sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Adenda às Minhas Cartas Anteriores ao Primeiro Ministro e ao Governo

Peço à generosidade do DRN  o favor de acrescentar estas linhas às minhas cartas anteriores:
O Sr. Dr. António José Seguro afirma que tudo fará para que o governo não tire dinheiro aos trabalhadores para o dar às empresas (o problema da TSU) – e eu aplaudo.
Mas não diz uma palavra sobre o dinheiro que o mesmo governo pretende tirar aos pensionistas, para o dar...a quem? Pessoas como o signatário ( e haverá muitos como ele e outros piores do que ele) não tiveram actualizações nas suas pensões nos últimos doze anos (aguentando com a perda de poder de compra relativa às sucessivas inflações). É a estas pensões ultra-degradadas que o governo pretende, selvaticamente, aplicar um corte leonino, “custe o que custar”...a quem?
Isto, que impressiona a Dra. Manuela Ferreira Leite e o Dr. Bagão Félix, não parece impressionar o secretário geral do PS, que, aparentemente, aprovará o orçamento desde que se resolva apenas ao trapalhada da TSU. Será que, para ele, os velhos pensionistas são descartáveis? Será que esta pavorosa insensibilidade se gera nas JOTAS, sejam elas de que partido forem? Preferia acreditar que assim não é!
Eugénio Lisboa

5 comentários:

José Batista disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
José Batista disse...

Devido a pequenas falhas eliminei o comentário anterior que substituí por este:

Acaso o Senhor Professor acredita na "escola de virtudes" das JOTAS?
Se assim é dececiona-me.
Então de onde vieram Sócrates e Varas e Seguros e Relvas e Passos Coelhos e tantos, tantos outros? Que formação e preparação têm estas pessoas? Que percursos, profissionais e/ou académicos, fizeram? Os factos não estão à vista?
O que é que tal rapaziada tem feito pelo país? Não entra pelos olhos dentro?
Por que raio não temos nós direito a democracia autêntica? Por que é que as pessoas, no pleno uso do que deviam ser os mais elementares direitos de cidadania, não se podem candidatar ou propor candidatos à Assembleia da República?
É legítimo que os partidos capturem a democracia? Sim, porque o nosso regime político é uma partidocracia. Os cidadãos, enquanto tal, não contam. Quando elegem, elegem listas de indivíduos, compostas por pessoas que não conhecem ou de que não gostam, elaboradas por chefes partidários. Não é assim com tantos deputados canastrões que temos que suportar legislatura atrás de legislatura?
No tempo de Salazar era uma lista única, agora temos meia dúzia... E trabalhamos para eles e para quem eles servem. Fraca democracia...
Eu creio que se as pessoas pudessem eleger os seus próprios representantes a nossa democracia melhorava, porque aí havia mais responsabilidade e prestação de contas.
Agora assim...

PS: resta-me acrescentar que sempre houve duas, três dúzias, de deputados, dos vários partidos que me mereceram respeito e admiração. Já os outros (cerca de) duzentos foram/são uma nulidade.

Disse.

Rui Baptista disse...

Com o pedido do seu autor, transcrevo este comentário do Professor Eugénio Liboa:

"Caro Dr. José Baptista, deve ter compreendido que a minha pergunta era retórica: não tenho qualquer fé nem nas JOTAS nem no aparelhismo dos partidos em geral. Mas devemos continuar a “picar” os chefes para os obrigarmos a definirem-se. Neste momento de angústia generalizada, não me parece que devamos encostar-nos ao nosso (justificado) cepticismo , para nada fazermos. É como na famosa peça de Anouilh, em que Becket “veste” a honra de Deus, mesmo sem acreditar nele e cumpre o seu dever até ao martírio. Como dizem os franceses, “il faut faire semblant”, a favor de quem sofre até mais do que nós. O importante é dar um sinal de que se resiste. De resto estou de acordo com o que o meu ilustre amigo escreve, palavra por palavra. Depois, devemos, é claro, lutar por uma verdadeira democracia. Esta está bem precisadinha de reforma. Mas nem por isso desisto de dizer que o rei vai nu! Aceite os mais cordiais cumprimentos do

Eugénio Lisboa"

José Batista disse...

