sábado, 20 de novembro de 2010

Rigor, intuição, ensino estruturado e actividades exploratórias


Excerto da minha intervenção na conferência “Ensino da Matemática: Questões e Soluções”, organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian.
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Para iniciar a minha intervenção, gostaria de comentar o tema “Rigor versus intuição”. Rigor e intuição são, à partida, dois conceitos que tenho muita dificuldade de ver em oposição. De facto, qualquer matemático dirá que sem intuição não há Matemática. Sem intuição não podemos abordar um problema novo. (...) A intuição é o que nos permite vislumbrar estruturas ainda desconhecidas, percebê-las de maneira, digamos, muito subjectiva, muito etérea, muito pouco concretizada. É um vislumbre mental de Terra Incógnita. E é a partir desses mapas proporcionados pela intuição que podemos avançar com instrumentos mais rigorosos e mais pesados para perceber, compreender e resolver efectivamente um problema de Matemática. A intuição é um instrumento de trabalho indispensável para matemáticos, mas também para alunos em fase de aprendizagem.(...). No entanto, o que é interessante é que há aqui um paradoxo: também qualquer matemático dirá que quando ataca, quando aborda um problema novo, as primeiras intuições que tem estão com frequência erradas, pelo menos de forma parcial. No momento de escrever rigorosamente os nossos argumentos deparamo-nos com contrariedades e dificuldades que não tínhamos equacionado inicialmente na nossa construção intuitiva.(...) Fazer Matemática é por vezes frustrante, isto acontece muitas vezes!
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E não só acontece muitas vezes como acontece a qualquer pessoa. (...)Em meados dos anos noventa, tive a sorte de assistir a uma disciplina leccionada pelo professor Jean-Christophe Yoccoz, precisamente no ano em que ganhou uma medalha Fields. Naturalmente, todos gostavam no fim da aula de ir falar com ele e de lhe mostrar alguns problemas. (...) Em geral aproveitávamos para lhe mostrar os mais difíceis, aqueles que nos resistiam há mais tempo. Ele ouvia, ficava calado, sem exagero, não mais de trinta segundos, e de seguida começava a elaborar afincadamente no quadro várias possibilidades de resolução distintas. Nós ficávamos fascinados, não percebíamos como podia ser. Até que um dia, a meio de uma argumentação, hesitou, recuou e por fim disse algo como “Desculpem, isto não funciona bem como eu estava a pensar”. Ficámos perplexos. Notando a nossa confusão, disse com ironia: “Meus caros, não sei se estão a par, mas sabem que até eu tenho de pensar!” E acrescentou: “Vocês é que não sabem, mas a grande maioria das ideias que tenho acabam por se revelar erradas...” Se até um dos maiores matemáticos do século XX faz afirmações erradas se se deixar ficar pela intuição, o que dizer dos restantes mortais? Penso que é este o contexto correcto para se tratar da problemática “rigor versus intuição”. Não podemos ficar-nos pelo estado da intuição, apesar de ser necessário tê-la. A intuição tem de ser sempre verificada pelo rigor, mais não seja porque é em si é algo de muito falho.
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É esta deficiência que eu mais noto nos alunos que chegam todos os anos à Universidade. E é talvez a maior crítica que eu faria à maneira como se ensina hoje Matemática no ensino básico e secundário. Gostaria antes de mais de me distanciar vigorosamente do lugar-comum do professor universitário que atribui a “culpa” aos seus colegas do secundário. O que aqui vou criticar – e espero que se trate de uma crítica construtiva – é o programa, o currículo e algumas orientações pedagógicas que estão na moda (...), mas não são os professores que estão em causa. Na realidade, estes encontram-se muitas vezes literalmente espartilhados por todos estes