quinta-feira, 23 de abril de 2020

CLASSICA DIGITALIA

Informação recebida da Imprensa da Universidade de Coimbra:

A Imprensa da Universidade de Coimbra (IUC) está a migrar as suas publicações para uma nova plataforma, razão pela qual não têm sido anunciados livros nos últimos tempos. A nova plataforma deve ser lançada dentro de algumas semanas, mas, para não prejudicar autores e leitores, as obras entretanto publicadas serão disponibilizadas através da plataforma de gestão editorial, mantendo toda as características da publicação final.

Desta forma, os Classica Digitalia têm o gosto de anunciar 2 novas publicações com chancela editorial da IUC. Os volumes dos Classica Digitalia são editados em formato tradicional de papel e também na biblioteca digital, em acesso aberto.

Além do usual circuito de distribuição da IUC, a versão impressa das novas publicações encontra-se disponível em todas as lojas Amazon.

NOVIDADES EDITORIAIS

Série “Autores Gregos e Latinos” [textos]

 - Maria de Fátima Silva & José Luís Brandão, Plutarco. Vidas Paralelas – Alexandre e César. Tradução do grego, introdução e comentário (Coimbra, Imprensa da Universidade de Coimbra, 2019). 348 p.

[Alexandre da Macedónia merece a Plutarco a atenção devida a um génio da arte militar e da diplomacia na consolidação do poder. Num trajeto de vida que pouco ultrapassou os 30 anos, o jovem rei macedónio alterou o mapa político e cultural da época: colocou território europeu, africano e asiático sob a sua autoridade, promoveu uma globalização intercultural de modo a unificar um xadrez de povos dentro das fronteiras de um enorme império, deslocou o centro intelectual do mundo, de Atenas, para outras cidades do Oriente. Não sem que uma ambição crescente e desmesurada tivesse vindo, por fim, pôr em causa o sucesso de um projeto e a própria vida do seu autor. Ao emparelhar César com Alexandre, Plutarco põe em relevo a fama de grande conquistador, o aspeto da personalidade que o biógrafo mais admira neste estadista romano. Mas a ambição (philotimia) que reiteradamente move César representa o lado negro que o conduzirá à morte, antes que ele possa colher os frutos dos seu afã. Embora não transforme cabalmente César num tirano cruel, esta Vida ilustra, contudo, uma crítica à ambição exacerbada e irracional de poder.]

Série “DIAITA- Scripta & Realia” [textos]

- Joaquim Pinheiro, Plutarco. Sobre comer carne (Coimbra, Imprensa da Universidade de Coimbra, 2019). 55 p.

[O tratado De esu carnium (‘Sobre comer carne’) chegou-nos na forma de dois logoi, com múltiplas lacunas, sobretudo o segundo logos. Recuperando temáticas já desenvolvidas pela doutrina pitagórica, por Xenócrates, por Teofrasto ou pelos Estóicos, Plutarco argumenta sobre a natureza dos seres vivos, no âmbito da relação entre homem e animal. À semelhança de outros tratados do corpus plutarcheum, como Bruta animalia ratione uti (‘Os animais são racionais’), mais conhecido por Gryllus (‘Grilo’), ou o De sollertia animalium (‘Sobre a inteligência dos animais’), a narrativa desenvolve-se em torno de questões relacionadas com a natureza e a psicologia dos animais, como a possibilidade de existir virtude e razão entre os animais, defendendo Plutarco a philanthropia e a generosidade com que se deve tratar todos os seres vivos, opondo-se, dessa forma, ao simples utilitarismo ou ao problemático princípio da necessidade. Sendo um dos tratados zoológicos, o De esu carnium é também um texto de caráter retórico pelo facto de Plutarco construir, por oposição aos Estóicos, uma teoria argumentativa que sustenta a ideia de que comer carne é para physin (‘contra a natureza’).]

Delfim Leão
(Classica Digitalia

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