terça-feira, 9 de novembro de 2010

João Mendes Sachetti Barbosa (1714-1773/4?)


Outro membro português da Royal Sociedade de Londres, em informação recebida da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (na imagem o terramoto de Lisboa de 1755, que Sachetti Barbosa reportou à Royal Society):

João Mendes Sachetti Barbosa (1714-1773/4?)

Médico. Foi eleito membro da Royal Society em 10 Maio de 1750.

Nasceu em Estremoz, estudou Filosofia em Évora e formou-se em Medicina na Universidade de Coimbra. Exerceu no Alentejo e mais tarde tornou-se médico do infante D. Manuel. Foi fidalgo da Casa Real e Cavaleiro da Ordem de Cristo. Ainda cedo estabeleceu relações com sociedades científicas estrangeiras, sendo admitido na Real Academia Médica de Madrid, em 1747. Em Portugal foi o principal teórico da Academia Médica Portopolitana, fundada em 1749. Manteve intensa correspondência com ilustres colegas de profissão exilados em Londres, Castro Sarmento e Ribeiro Sanches (1699-1783), sendo permeável aos mais avançados progressos nas ciências médicas. Apologista das teorias médicas do holandês Herman Boerhaave (1668-1738), baseadas na filosofia newtoniana, advogava o ensino prático e experimental da medicina e colaborou na reforma pombalina dos estudos médicos na Universidade de Coimbra.

Para além dos escritos no âmbito da Academia Médica Portopolitana, transmitiu as suas ideias e conhecimentos na sua obra principal, Considerações médicas sobre o método de conhecer, curar e preservar as epidemias, endemias e febres malignas podres, pestilenciais, contagiosas… (Lisboa, 1758). Uma outra obra sua, Cartas, em que se dá notícia da origem, e progresso das sciencias… (Lisboa, 1753), suscitou uma longa polémica acerca da autoria, tendo sido atribuída também a Frei José de S. Miguel (1714-?).

Colaborou nas Philosophical Transactions com duas comunicações publicadas em 1755: A primeira, apresentada à Royal Society por Castro Sarmento, acerca da observação de um eclipse da Lua que efectuou em Elvas, nos dias 27 e 28 de Março de 1755, com o auxílio de um tubo óptico muito comprido; e a segunda com base em duas cartas enviadas ao mesmo Castro Sarmento, relativas ao trágico terramoto de Lisboa de 1755.

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