Caríssimo Professor Eugénio Lisboa

No fundo eu não acreditava que o Senhor Professor me dececionasse...

Mas, como facilmente percebe, também eu preciso de gritar, como (quase) toda a gente.

Muito bem haja por me responder. Sinto-me honrado por isso.

E muito bem haja também pela sua coragem, pela sua clareza e pelo seu exemplo.

Nem imagina o gosto com que recebo e retribuo os seus cumprimentos.

José Batista da Ascenção

Ildefonso Dias disse...

Professor José Batista;

Sendo o Senhor Professor José Batista bastante assíduo nos comentários do DRN, e também por isso, e em comentários, conheço bem a sua posição, aliás, declarada explicitamente acerca de muitos assuntos como sejam a “Escola Única” e o “Homem Novo”. Temos pontos de vista diferentes, o que é de louvar... é assim em democracia.

Fico agora a saber que o Senhor Professor não se identifica com “"escola de virtudes" das JOTAS”. E penso que faz muito bem, eu também não me identifico.

Somando tudo, eu não compreendo, e considero até estranho, a pergunta que o Senhor Professor coloca a Eugénio Lisboa, e digo-lhe já o porquê.

A estranheza resulta de; se o Senhor Professor não se identifica com a “Escola Única” nem com o “Homem Novo” nem tão pouco com a "escola de virtudes" das JOTAS, (interrogo-me!), identifica-se então com o quê?? suponho que se identificará com os “homens das gerações anteriores”?!! Senhor Professor, é muito importante dizer que não se gosta disto, mas é igualmente importante dizer do que se gosta. Eugénio Lisboa pertence a uma geração que apreendeu o grande problema do seu e também nosso tempo; É óbvio para todos que Eugénio Lisboa não se identifica com as JOTAS. A sua pergunta é por isso estranhissima.

Eu penso que o Senhor Professor José Batista em relação a algumas matérias como sejam a “Escola Única” e o “Homem Novo” está confuso, e têm uma ideia errada do seu significado; corre por isso o risco de se dececionar com Eugénio Lisboa, caso ele lhe venha a declarar que é contra “os homens das gerações anteriores e a favor de um homem novo”.

Professor José Batista, deixo-lhe uma citação do Professor Bento de Jesus Caraça, com a qual o pretendo esclarecer no assunto; com o propósito de - não só mas também - o Senhor Professor nunca se dececionar com Eugénio Lisboa, caso este lhe declare ser favorável ao “Homem Novo”. Porque Eugénio Lisboa sabe isto que cito, e o Senhor Professor José Batista não.

“Ora, na nossa época, em que o que está em jogo é precisamente - ou o bem-estar geral possibilitado pela ciência, ou a manutenção de uma estrutura social em desacordo com as realidades profundas do seu tempo - é natural que aqueles que, subjetivamente, escolheram o caminho (...) apelem para a consciência coletiva das massas, procurem despertá-la e fortalecê-la pela apropriação das grandes organizadoras futuras da sociedade, das grandes propulsoras do bem-estar material de todos - a ciência e a técnica.

Na mão destes dois elementos - apelo ao social, aproveitamento de total das possibilidades cientificas e técnicas - reside o grande problema do nosso tempo, aquele problema que anda no ar, aquele problema que as gerações novas em grande parte apreendem, nas suas linhas gerais pelo menos, e que os homens das gerações anteriores, na sua maioria, fechados à grandeza do debate e virados para a “defesa dos seus haveres”, não vêem na imensidade da sua perspetiva”.

Cordialmente,

DUZENTOS ANOS DE AMOR

Um dia de manhã, cheguei à porta da casa da Senhora de Rênal. Temeroso e de alma semimorta, deparei com seu rosto angelical. O seu modo...