Citação do naturalista e arqueólogo espanhol Juan Luís Arsuaga do texto com o mesmo título inserto no livrinho "El Naturalista en su Sillón" (Temas de Hoy, 2009) sobre a beleza do mundo natural:
"Acusam-nos a nós, cientistas, de sermos secos e insensíveis porque buscamos explicações para as maravilhas da Natureza, incluindo o homem, em vez de nos extasiarmos diante delas e respeitar os seus mistérios. Esquecem-se duas coisas. A primeira é que não deixamos de desfrutar as produções da mente humana, as quais, ainda que tenham uma base biológica, jamais deixarão de ser verdadeiras criações, impossíveis de ser reduzidas a números. E esquece-se também que a ignorância não torna o mundo mais belo, antes pelo contrário. Sucede o mesmo com a música, a literatura e arte em geral. Quanto melhor se conhece, mais se desfruta.
E assim, no último parágrafo da "Origem das espécies", aparecem três palavras que expressam esta mesma ideia de prazer que proporciona o conhecimento: "grandeza" (ou, talvez melhor, "grandiosidade"), "belas" e "maravilhosas". Naturalmente, Darwin está a referir-se à vida e às espécies."
2 comentários:
A linguagem de Darwin é bastante poética, assim como a de Einstein, a de Carl Sagan... (este último nas introduções dos diferentes capítulos). O maniqueísmo que continua a clivar arte / ciência é pouco consetâneo com o espírito que se pretende para a evolução da espécie humana.
Os autores que mais gosto de ler sobre a forma como a ciência e o fascínio pela beleza da natureza se relacionam são Carl Sagan e Richard Feynman. Esse excerto não conhecia, porque nunca li esse livro, mas é absolutamente fascinante.
Cumprimentos
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