quarta-feira, 24 de novembro de 2010
ABRE EXPOSIÇÃO NA BIBLIOTECA JOANINA SOBRE A ROYAL SOOCIETY
Informação recebida da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra:
EXPOSIÇÂO NA BIBLIOTECA JOANINA DÁ A CONHECER OS MEMBROS PORTUGUESES DA ROYAL SOCIETY, UMA DAS MAIS PRESTIGIADAS ACADEMIAS DE CIÊNCIAS DO MUNDO
Exposição abre dia 25 de Novembro e estará patente até 28 de Fevereiro de 2011. Visitantes poderão ver instrumentos científicos e documentos históricos, nalguns casos únicos, relacionados com a Royal Society e com os seus sócios portugueses.
Por ocasião dos 350 anos da criação da Royal Society of London, a Biblioteca Geral e o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra (UC) promovem a exposição “Membros Portugueses da Royal Society", que vai estar patente em todo o edifício da Biblioteca Joanina – aberto há menos de um mês ao público na sua totalidade – e onde vão estar em destaque os 25 sócios portugueses daquela instituição, nomes provavelmente pouco conhecidos do grande público, mas cujos méritos lhes valeram a entrada na mais antiga sociedade científica do mundo ainda em actividade. No dia 25 de Novembro, pelas 10H00, Carlos Fiolhais, director da Biblioteca Geral e comissário da exposição, fará uma breve visita guiada para jornalistas.
O primeiro membro português da Royal Society foi o arquivista António Álvares da Cunha, em 1668, tendo-se seguido, já no reinado de D. João V (século XVIII), doze outros portugueses, entre os quais o astrónomo de origem italiana João Baptista Carbone, o médico Jacob de Castro Sarmento e o físico e engenheiro Bento de Moura Portugal, conhecido como “Newton português”. Alguns diplomatas portugueses em Londres tiveram também a honra de entrar para a instituição: o Marquês de Pombal em 1740 e, em 1757, D. João de Bragança, 2.º Duque de Lafões. Ainda no século XVIII, mas já no reinado de D. José, entraram naquela Sociedade mais sete portugueses, alguns dos quais homens de cultura exilados como João Chevalier, astrónomo que viria a ser Director da Real Academia Belga, Teodoro de Almeida, o primeiro físico experimental português, e João Jacinto Magalhães, talvez o mais famoso de todos os cientistas portugueses membros da Royal Society, que conviveu com os maiores cientistas da sua época e foi autor de instrumentos científicos. Durante o reinado de D. Maria I, entraram mais três portugueses, dos quais o mais notável foi o Abade Correia da Serra, botânico e diplomata que, em Washington, se tornou amigo do presidente Jefferson, e que viria a criar a Academia das Ciências de Lisboa com D. João de Bragança. O último português a entrar na Sociedade foi o matemático Garção Stoeckler em 1819.
Da exposição fazem parte objectos científicos, das colecções do Museu da Ciência da UC, bem como documentos históricos, nalguns casos únicos, do espólio da Biblioteca Geral (BGUC) e do Arquivo da UC, todos relacionados com os sócios portugueses da Royal Society ou, de alguma forma, com a própria Sociedade. Assim, os visitantes poderão ver um dos mais antigos microscópios existentes em Portugal, que Jacob de Castro Sarmento, formado pela UC e exilado em Londres, ofereceu à Universidade, uma pêndula idealizada e mandada construir por João Jacinto de Magalhães ou ainda um barómetro de viagem que ele concebeu, mas também o magnete chinês oferecido pelo Imperador da China ao rei D. João V, realizado por um membro da Royal Society. Para além de instrumentos científicos, poderão também ser contemplados um exemplar do manuscrito original dos Estatutos Pombalinos da UC, ou ainda a primeira edição da mais antiga revista científica do mundo ainda publicada, a “Philosophical Transactions”, datada de 1665 (a BGUC é a única biblioteca nacional a ter a colecção completa desta revista editada pela Royal Society).
A Royal Society foi criada em Londres, em Novembro de 1660, por doze homens que pretendiam aprofundar o estudo experimental da Natureza. Em 1662, o rei inglês Charles II, que em 1661 tinha casado com a portuguesa Catarina de Bragança, filha do rei D. João IV, decidiu que essa sociedade se tornasse Sociedade Real. Desta Sociedade fizeram parte cientistas como Isaac Newton, que foi presidente da Sociedade entre 1703 e 1727, mas também Darwin, Thomson, Crick, Watson, entre outros.
A exposição, que abre no próximo dia 25 de Novembro, estará patente até 28 de Fevereiro de 2011, podendo ser visitada das 09h30 às 17h00 durante a semana e das 10h30 às 16h00 ao fim-de-semana, mediante a compra do Bilhete Biblioteca Joanina, do Bilhete Paço das Escolas ou do Bilhete Geral + Museu da Ciência, na Livraria-Loja da UC. Esta iniciativa, que conta com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia, pretende também ser uma forma de atrair mais público para a jóia do património da UC que é a Biblioteca Joanina.
INFORMAÇÃO ADICIONAL
Sítio da Exposição “Os Membros Portugueses da Royal Society”: aqui.
Colóquio associado à exposição "Portugal- Grã-Bretanha: 250 anos de intercâmbio científico (1660-1910): aqui.
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1 comentário:
De cada vez que tomo conhecimento de quantos valores nacionais altamente qualificados vivificam no estrangeiro, e independentemente do local em que tenham falecido, lembro-me imediatamente do Padre António Vieira que, num seu VII Sermão, explicava:
"Por isso nos deu Deus tão pouca terra para o nascimento, e tantas para a sepultura. Para nascer, pouca terra; para morrer toda a terra; para nascer Portugal; para morrer o Mundo."
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