(A propósito de Bolsonaro)
Mui mais queria, besta não havendo,antes ir a pé que nele cavalgando,dizia D. Dinis, disto sabendo,como doutras coisas sob seu comando.Se nesse tempo a besta escasseava,como diz o rei que o Pinhal plantou,agora é animal que abunda à bravapelo mundo que o português criou.O Brasil que Cabral a nós abriutem hoje, Presidente, Bolsonaro,que diz que o vírus nunca existiu,que assim lho diz instinto e faro.Capitão ignaro, egrégio cavalo,feito à medida das bestas de carga,não apetece, mesmo assim, montá-lopor nos impor maldade à ilharga.Filho da mãe bem certificado,bicho raivoso e enviesado,odeia o pobre e o povo esmagado,com ódio de bicho mal amado.Há-de lixar-se, não tarda, o estuporado,porque tudo lhe será contado,o que fez, o que não fez, bem pesadona balança que não mente o resultado!Se o vírus o apanha de raspão,com pontaria certa e justiceira,é vê-lo cobarde e trapalhão,choramingar ante a foice da Ceifeira.Assim findam os grandes tiranetes,assim findam, mijando-se nas pernas:antes eram pimpões e alegretes,agora morrem, bichos das cavernas!
Eugénio Lisboa,Lavando o fígado, como mandavam os gregos antigos.
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