, sobre aquecimento global.

- José Ortega y Gasset, "Meditação sobre a Técnica", Fim de Século

Frase do filósofo espanhol na contracapa dá uma boa definição de técnica: "A técnica é o contrário da adaptação do sujeito ao meio, dado que é a adaptação do meio ao sujeito".

- José Gil, "Em busca da Identidade. O desnorte", Relógio d'Água

Um dos filósofos portugueses mais conhecidos da actualidade retoma a questão da identidade nacional, já abordada em "Portugal hoje: O medo de existir". Ao ler-se Gil sobre a avaliação dos professores, não pode deixar de se notar a sua lucidez: "(...) O interesse do governo é, antes do mais, cumprir a racionalidade orçamental, levando dezenas de milhares de professores a abandonar a escola. Através, afinal de um sistema educativo em que avaliar significa desnortear, desanimar, dominar, humilhar, desprezar os professores, os alunos e a educação."

- Heinz Halm, "Os Fatimidas e as suas Tradições de Ensino", Bizâncio

Um professor alemão de estudos islâmicos discute as contribuições Fatimidas (a dinastia árabe que reinou no norte de África e no Egipto por volta do ano 1000 da era cristã) para a civilização islâmica e afinal mundial. Os árabes estão mesmo aqui ao lado e sabemos tão pouco sobre a sua cultura...

- Michel Onfray, "A Potência de Existir. Manifesto hedonista", Campo da Comunicação

A capa resume com algum exagero: "Uma nova perspectiva de uma sociedade libertária apresentada pelo mais irreverente e controverso filósofo contemporâneo europeu." Onfray é o autor do "Tratado de Ateologia" saído na Asa em 2007.

- Alírio Queiroz, "A recepção de Freud em Portugal (1900-1956)", Imprensa da Universidade de Coimbra

Tese de mestrado discute, entre outras, as posições de Egas Moniz, Sobral Cid, Fernando Pessoa e Fernando Namora face a Freud e à psicanálise.

- Ana Cláudia Santos, "Poesia e Ciência Nova. O conhecimento segundo Giambattista Vico", Campo da Comunicação

Mais uma vez a capa resume: "A prioridade da poesia e da imaginação no conhecimento das coisas humanas segundo o grande filósofo anti-cartesiano do século XVIII". É um volume que ajuda a ler a "Ciência Nova", de Vico, editada pela Gulbenkian em 2005.

- Gonçalo M. Tavares, "O senhor Swedenborg e as investigações geométricas", Caminho

Último livro de um dos ficcionistas portugueses contemporâneos mais originais, que é essencialmente uma republicação de "Investigações Geométricas", edição do Teatro do Campo Alegre, do Porto. Trata-de ficção aforística com base em figuras geométricas.

- Vasco Pulido Valente, "Portugal. Ensaios de História e de Política", Aletheia

Conjunto de textos do bem conhecido historiador e cronista já publicados em diversas revistas e jornais, que aqui, sob a forma de livro, ganham unidade e dignidade. Não só é um gosto ler o português de Pulido Valente como se aprende bastante sobre a nossa história moderna e contemporânea.

- Richard Watson, "Ficheiros do Futuro", Caleidoscópio

Sempre me interessei por prospectiva, a ciência e arte de prever o futuro. Este livro de um futurólogo norte-americano é um dos mais interessantes dos últimos tempos. Uma frase: "O grande problema do futuro é que teremos de viver nele". Sai do prelo da editora que publicou recentemente "A Mentira do Aquecimento Global" de Roy Spencer.

2 comentários:

Martim Bernardo disse...

kuando me reformar e estiver debaixo de um chaparro terei a devida atenção para com a sua posta.

JoAnInHa disse...

Bons livros, embora não tenha lido todos, os nomes são bastante atractivos!

CARTAS DE AMOR RIDÍCULAS

Ainda e sempre Eugénio Lisboa. Um dos sonetos que nos confiou. Alguns escritores, preocupados com serem muitíssimo escritores, sujeitam-s...