Depois do Professor Marçal Grilo ter denunciado a estranha forma de falar e de escrever que algumas pessoas ligadas à educação usavam quando se dirigiam ao comum dos mortais, muitos foram os que reforçaram essa denúncia, contribuindo, penso eu, para que, a pouco e pouco, o tal «eduquês» dê lugar a português corrente.
Seria importante que noutras áreas se seguisse o exemplo, para ver se nos livrávamos das “trepadeiras de palavras sem sentido”, no dizer do ex-Minsitro da Educação. Nesse sentido, e parafraseando Nuno Crato, espero que se venham a editar livros com títulos como os seguintes: O politiguês em discurso directo, O sociologuês em discurso directo, O economês em discurso directo...
Talvez isso nos permitisse perceber quando estamos perante um verdadeiro Doutor Fox e, desta maneira, tivéssemos mais sentido crítico perante discursos que começam assim:
"A PT, ao contrário dos seus concorrentes em Portugal, sempre apostou na portugalidade, sempre apostou na "portugalização" dos seus conteúdos. É um termo português errado, mas que eu uso, facilita-me explicar as coisas."
E que continuam como o leitor pode ler aqui.
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3 comentários:
Não me choca nada:
em todas as épocas houve grandes escritores que "aportuguesaram/simplificaram/adaptaram" termos, criaram novas palavras e verbos a partir de palavras que davam uma imagem mais precisa da ideia que queriam transmitir.
Eça de Qreiroz tomou uma "Chazada" e "chinelou" pela casa numa tarde de tédio.
Não há como manter o espírito aberto quanto à evolução da linguagem; como em tudo!
O espírito tem limites. Mas o vídeo mostra a realidade que se passa em muitas empresas. A isto se pode juntar os muitos os termos importados do outro lado do Atlântico Sul. Tudo se torna hilariante quando a ignorância vem ao de cima como no caso do futebol e da "goal-average"!
O problema, se bem entendo, não são os estrangeirismos ou a "liberdade poética", mas o uso das palavras, como no eduquês, para ocultar, ofuscar, aquilo que se diz ou, pior ainda, fingir que se fala não dizendo nada.
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