“E ondas do mar, e ondas do tempo levam a
voz de Prometeu, levam o seu grito de protesto e de revolta e de verdade aos
horizontes mais longínquos”( João de Barros) como seja, a título de mero
exemplo, o meu ”post” aqui publicado, no decurso do passado dia 22 de Fevereiro de 2021,
titulado: “Moral da história: não chega proibir””.
Hoje lia-se e custa a acreditar. Reporto-me
a esta notícia de primeira página, publicada
no “Correio da Manhã”: “Jovens furam lei disparando negócio de casas
arrendada para eventos ilegais de norte a sul”. Como é fácil de deduzir, não se tratam de jovens em idade de levar
açoites no rabinho!
“Ipso facto”, devem ser penalizados com uns dias de prisão para que
lhes entre no bestunto terem cometido crimes graves, tanto mais graves se comparados com quem
rouba um simples pão para dar a comer aos filhos com fome, passando a ver, através da grades prisionais, o sol aos
quadradinhos.
Para que não se pense que aminha pena tem sido
conivente, ou simplesmente benévola, para com situações destas, publico breves
excertos deste meu “post”, aqui publicado
e acima supracitado, sobre situação idêntica:
- “Há certas situações em que eu gostaria
de não ter razão ouvindo bichanar, ao lado e em surdina, deixá-lo falar que ele
há de cansar-se de falar contra a parede do silêncio. Mas ainda bem que eu não
me calo numa situação em que está em causa o maior bem do mundo, a vida humana”.
- “Neste circo de palhaçada em que se
tornou a política portuguesa, eu sou o pobre palhaço, citando Charles
Chaplin, “o que me coloca a nível bem mais elevado que o de qualquer outro
político”. Sou palhaço, sim, mas refractário às perigosas palhaçadas que se
passam na vida política portuguesa”.
Mandachuvas deste país
em que nem depois de casa roubada põem trancas na porta, agindo em conformidade com a gravidade da situação receitando e
mandando aviar uma simples aspirina para tratar uma gangrena social em estado
avançado é o mínimo de pedir ou, mais do que isso, exigir ao Governo, para não serem coniventes com a actual
situação pandémica.
“Mutatis mutandis”, aliás,
como nos alerta o anexim “tão ladrão é o que vai à horta como o que fica à
porta” tão responsáveis são estes meninos e meninas com um governo que se contenta em passar simples multas a
gente de grandes cabedais.
Será assim tão difícil
de compreender que seja necessário fazer sabatinas constantes da matéria dada a
governantes de cabeça dura e coração mole? Se assim for, contem comigo para fazer
cumprir um acção pedagógica para que não morram como tordos mais vítimas por contágio
com o corona vírus. Trata-se de uma acção de verdadeiro humanismo em oposição a uma cidadania em que não obedece
quem deve e manda tiranicamente quem
pode. Numa alusão à “vox populi”, tão a meu gosto, “se queres conhecer o
vilão, põe-lhe o pau a mão”!
Razão presidiu a
Einstein: “O
mundo é um lugar perigoso para se viver, não por causa dos que fazem o mal, mas
por causa daqueles que o observam e deixam o mal acontecer”!
Ou, como se interrogava
desalentado o nosso Eça: “No meio de tudo isto que fazer? Portugal tem
atravessado crises igualmente más, mas nelas nunca nos faltaram nem homens de
valor e caracter, nem dinheiro ou crédito. Hoje crédito não temos, dinheiro
também não – pelo menos o Estado não tem -
e os homens não os há, ou os raros que
há são postos na sombra pela Política. De sorte que esta crise me parece
a pior – e sem cura”.
Pessimista que sou, temo bem que a pipa de massa vinda brevemente da União Europeia para os cofres da fazenda nacional em que o dinheiro jorrará em torrente caudalosa para o bem público se o seu curso não for desviado para algibeiras de gente viciada em rendosa corrupção permitida por cegos em que o pior cego é aquele que não quer ver ou lhe não convenha.
"Post Scriptum": Esta madrugada, ouvi na televisão (ou terei sonhado?) que o PSD iria propor que os políticos deverão declarar as organizações discretas a que pertencem: "Maçonaria" e "Opus Dei". Já agora, porque não outra, tanto ou mais discreta e influente, como a "Opus Gay"?
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