quinta-feira, 13 de setembro de 2012
REGRESSO ÀS AULAS
Meu depoimento prestado ontem a Helena Teixeira da Silva, jornalista do Jornal de Notícias, e saído no JN de hoje:
A minha primeira aula foi em 1962 – já lá vai meio século! – quando os meus pais me levaram à Escola da Voz do Operário, em Lisboa, para entrar no que então se chamava instrução primária. Como não tinha andado no jardim-escola, naquela época pouco frequentado, achei de início tudo muito estranho. Chorei baba e ranho como qualquer criança que se julga abandonada pela família. Mas, contente de ter uma pasta (na altura não havia ainda a moda das mochilas) e uma bata, cedo me adaptei ao novo ambiente. E passei a gostar da escola. A maior parte do que a professora ensinava já eu sabia, dado o meu domínio da leitura e da escrita (tinha aprendido a ler em casa, com a ajuda da Cartilha Maternal) e havia muitos meninos (todos rapazes, pois a coeducação ainda não tinha chegado) com quem podia brincar no recreio. Foi fácil passar para a 2.ª classe, que haveria de frequentar em Coimbra devido a mudança de residência.
Quando pus o pé pela primeira vez na escola a meta era o exame da 4.ª classe. Não fazia ideia de que haveria de passar na escola os próximos 20 anos da minha vida, até ao doutoramento numa universidade alemã. E não podia imaginar que os 30 anos seguintes também os ia passar na escola, agora como professor. Depois que entrei pela primeira vez na escola nunca me fartei de regressar às aulas. A escola é a minha vida!
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3 comentários:
Pois!!!!!
"Ao princípio estranha-se mas depois .... ENTRANHA-SE!!!"
Ter família por alicerce o fruto edificado!
Ainda dizem que o ensino de antigamente é que era bom. Anda lá há 50 anos e ainda não conseguiu acabar!
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