conduzem-se com pouca elegância,
mesmo sendo a glória ilusória
e só irrelevante extravagância.
Os famintos dela portam-se mal
atropelando belas amizades,
ou liquidando-as com um punhal,
assim perdendo algumas virgindades!
O caçador de glória perde o tino
para agradar a gregos e troianos.
Se necessário, faz mesmo o pino
e outros afincos euclideanos.
Caçar a glória exige ganância
e deselegante beligerância.
Eugénio Lisboa
NOTA: Este soneto não se dirige a ninguém em particular. Tem, pelo contrário, uma vasta abrangência, dando cobertura a inúmeros e desajeitados gulosos da glória. Eles sabem que o são e reconhecer-se-ão nestes catorze versos, embora esse reconhecimento não se torne público e em nada os vá beneficiar: continuarão a ser como são.
Sem comentários:
Enviar um comentário