elementos. Posto isto, eis o que gostaria de dizer: as definições precisas são o ponto inicial da Matemática. Sem definições para os objectos não conseguimos pensar. É impossível executar um raciocínio hipotético-dedutivo sobre objectos definidos de maneira intuitiva. Portanto, se todas as noções são ensinadas de forma vaga, o que nós estamos realmente a fazer é impedir que os alunos possam aprender Matemática: não poderão correlacionar objectos, aperceber-se das suas propriedades ou demonstrar teoremas. Isto acontece com frequência. Dou um exemplo simples: a noção de convergência de uma sucessão. É curioso, porque eu tenho alguns anfiteatros com muito bons alunos, que terminaram o ensino secundário com médias não inferiores a quinze valores(...). No entanto até hoje não tive um único que conseguisse, após doze anos de estudos pré-universitários - sendo que os três últimos são de especialidade - explicar-me razoavelmente o que significa dizer que uma sucessão converge para um determinado valor. Ficam-se por ideias intuitivas e até falsas como “a sucessão aproxima-se do seu limite” ou “a sucessão aproxima-se indefinidamente de um valor, o seu limite, sem nunca o alcançar”. É engraçada esta ideia completamente errada, com que muitos alunos saem do secundário, de que o limite é algo de “inalcançável”!(...) Tratando desta maneira altamente superficial a noção de convergência, não sabemos resolver um problema sério e interessante que envolva limites porque nem sequer o próprio conceito de partida está adquirido. Na verdade, o que fazemos ao não ensinar correctamente a noção de limite é um retrocesso de duzentos anos na história da Matemática. Os matemáticos dos séculos XVII e XVIII, que não tinham ainda compreendido totalmente esta noção tinham pontos de vista diferentes e acesas discussões sobre a convergência ou divergência de certas sucessões. (...) É preciso esperar por Bolzano e Cauchy no início do Século XIX para se obter uma definição séria e operacionalizável. E o que estas pessoas viram é perfeitamente explicável a partir do actual 10.º-11.º ano.
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É claro que me podem perguntar se é assim tão fundamental que se ensine a noção de limite rigorosamente no secundário. Não, de facto não o é, mas era importante que pelo menos alguma coisa se ensinasse rigorosamente. E isso muitas vezes não sucede. Olhemos por exemplo para a função exponencial, assunto central do programa do 12º. O que eu vejo nos manuais é que o gráfico dessa função tem uma certa forma, umas propriedades obscuras como “se a base é maior do que o 1 é crescente, se a base é menor do que 1 é decrescente”, umas ladainhas do tipo “bases iguais, somam-se os expoentes”, e pouco mais, a função em si nunca é definida. Temos uns desenhos e umas propriedades algébricas, e passadas três páginas, aí vão os exercícios! (...) Um outro exemplo: em finais dos anos oitenta, o aluno médio do 12.º ano sabia quase tudo sobre curvas cónicas, sobre as suas propriedades geométricas, directrizes, focos, excentricidade, equações reduzidas…etc. Hoje em dia, muitas vezes, tudo o que se tira de um aluno é que uma elipse é uma espécie de circunferência achatada. Isto é muito desolador, trata-se de um assunto de extrema importância que deveria estar adquirido no final do 12.º ano. Alguém decidiu retirar do programa a parte rigorosa, deixando apenas uns vestígios superficiais.
