é vermos o metal de que era feita.
Com o fim dela, um mundo desaba
e o que se aprende não aproveita.
As fundações daquilo eram falsas,
a ternura era só investimento.
As palavras ternas dançavam valsas,
que tinham, depois, facturamento.
Numa amizade semeamos tanto!
Ela é como se fosse uma casa,
cheia de tesouros e de encanto.
Descobrir que ela é falsa arrasa:
o que foi grande e bom e já não é
desvela, em nós, um morto em pé.
Eugénio Lisboa
5 comentários:
Desvela em 'nós' um morto em pé. Bom auto - retrato.
Bom auto-retrato do Anónimo, presumo eu, que é isso que pretende dizer. Concordo.
Será que o Anónimo das 07.56 quis dizer que o Anónimo das oo.29 se "apropriou" de um verso do autor do poema, usando-o como auto-retrato? Se é assim, faz sentido, mas só assim.
Foi exactamente isso que quis dizer. Cabe agora ao autor do poema reagir a essa "apropriação", de resto muito corrente nos meios literários.
O que será que tanto inquieta certas pessoas, nos sonetos daquele autor, que não conheço pessoalmente? Dá para desconfiar...
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