Ocorreu o equinócio de Outono boreal. Nos antípodas, renasce a natureza no esplendor da Primavera austral.
Por aqui, os dias vão ficar cada vez mais escuros até ao solstício de Inverno.
Hoje, a Terra espreguiça-se ociosamente antes de entrar para os tempos mais difíceis que agora chegam.
Só hoje, o dia é igual à noite. Numa singularidade cósmica, uma harmonia celestial na eclíptica e na órbita elíptica de Kepler.
O amanhã, será mais escuro, cada vez mais escuro. Apesar do colorido deslumbrante com que as plantas se despedem da clorofila. Amanhã, só as estrelas nos darão esperança e sonho, embalados na viagem sideral por mais uma sinfonia outonal, música das esferas perdidas, do "fá" e do "mi" terrestres.
António Piedade
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5 comentários:
Triste sim. Muito triste.
Mas não por ser Outono.
O outono é lindo, mas triste. O texto é que é muito lindo.
O outono traz consigo o inverno que nos enregela o corpo e o coração, principalmente este ano em que há boas razões para esperar mau tempo de outra espécie.
De lucidez, saudável.
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