quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A simplificação da ortografia

Na sequência do texto do Professor Galopim de Carvalho.
Apezar da xuva, muita jente esteve prezente ao ezersisio de jinastica qe teve lugar no colejio. Omens, mulheres e criansas no fim cantaram o Ino Nasional. Ouve pesoas qe ate xoraram de emosão cuando a festa terminou. Oje qem qiser pode asistir a nova aprezentasão.
Esta prosa que o leitor acabou de decifrar não é de um aluno do ensino básico que dá muitos erros de ortografia; é da autoria de alguém - Roberto Pompeu de Toledo - que pretende exemplificar o que pode ser a escrita em português no caso de se adoptar um acordo ortográfico radical.

Radical... depende das perspectivas. Não o é, de todo, para Ernani Pimentel um dos dois especialistas recentemente nomeados para o Grupo Técnico da Comissão de Educação do Senado do Brasil cuja missão é trabalhar o acordo ortográfico entre os países onde se fala português.

O seu blogue –  Simplificando a ortografia – dá ampla cobertura à ideia de que
"Uma ortografia mais racional facilita a vida de todos. Simplificação ortográfica: regras mais lógicas para um ensino mais lógico. A educação exige mais racionalidade e menos «decoreba». A simplificação ortográfica contribui para inclusão social."
Já Roberto Pompeu de Toledo considera esta simplificação um absurdo e explicou as suas razões num texto expressivamente intitulado A xacina do testoErnani Pimentel ripostou e reafirmou a sua posição num outro texto A xacina do diálogo... A troca de textos (ou será "testos"?) é capaz de continuar...

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Nota 1: Agradeço à Professora Helena Buesco, ter-me alertado para este debate que nos interessa directamente e para o envio do texto que iniciou o debate.

Nota 2. Este texto sofreu ligeiras alterações decorrentes do esclarecimento de um leitor, a que agradeço o comentário.

9 comentários:

Anónimo disse...

"Aperzentaçaum" ficava melhor.
Eu tanbein xurei muinto.

Cisfranco disse...

O que é feito daquela petição anti AO que foi assinada em papel e de que foi aqui dito que, finalmente, o assunto iria baixar à A da República? Vai ou não baixar à AR, ou fica tudo em águas de bacalhau?





Anónimo disse...

Qualquer das duas formas "aprezentasão" e "aperzentaçaum" é melhor do que "apresentação" embora eu prefira a primeira. Claro, haveria que conseguir um acordo quase universal para se adoptar uma tal simplificação. Acho que será difícil consegui-lo, mesmo impossível, apesar de ser óbvio que todos ganharíamos. Por vezes o que é óbvio não consegue o apoio da maioria, é assim a vida, há sempre que invente dificuldades (aparentemente) insuperáveis. Por isso acho que o melhor é continuar a escrever como antes do acordo, é o que eu faço. O acordo é.me totalmente indiferente ... e a língua não morre nem deixa de se entender.

bea disse...

a estupidez grassa no mundo das letras. Nem me dá gozo rebater estas aberrações culturais.

Ana disse...

Bom dia,

Com isto tudo, tenho pensado seriamente em aprender Latim, quanto mais não seja para me facilitar o estudo de outras Línguas. Portugal não é pátria. Quem é que quer aprender uma Língua que, por este andar, só abrirá portas para a mediocridade? E é para esses, e não para os portugueses, que querem nivelar por baixo uma Língua que sempre adorei por ser tão rica. Num tarda.... ... excrevemuhxx todux axim fofuxux!... !.. ....!!!

Alguém me sabe indicar um curso de Latim, de preferência intensivo, em Lisboa?

Obrigada.

Isaltina Martins disse...

Óptima ideia essa de querer aprender latim. Parabéns. Pode seguir um curso on line, no blog da sapo "vamosaprenderlatim". Em Lisboa a Faculdade de Letras costuma organizar cursos livres, é uma questão de consultar, veja a página do facebook "Departamento de Estudos Clássicos". Entretanto pode também ir seguindo as notícias e informações que vão sendo publicadas na página do facebook da "Associação de Professores de Latim e Grego". Aí pode também fazer perguntas e obter informações. Bom estudo

lino disse...

O texto não é do Ernani Pimentel, como refere, antes de trata de de uma simulação efectuada por Roberto Pompeu de Toledo ao tentar exemplificar onde nos poderia levar uma adaptação total da língua escrita à língua falada. Convinha que os especialistas soubessem do que falam quando se trata de assuntos de tamanha importância.

Ana disse...

Muito obrigada! Ajudou-me muito mesmo. Vou seguir as sugestões. Boa noite!

starman disse...

Sou contra usar consoantes para nasalizar vogais. Seria: ãbulãcia, qãpo, omēi. E também o l nunca substituir o u: bousa, mau, sauto, planauto, souto, esbeuto, Miutõ, útimo

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