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Na geometria, na análise ou na álgebra, já não são ensinadas definições com as quais os alunos possam exercer e estudar Matemática seriamente. Assistimos assim ao desaparecimento progressivo da Matemática do currículo do ensino básico e secundário. Um pouco como se a Matemática se estivesse a esfarelar progressivamente até não ficar coisa nenhuma. Poder-se-á até dizer que o Ensino se está a aproximar perigosamente da divulgação cientifica, que sendo algo de muito importante também, possui uma natureza distinta. De facto, dizer que tender significa “aproximar-se muito” (...) ou dizer que a função exponencial “cresce muito”, ou dizer que uma elipse é uma “circunferência achatada”, são ideias que de um certo ponto de vista estão correctas, mas que cabem mais num livro de divulgação do que num manual de Ensino destinado a alunos de 16-18 anos. Assim, para concluir sobre esta questão do rigor e da intuição, digo que a segunda sem a primeira não tem qualquer valor, e que um ensino de Matemática que nada tem de rigoroso não é de facto Ensino de Matemática. Muitos pedagogos da situação consideram que estas ideias datam dos anos 50, cheiram a mofo e estão ultrapassadas. De facto enganam-se, estas ideias são bem mais antigas: têm 2500 anos e não 50, e constituem o próprio corpo da Matemática e toda a herança que nos foi deixada através dos séculos. É necessário que todo o Ensino Secundário seja totalmente e formalmente rigoroso? Não, e provavelmente nem seria desejável, mas é fulcral que pelo menos uma parte o seja.
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Gostaria ainda de comentar brevemente a segunda dicotomia sugerida, “Actividades exploratórias versus Ensino estruturado”. Mais uma vez não creio que se trate de uma verdadeira dicotomia. Sabemos que um ensino obstinadamente exploratório é pouco estruturado e tende a saltar etapas de aprendizagem indispensáveis. As actividades exploratórias podem e devem ajudar no Ensino, mas não podem ser um fim em si. Caso contrário, caímos nas ideias construtivistas que misturam os conceitos de maneira absolutamente confusa, em que se anda para a frente, se anda para trás, se anda para o lado e não se percebe o que se está a fazer, nem se chega a conclusão alguma! É a ideia da “investigação na sala de aula”, conceito muito comum em certas correntes da pedagogia falsamente moderna, que pretende que o aluno redescubra os conceitos científicos por si próprio. Obviamente, trata-se de uma ideia muito disparatada. Pensemos na noção de convergência de uma sucessão. Foi preciso esperar séculos até que alguém nos viesse colocar as ideias no lugar. Não me venham pois dizer que é manipulando umas sucessões, eventualmente com recurso a “novas tecnologias”, calculadoras e quadros interactivos, que os alunos vão perceber qual é a ideia correcta de limite. Isto é totalmente impossível. Só com um ensino estruturado e por vezes centrado no professor é que se consegue atingir o milagre do ensino. De que milagre estou a falar? No facto extremamente curioso de ser possível transmitir à geração seguinte tudo que necessitou de séculos para ser percebido. É de facto muito estranho que isto seja possível, mas é esta nossa capacidade de absorver os conhecimentos das gerações anteriores que possibilita sequer a ideia de civilização. Temos o dever de transmitir estes conhecimentos aos nossos alunos, e não brincar às investigações em sala de aula, sacrificando o corpo de conhecimentos acumulados que são o verdadeiro património da humanidade. (...) Como eu disse, as actividades exploratórias podem ajudar, mas não podem ser um fim em si. Por outro lado, contrariamente aos “especialistas” que defendem essa ideia mas que não entram numa sala de aula, qualquer professor do ensino básico e secundário sabe que nem sequer é viável, por questões de tempo, introduzir sistematicamente a matéria desta forma e de seguida fazer a necessária síntese.
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Muitas vezes os matemáticos são vistos como seres alienados e desligados da realidade, que abominam toda e qualquer actividade exploratória mais prática. Isto não corresponde à verdade: trata-se apenas de um truque retórico para afastar os cientistas dos debates sobre o Ensino, estratégia que infelizmente tem resultado.

