quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O IMPACTO DAS PESCAS NA BIODIVERSIDADE MARINHA

Informação recebida do Museu de Ciência da Universidade de Coimbra:

CICLO DE CONFERÊNCIAS - BIODIVERSIDADE 2010

No âmbito do Ano Internacional da Biodiversidade 2010, o Museu da Ciência, em colaboração com o Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, organiza um conjunto de conferências sobre biodiversidade destinadas ao público em geral. Mensalmente, entre Maio e Dezembro, cientistas convidados abordarão diversos temas relacionados com os factores que afectam a biodiversidade e os desafios que se colocam à sua conservação.

PRÓXIMA CONFERÊNCIA

O IMPACTO DAS PESCAS NA BIODIVERSIDADE MARINHA

18 DE NOVEMBRO 15H00
Entrada Gratuita

OS IMPACTOS HUMANOS NOS OCEANOS: A FALÊNCIA DA GESTÃO DE PESCAS
Emanuel Gonçalves, Unidade de Investigação em Eco-etologia do Instituto Superior de Psicologia Aplicada
É hoje facto assente que uma das acções mais visíveis do processo de globalização verificado no último século foi o delapidar dos recursos naturais do Planeta a escalas nunca antes imaginadas. Em particular, nos Oceanos onde esse assunto esteve sempre mais invisível dada a natureza remota dos habitats aí explorados, estes impactos atingiram proporções inconcebíveis. Existem no entanto diversas razões para que este assunto tenha estado ausente da agenda política e, ainda hoje, encontre a nível dos decisores resistências muito significativas à mudança de práticas. Parte dessas razões são culturais, outras pertencem ao domínio da mitologia colectiva e outra parte relacionam-se com a falência do modelo de gestão de pescas que se impôs no último século. Exploram-se nesta palestra as principais consequências dos impactos humanos no Oceano, com especial ênfase às formas de extracção de recursos biológicos e apontam-se alguns caminhos para o futuro.

A BIODIVERSIDADE MARINHA E AS PESCAS
Teresa Borges, Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente da Universidade do Algarve
Durante a actividade de pesca, para além da captura das espécies comerciais alvo, são capturadas outras espécies denominadas de captura acessória, de que fazem parte espécies na sua maioria com valor comercial baixo ou nulo, o que leva a serem rejeitadas ao mar. Esta captura acessória é inevitável devido à pouca selectividade das artes de pesca, podendo, muitas vezes ser quase toda ou toda rejeitada ao mar.
Estudos recentes indicam que das mais de 1 100 espécies capturadas pelas principais artes de pesca a actuarem no Algarve (arrasto, cerco e redes de emalhar), cerca de 69% são sempre rejeitadas, 27% frequentemente rejeitadas e somente 4% são ocasionalmente rejeitadas.
Estes estudos demonstram que o número de espécies rejeitadas é muito superior ao das espécies comercializadas, sendo a maior parte das espécies não só completamente desconhecidas do público em geral, como até pouco ou nada se saber sobre a sua biologia e ecologia, o que constitui um perigo real para a gestão e manutenção da biodiversidade e equilíbrio ecológico marinho.

Mais informações aqui.

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