sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

LIVROS PARA O NATAL


Minha crónica no "Público" de hoje:

Que o Natal está de novo à porta é notório pelo aparecimento de novos livros nas livrarias. Neste tempo de vacas magras os livros são prendas imbatíveis, pois os há, com qualidade, de todos os géneros e tamanhos, assim como para todos os gostos e bolsas. Seleccionei uma mão cheia de novidades, quase todas de autores nacionais, só tendo pena que na mão não caibam mais. A ordem é alfabética do primeiro autor.

- Dolores Alveirinho, Helena Tomás e Margarida Afonso, “Ciência a Brincar 10. Ciência no Tempo dos nossos Avós”, Bizâncio. Ao fim de uma década desta colecção de ciência para crianças, sai um volume, já premiado em Espanha, da autoria de professoras de Castelo Branco, sobre a ciência que está por trás da cultura e tradições populares.

- Sophia de Mello Breyner Andresen, “Obra Poética”, Caminho. Numa monumental edição de Carlos Mendes e Sousa toda a obra da poeta Sophia, incluindo partes que estavam dispersas e eram difíceis de encontrar. Escolho um dos primeiros poemas: “Pudesse eu não ter laços nem limites / Ó vida de mil faces transbordantes / Pra poder responder aos teus convites / Suspensos na surpresa dos instantes”.

- Anselmo Borges, “Religião e Diálogo Interreligioso”, Imprensa da Universidade de Coimbra. Neste número 8 da moderna colecção de livros de bolso ”Estado da Arte” de uma editora com séculos, o professor de Filosofia de Coimbra faz uma breve introdução ao fenómeno religioso no mundo de hoje, com ênfase nas relações entre religiões. Não é pesado e lê-se com proveito.

- Ana Carvalhas, “Emagrecer é...”, Gradiva. A capa, inspirada no homem de Vitrúvio de Leonardo da Vinci, dá logo a ideia do conteúdo deste livrinho, que reclama ser “um livro magro para emagrecer”: a mulher de Vitrúvio emagrece nitidamente quando passa do quadrado para a circunferência. O segredo? Seguir algumas regras simples de alimentação saudável, que deve ser acompanhada por exercício físico moderado.

- Stephen Hawking (coordenação e notas biográficas), “Aos Ombros de Gigantes”, Texto Editores. Num volume de mais de mil páginas, cabem as obras maiores dos maiores nomes da física: Copérnico, Kepler, Galileu, Newton e Einstein. São cinco séculos de história da ciência, numa tradução portuguesa que prefaciei e ajudei a traduzir. Newton afirmou: “Se vi mais longe é porque estava aos ombros de gigantes”. E Einstein conseguiu subir para os ombros dele, vendo ainda mais longe. Alguém há-de prosseguir esta “pirâmide humana”…

- Gonçalo M. Tavares, “Uma Viagem à Índia”, Caminho (prefácio de Eduardo Lourenço). O jovem escritor que acaba de ser distinguido em França com o prémio para o melhor livro estrangeiro ensaia aqui uma versão contemporânea de “Os Lusíadas”, na qual Camões dá pelo nome de Bloom e a Ilha dos Amores se localiza nos arredores de Paris.

- Vários, “Primitivos Portugueses. 1450-1550”, Museu Nacional da Arte Antiga e Athena. Belo catálogo de uma exposição de pintura portuguesa do tempo dos Descobrimentos, que está patente até final de Fevereiro no Museu que edita o livro e também no Museu de Évora. Imperdíveis quer o volume quer a exposição.

- Vários, “Ver a República”, Universidade de Coimbra. Nos cem anos da República, catálogo, com design da recentemente premiada FBA, da exposição que está patente até final de Fevereiro na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, no Museu de Ciência da mesma Universidade e no Museu Nacional de Machado de Castro. Contém numerosas fotografias, em muitos casos inéditas, sobre o movimento republicano. A arquitectura da exposição, da autoria de João Mendes Ribeiro, surpreende na “Galeria Republicana”, na Sala de S. Pedro da Biblioteca Geral. Muito perto, pode o visitante continuar a ser surpreendido com os novos espaços da Biblioteca Joanina, onde se exibe a exposição “Membros Portugueses da Royal Society”.

Boas leituras no Natal e Ano Novo!

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