12 comentários:

José Batista da Ascenção disse...

Oh céus!
Alguém que envie formalmente este texto para o Ministério da Educação, com aviso de recepção e leitura atenta... Em especial para uma tal direcção de inovação e desenvolvimento curricular.
A situação é de extrema necessidade.
Muitos professores, não só de matemática como das outras ciências, ficariam muito gratos.
Estou certo.

Carlos Paulo Freitas disse...

Eu não só subscrevo, como acho que com muito poucas alterações este texto se aplica às cadeiras de Cálculo que têm vindo a substituir as de Análise Matemática em centenas de cursos por este país.

Anónimo disse...

Caro Filipe Oliveira:
Concordo com tudo o que disse.
Mas tudo se torna ainda mais difícil quando tentamos ensinar quem não quer aprender.
Como posso ensinar Matemática quando os "alunos" que tenho à minha frente querem falar ao mesmo tempo que eu, no mesmo tom de voz que eu e para dizer barbaridades e fazer uso do calão mais grosseiro.
E pergunto, será que alguém no nosso país quer que a escola ensine qualquer coisa ou quer apenas que a escola se ocupe dos filhos enquanto os pais trabalham?
E os manuais escolares, actualmente não há um manual que defina os conceitos matemáticos como deve ser e pelos vistos há orientações do M.E. para não dar importância à utilização de notação matemática correcta.
Enviem o texto para o Ministério, concordo!
Mas, tenho impressão que ninguém lhe vai dar qualquer importância porque lá dentro nem sequer deve haver ninguém que entenda o que texto diz.
Enfim, a crise é ainda mais profunda e mais grave na Educação do que nas contas públicas.

Fartinho da Silva disse...

Caro Filipe Oliveira,

Não se atreva a mostrar este texto aos "cientistas", "especialistas" e "burocratas" da educação, porque pode ser excomungado do Reino dos Céus.... quem não conhecer a palavra de Deus (a deles) e não fidelizar professores nos mitos por eles defendidos verá a sua vida transformar-se no Inferno...

Não se esqueça que todos os professores foram e são obrigados pelo ministério da "educação" a frequentar, com aproveitamento, a Igreja Universal do Reino do Construtivismo durante dois anos (chama-se a isto profissionalização em serviço, 2º ciclo de Bolonha ou cursos superiores integrados), são depois obrigados todos os anos a frequentar com aproveitamento, pelo menos, 25 horas de lavagem ao cérebro (chama-se a isto formação contínua de professores) e depois são obrigados a cumprir o Estatuto da Carreira Docente elaborado por defensores do construtivismo e são avaliados no seu trabalho diário através de um sistema de avaliação elaborado por construtivistas.....

Para estes senhores e senhoras a Matemática deveria ser substituída pela Educação Matemática, seja lá o que isso for.

Portanto, bem podemos nós escrever contra tanto disparate que pouco podemos fazer. O sistema foi montado de tal maneira que hoje é praticamente impossível alterar seja o que for, e não podemos esquecer que os construtivistas tomaram de assalto todos os lugares dos centros de decisão do ensino em Portugal e até que estão a entrar nos centros de decisão do ensino particular e até do ensino superior.

Anónimo disse...

Sobre o limite de uma sucessão era assim definido, no 6.º ano do Ensino Liceal, na década de 1960. Primeiro era apresentada a definição de infinitésimo:

«uma variável u_n, função de n, é um infinitésimo, quando, para todo o número positivo δ, existe um correspondente número p, tal que |u_n| < δ, desde que n > p.»

Depois vinha a de limite:

«uma variável u_n, função de n, tende para a (ou tem por limite a), quando a variável u_n - a é um infinitésimo»

J. Sebastião e Silva e J. D. da Silva Paulo, Compêndio de Álgebra, Tomo I - VI ano, Livraria Popular de Francisco Franco, Lisboa, 1963. (p. 154 e 159).

Vasco Gama disse...

Trata-se de um erro comum de quem toma como modelo de encsino da matemática uma aula de um medalha Fields, o prémio Nobel da Matemática: dizer que "definições precisas são o ponto inicial da Matemática" é um erro grave. São o ponto final. E não se ensina alunos a pensar começando pelo fim. O paradigma das aulas universitárias é esse e por isso é que são um fracasso que os professores universitários tentam atirar para cima de terceiros, sejam os professores do secundário seja o ministério.

