"Dentro de 5 mil milhões de anos, a Galáxia de Andrómeda irá colidir com a nossa Via Láctea. Um novo e gigantesco mundo cósmico irá nascer". Assim termina a música intitulada "Adeus Via Láctea", do álbum "A Posteriori", dos Enigma.
Do ponto de vista científico a "profecia" tem algum mérito; de facto, os astrónomos afirmam que tal irá ocorrer. O termo "colidir" não é, porém, o mais adequado. Curiosamente, na semana passada o Observatório Europeu do Sul produziu uma extraordinária imagem de duas galáxias em processos de canibalismo. Esse par tem o romântico nome de Átomos para a Paz (relacionado com um discurso do Presidente Eisenhower em 1953 sobre a promoção do poder nuclear para fins pacíficos) e nessa imagem podemos ver esse "mundo cósmico" que nos espera. Desengane-se quem prevê enormes catástrofes de choques de estrelas, planetas e afins; a distância entre as estrelas será sempre tão vasta que nada de extraordinário acontecerá. Mas nós gostamos de histórias do fim do mundo. No passado dia sete deste mês um enorme acelerador de partículas criou condições semelhantes às do Big Bang. Alguns acreditaram que tinha chegado o Apocalipse. Erraram. Brincado um pouco, no contexto galáctico tem muito mais piada acabar com um buraco negro criado por nós do que levar com um pedregulho na cabeça, o que tem o seu aspecto de incompetência civilizacional. Civilização que se preze termina por mãos próprias e não fica à espera de objectos celestes alheios!
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