Meu companheiro de cadeia domiciliária (salvo seja!) que o léxico actual dá o nome de confinamento. Trata-se de um chiuahuha de 4 anos de idade cuja inocência o leva a acreditar num mundo de "fraternidade" em que pessoas miseráveis, como se costuma dizer, "com pelos no coração", os abandonam na rua sem dó nem piedade!
Como eu admiro as almas perfeitas que vivem na rua e partilham o seu cobertor roto e a sua magra bucha com o seu fiel amigo de infortúnio. São essas pessoas que me levam a acreditar numa humanidade em que as pessoa repartindo os seus magérrimos haveres são uma luz de esperança perante o negrume daqueles políticos e argentários que estão sempre prontos e ávidos em repartir os seus bens com os que têm mais fugindo aos impostos e roubando a bolsa alheia.
São esses os "respeitáveis" donos de um mundo em que a fraternidade é uma palavra vã de pessoas, sem generalizações perigosas de se fazer, em que a ética é própria dos fracos e oprimidos e a falta de ética o abre-te Sésamo da fortuna que ostentam! São estes os ingredientes de uma via socialista que diz combater o capitalismo para os outros e defendê-lo para si!
Para onde vais mundo do faz de conta em que os bons são os maus e os maus são os bons?
P.S.: Aditamento merecedor de atenção e reflexão: “A verdadeira bondade do homem só se pode manifestar com toda a pureza, com toda a liberdade, em relação aqueles que não
representam nenhuma força. O verdadeiro teste moral da humanidade - o mais
radical, num nível tão profundo que escapa ao nosso olhar - são as relações com
aqueles que estão à nossa mercê: os animais” (
Milan Kundera).
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