Anónimo disse...

E já antes, nos 3.º,4.º e 5.º anos do Liceu, se ensinava, na mesma época, toda a Geometria com definições, postulados e demonstração de teoremas, de maneira rigorosa.

Américo Tavares

Anónimo disse...

Se não se der um certo ênfase ao rigor, na matemática, como é que se pode transmitir a quem a aprende o seu carácter único?

Sobre este, depois de ter explicado que os matemáticos «preferem (...) um argumento que põe uma afirmação acima de qualquer dúvida» escreve Timothy Gowers, medalha Fields, em Matemática: Uma Breve Introdução:

«(...) o facto de as disputas poderem, em pricípio, ser resolvidas, dá um carácter único à matemática. Não encontramos equivalente na astronomia, em que alguns ainda acreditam na steady-state theory do universo, ou na biologia, em que alguns, com grande convicção, defendem pontos de vista radicalmente divergentes da capacidade explicativa da selecção natural, ou entre filósofos, que divergem no que diz respeito à relação entre consciência e mundo físico, ou entre economistas, que seguem escolas diferentes de pensamento, como o monetarismo ou o neokeynesianismo.»

Anónimo disse...

O texto de Filipe Oliveira é corajoso e certeiro.

O leitor Vasco Gama sustenta que as definições precisas são o fim da Matemática. Pedindo desculpa pela franqueza, isto revela total ignorância do que a Matemática é. O fim da Matemática não é dar definições. O fim da Matemática é descobrir, provar e aplicar teoremas, ou factos, sobre os conceitos (que, para isso, como Filipe de Oliveira explica, têm de ser previamente definidos com rigor). A afirmação de que "o fim da Matemática são as definições" é muito reveladora dos equívocos que por aí vão. É por ignorâncias destas que os programas e as indicações metodológicas que os acompanham estão como estão. É por ignorâncias destas que, de facto, a Matemática está a desaparecer progressivamente da Matemática do ensino básico e secundário

Unknown disse...

Excelente texto, Felipe Oliveira!

É renovador saber que tem gente pensando assim no mundo.

Eu sou brasileiro e posso afirmar que o texto se encaixou como uma luva para a situação daqui.

Parabéns.

Vasco Gama disse...

O leitor anónimo de 21/11 faz o que é comum entre certos intelectuais: insultar e desviar a conversa. Diz "revela total ignorância do que a Matemática é"; vindo de quem vem só tenho a agradecer. E depois desvia a conversa das definições: estavam a ser discutidas as definições e o seu lugar na exposição matemática e não a Matemática em geral: apresentar as definições precisas logo de início é uma falsificação história e uma castração da intuição: o que já se sabe que vai funcionar já é dado à partida. A matemática é apresentada mumificada: é por isso que o ensino superior em Portugal é tão ineficaz: só se espera que os alunos repitam a exposição final e que, milagrosamente, percebam porque aquilo funciona. Nunca vão perceber obviamente. O professor não pode ser um mero repetidor do manual escolar. Claro que é mais fácil repetir o manual escolar (quando o há) mas... Quando o professor é medalha Fields e os alunos aspirantes a isso, todos os métodos funcionam, mas quando se trata de ensinar Análise ou Algebra a um comum aluno de Biologia ou Eng. Mecânica o caso muda de figura.

Anónimo disse...

Caro Felipe Oliveira.
Como um aprendiz da Matemática, apenas com a Graduação e Pós Graduação em Educação Matemática, Lhe parabenizo pela forma como foi imposta esta problematização. Assunto que é fato, passam os anos e mais tiram das grades curriculares os conteúdos que realmente destacam e tornam os alunos mais ágeis em situações problemas.
Sem ter muito o que falar, apenas levarei este trabalho para minhas aulas para demais futuros matemáticos.
Torres-Rs-Brasil.

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