quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Tantas reguadas em vão...

Parte dum texto que circula pelas caixas de correio electrónico. A sua leitura não pode deixar de invocar recordações aos que já entraram nos "entas".

"Nos nossos sete, oito e nove anos tínhamos que fazer aqueles malditos ditados de que as professoras se orgulhavam. A partir do terceiro erro de cada texto, tínhamos que aquecer as mãos para as dar à palmatória.

E levávamos reguadas com erros destes: “ação”, “ator”, “fato” (“facto”), “tato” (“tacto”), “fatura”, “ reação”, etc, etc… Os brasileiros levavam menos reguadas e ganhavam-nos. Com o novo acordo ortográfico, voltam a ganhar-nos, pois somos nós que temos que nos adaptar."

15 comentários:

joão boaventura disse...

Como se não bastasse o empobrecimento e abastardamento da latinidade, que outros idiomas conservam, a saber:

Latim - actor - factor - sector
Francês - acteur - facteur - secteur
Espanhol - actor - factor - sector
Inglês -actor - factor - sector
Alemão - akteur - faktor - sektor
Port. séc. XX - actor - factor - sector
Port. séc. XXI - ator - fator - setor
Brasil desde sempre - ator - fator - setor

Se filho se portou mal a engolir consoantes, o pai desaprende e passa a falar brasileiro, com o que perde ortografica e vocalmente.

É a fruta dos tempos inacabados.

Luís Ferreira disse...

Ainda podemos dizer NÃO!

http://ilcao.cedilha.net/

lino disse...

Por mim digo não definitivamente, se não exercer actividade profissional depois dos 66 anos. Quanto às nossas professoras, gostavam dos ditados e ainda bem, pois foi assim que aprendemos a escrever.

Anónimo disse...

Sou contra o "acordo ortográfico" porém, como leitor assíduo deste blogue, só tenho a lamentar que este dissemine inverdades como: "Com o novo acordo ortográfico, voltam a ganhar-nos, pois somos nós que temos que nos adaptar."


O acordo, tanto quanto sei, também altera a ortografia do outro lado do Atlântico, tendo por isso "eles" também de se adaptar.

Fernando

Graça Sampaio disse...

Calma! Adaptamo-nos a tudo. Daqui a dez anos tudo vai parecer normal. Como aconteceu com o acordo de 1945 e com as adaptações dos anos 60. A língua é dinâmica e evolui com os erros que os falantes lhe introduzem. Quando esses erros entram na norma, é preciso adaptá-la e "combinar" novas formas. Não sejamos (pseudo)puristas. Se tivessemos todos sido puristas absolutos, ainda falávamos e escrevíamos em latim.

Anónimo disse...

"Se tivessemos todos sido puristas absolutos, ainda falávamos e escrevíamos em latim." Olhe que não, nem latim falaríamos. Balbuciaríamos como os homo de há 500.000 anos. O latim foi uma aberração de algo mais antigo.

Anónimo disse...

Eu sou a favor do acordo. Pessoalmente dispensava o trabalho de me adaptar mas vem simplificar a formação dos alunos que cada vez tem mais matérias e requer mais anos de estudo.
Bem que o inglês precisava de uma revisão para não perderem tanto na escolas com "spelling contests".

Luís Ferreira disse...

"Se tivessemos todos sido puristas absolutos, ainda falávamos e escrevíamos em latim."

Pergunto a mim mesmo que mal faria se ainda falássemos e escrevêssemos em latim. Estou convencido que nenhum.

maria disse...

estou convencida que esse acordo foi assinado pelos que levaram mesmo reguadas em vão...nem com elas conseguiram disciplinar-se para escrever sem erros e então como , por mistérios da natureza , são agora os que legislam , depois do curso na Independente , adaptaram a escrita à medida das suas capacidades.

Banda in barbar disse...

a mim mesmo que mal faria se ainda falássemos

se falassem mais ou menos eram padres

e há o problema
poetae latini minores

é uma língua mais própria para canis

declina-se inverte-se o sentido frásico

mesmo o latim tinha dialectos

e corruptelas linguísticas

aqui só devem ter tido latim do 5ºano dos liceus

ou do 11º tanto faz

Banda in barbar disse...

Raposas ladinas que não chegam a
Comentariile ulterioare vor fi trimise la uvas latinas

Banda in barbar disse...

de resto em biologia toda a taxonomia permanece latina

Banda in barbar disse...

va fi vizibil după aprobare

e o romeno conserva muitos arcaismos linguisticos

do baixo latim

Anónimo disse...

Acho que se fez demasiado alarido com isto. Até parece que vamos ter que mudar o modo de falar. Não me incomoda nada libertarmo-nos de alguns arcaísmos que, verdade seja dita, não faziam falta nenhuma à nossa língua, tais como as consoantes mudas.

Concordo que a escrita fica mais bonita com as consoantes mudas, mas não me parece que seja um argumento forte o suficiente para não a alterar.

E quanto ao primeiro comentário, tem lógica que essas consoantes existam tanto no francês como não inglês, porque são pronunciadas. Na nossa língua não são.

E já agora, os brasileiros também vão ter que alterar a escrita deles, não somos nós que vamos passar a escrever como eles; vai ter que haver adaptação de ambas as partes.

Anónimo disse...

Levei algumas réguadas por causa dos malditos erros mas a professora usava a régua só para fazer de conta. Era uma por cada erro a partir dos três mas nunca podia ultrapassar as seis. Sentia um formigueiro depois do castigo mas nada de especial. Um dia enganou-se e deu-me uma a mais. Pediu-me desculpa, deu-me um beijo e perguntou-me se já tinha passado. Lembro-me que lhe disse que não fazia mal.

MANIFESTO PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM EM TEMPO DE GenAI

  Por Maria Helena Damião e Cátia Delgado Assinado por académicos de diversos países do mundo, foi publicado no passado dia 29 de Novembro, ...