quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Nenhuma rua, nenhum terreiro


Nenhuma rua, nenhum terreiro.

Nenhum rio, nenhuma corrente.

Nenhum mar, nenhum veleiro.

Nenhum estio, nenhum poente.

 

Nenhum vento, nenhuma folha.

Nenhum livro, nenhum poema.

Nenhuma garrafa, nenhuma rolha.

Nenhum aroma, nenhuma alfazema.

 

Nenhum jardim, nenhuma borboleta.

Nenhum largo, nenhuma alegria.

Nenhuma mágoa, nenhum poeta.

Nenhuma flor, nenhuma alergia.

 

Nenhuma lágrima, nenhum morto.

Nenhum porto, nenhum adeus.

Nenhum olhar, nenhum rosto.

Nenhum altar, nenhum Deus.

 

Nenhum frio, nenhuma penedia.

Nenhuma esperança, nenhuma janela.

Nenhuma estrela, nenhuma lira.

Nenhum arroz-doce, nenhuma canela.

 

Nenhum beijo, nenhuma anuência.

Nenhuma lezíria, nenhum alevim.

Nenhum homem, nenhuma ausência.

Nenhuma terra, nenhum fim.

 

Sem comentários:

O corpo e a mente

 Por A. Galopim de Carvalho   Eu não quero acreditar que sou velho, mas o espelho, todas as manhãs, diz-me que sim. Quando dou uma aula, ai...