segunda-feira, 26 de março de 2007
MONUMENTOS AO ERRO
O recente livro "Relógios do Sol", editado pelos Correios de Portugal, fez-me olhar com atenção para um relógio de Sol gigante que há em Coimbra no Portugal dos Pequenitos. Talvez seja o maior do país. No fundo do referido parque infantil observa-se um extenso plano inclinado com um enorme mastro, cuja sombra deveria dar a hora solar. Mas, para o conjunto funcionar, era preciso que o plano fizesse com o chão um ângulo igual à co-latitude do lugar (50 graus) e que o mastro, perpendicular ao plano, apontasse para Norte. Nenhuma destas condições está satisfeita... De nada vale olhar para a sombra do mastro que não se lê a hora certa. O arquitecto terá feito bem os cálculos, mas o empreiteiro não seguiu o projecto à risca e o dono da obra (a Fundação Bissaia Barreto) deixou ficar. Ficou um monumento ao erro!
No Estoril também há um relógio de sol errado. O relógio de sol que foi construído no muro vertical de betão que sustém a arriba da praia do Tamariz encontra-se à sombra bastante antes do pôr-do-sol numa larga parte do ano. Por outro lado, e segundo foi em tempos noticiado no jornal "Expresso", devido a um erro nas marcações, o referido relógio está significativamente desfasado do tempo solar real. A culpa, mais uma vez, não é do Sol, mas exclusivamente humana. A obra foi paga pela Câmara Municipal de Cascais, quer dizer saiu do bolso dos contribuintes. É um outro monumento ao erro!
Dá ideia que em Portugal, no que toca a modernos relógios de sol, há uma certa insensibilidade ao erro...
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
35.º (E ÚLTIMO) POSTAL DE NATAL DE JORGE PAIVA: "AMBIENTE E DESILUSÃO"
Sem mais, reproduzo as fotografias e as palavras que compõem o último postal de Natal do Biólogo Jorge Paiva, Professor e Investigador na Un...
-
Perguntaram-me da revista Visão Júnior: "Porque é que o lume é azul? Gostava mesmo de saber porque, quando a minha mãe está a cozinh...
-
Usa-se muitas vezes a expressão «argumento de autoridade» como sinónimo de «mau argumento de autoridade». Todavia, nem todos os argumentos d...
-
A “Atlantís” disponibilizou o seu número mais recente (em acesso aberto). Convidamos a navegar pelo sumário da revista para aceder à in...
4 comentários:
O mastro não tinha de apontar para o norte, mas para o sul. Um pequeno lapso, suponho.
Jorge Semedo de Matos
Somos tão evoluidos como macacos, ha milhares de anos faziam-se relogios de sol sem maquinaria nem computadores, hoje os nossos empreteiros e engenheiros da treta nem uma casa sabem construir quanto mais um relogio de sol!!!
Armando Quintas
Faziam-se relógios de sol sem maquinaria nem computadores, mas calcular um relógio de sol não estava ao alcance de qualquer um. Aliás, ainda hoje não está, embora não seja esse o problema que aqui se coloca.
Jorge Semedo de Matos
jorge.matos@vianw.pt
Caro Jorge Semedo de Matos
Não é lapso. Neste tipo de relógio de sol, o ponteiro deve estar dirigido
para norte.
Enviar um comentário