segunda-feira, 29 de junho de 2009
GIL VICENTE, CAMÕES, VIEIRA, PESSOA E JAZZ: O FASCÍNIO DAS ESTRELAS
Informação recebida da organização do Ano Internacional da Astronomia:
Sabia que a música também deu origem a uma teoria astronómica? E que o Padre António Vieira estava atento às inovações da Astronomia? E o que terá ele dito sobre a revolução iniciada por Copérnico, também jesuíta, mas com uma teoria que abalaria as crenças da Igreja? O dramaturgo Mário Montenegro, a matemática Carlota Simões e o físico José António Paixão dão a conhecer em Coimbra cruzamentos inesperados entre a Arte e a Astronomia.
Acompanharam de perto as revoluções na Astronomia e as suas obras estão repletas de referências rigorosas a fenómenos celestes: o fascínio pelas estrelas contagiou alguns dos expoentes da arte em Portugal, e não só. O dramaturgo Mário Montenegro, a matemática Carlota Simões e o físico José António Paixão vão dar a conhecer em Coimbra o lado estelar do teatro, da literatura e da música. A sessão terá lugar no dia 30 de Junho (terça-feira) às 18 horas na livraria Almedina Estádio, em Coimbra. A entrada é livre.
Carlota Simões, professora e investigadora do Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra, irá revelar uma face menos conhecida de alguns dos nomes maiores da escrita em português: a sua relação com os céus. Pela mão da investigadora da Faculdade de Ciências e Tecnologia, os participantes poderão conhecer o lado astronómico de Leão Hebreu, Gil Vicente, Luís de Camões, Padre António Vieira, Fernando Pessoa e Alberto Pimenta.
Algumas das descobertas mais importantes da Astronomia foram imortalizadas por incontornáveis da literatura. As obras do tempo da expansão marítima, como 'Os Lusíadas', são, de resto, fontes ricas sobre a evolução da Ciência, explica Carlota Simões. "A publicação de 'Diálogos de Amor' de Leão Hebreu e 'Os Lusíadas' de Camões coincidem com a época áurea dos Descobrimentos, quando as caravelas cruzaram a linha do equador e tiveram finalmente acesso ao céu do hemisfério Sul, desconhecido até então", lembra a investigadora.
Na Almedina, Carlota Simões irá ainda mostrar como em alguns autores, como Camões e Alberto Pimenta, é possível descobrir ou confirmar a data de acontecimentos associados na escrita a eventos astronómicos. A investigadora irá, por fim, revelar o que é que Padre António Vieira achou do sistema heliocêntrico do também jesuíta Nicolau Copérnico, que, ao sugerir que o Sol (e não a Terra) era o centro do Sistema Solar, abalaria uma das principais convicções da Igreja.
Já Mário Montenegro, director artístico da companhia de teatro Marionet, vai debruçar-se sobre a forma como a Astronomia tem influenciado o universo teatral. Doutorando na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde investiga a relação entre o teatro e a ciência, o dramaturgo irá ainda dar a conhecer o trabalho da Marionet na área da divulgação das temáticas astronómicas.
A música também influenciou as estrelas
Mas se o Universo inspirou a literatura e o teatro, a Astronomia influenciou também a música. E, não menos importante, deixou-se influenciar por ela, explica o professor do Departamento de Física da UC José António Paixão.
"As regularidades que se observam nos movimentos dos astros e nos sons musicais levaram os primeiros astrónomos a intuir a existência de uma relação entre a harmonia cósmica e a musical – como a proposta na 'música das esferas' de Kepler, uma teoria para o movimento planetário inspirada na música", avança José António Paixão.
Mas, acrescenta, os astros foram também uma importante fonte de inspiração para a música e, em particular, para o jazz. "Já na obra dos 'veteranos' Duke Ellington e Charlie Parker encontramos temas que remetem directamente para os astros. Com o advento do free jazz e do jazz de fusão, nas década de 60 e 70, muitos são os artistas que gravaram composições inspiradas na aventura espacial. E são muitas as referências ao cosmos na música contemporânea, do “Big Bang” aos buracos negros", revela o também responsável pelo projecto 'Quark!', uma escola olímpica da Universidade de Coimbra destinada a jovens pré-universitários e onde a Física e o Jazz se entrecruzam.
A sessão na Almedina, subordinada ao tema "A Astronomia e as Artes" é a terceira do ciclo "O Universo da Astronomia", organizado pela Almedina e pela Ideias Concertadas no âmbito das comemorações do Ano Internacional da Astronomia (AIA 2009).
Depois de sessões dedicadas a Galileu, às observações astronómicas e, agora, às Artes, o "Universo da Astronomia" termina a 9 de Julho às 18 horas com uma conferência sobre o ensino da Astronomia. Os convidados serão Rosa Doran, do NUCLIO - Núcleo Interactivo de Astronomia, Joana Marques, do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, e Victor Gil, presidente da direcção do Exploratório - Centro Ciência Viva de Coimbra.
O Ano Internacional da Astronomia é coordenado em Portugal pela Sociedade Portuguesa de Astronomia, com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia, da Agência Nacional Ciência Viva, do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra e da Fundação Calouste Gulbenkian.
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4 comentários:
Então e o Eça?!
Não tem direito?
Assim não brinco!
O gajo escreveu tanto sobre o Darwin.
Ao menos não aparece o Pinheiro Chagas.
Não é de admirar que o estudo do Cosmos interesse a muitos cristãos.
A Bíblia afirma que os Céus manifestam a glória de Deus. Por isso se compreende que tenham sido criados à escala de um Deus infinito.
A Bíblia afirma que Deus conhece todas as estrelas pelo seu nome. E existem triliões de triliões de estrelas!
Por seu lado, a singularidade do sistema solar e da Terra, confirmada pelas observações astronómicas mais recentes, corrobora inteirammente o que a Bíblia afirma sobre a Terra: a mesma foi criada para ser habitada.
Não nos esqueçamos que a Terra é o único planeta conhecido com água em estado líquido, colocado a uma distância sintonizada do Sol e da Lua, num sistema solar equilibrado pelas órbitas planetárias situado praticamente na única zona galáctica habitável, do pondo de vista das radiações cósmicas.
«A Bíblia afirma que Deus conhece todas as estrelas pelo seu nome. E existem triliões de triliões de estrelas!»
Onde?
Por favor cite a passagem exacta em que isso acontece.
axei aqui tudo q eu queria...
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