Regressa em força às luzes da ribalta o acesso ao ensino superior que obriga, a maior parte das
vezes, a que os pais façam sacrifícios para
pagarem as mensalidades do ensino secundário em colégios para que os filhos possam ter acesso, por
exemplo, aos cursos de medicina, de uma
forma selectiva, injusta em que para as classificações do ensino secundário conta
mais a conta bancária dos pais do que a aplicação ao estudo dos filhos.
Detentores da pasta da Educação, defenderam, depois de 25 de Abril, uma sociedade sem classes pela extinção do antigo ensino técnico que tanto valor trouxe ao desenvolvimento técnico e económico do país. Em nome da doutorice foram agitadas águas, já de si tumultuosas, pela megalomania ministerial em ser diferente dos antecessores, foi aumentado o ensino do 9.º ano para o 12.º ano sem acautelar diques que não deixassem ir na enxurrada a juventude portuguesa de ignorantes diplomados.
Esta temática de acesso ao ensino superior, que corre o risco de se eternizar “sine die”, mereceu atenção de Filinto Lima, presidente da Associação Nacional dos Directores de Agrupamento e Escolas Públicas num artigo de opinião (“Público”, 09/04/2020), titulado “Silenciosos na bruma”, em artigo preambulado por outro, também seu, publicado dois anos antes, no mesmo jornal (06/02/2018), de que transcrevo:
"Baixe-se o tom de lamentações e aumente-se a vontade de resolver um problema que se arrasta há anos e ninguém demonstrou, ainda, capacidade de o abordar condignamente, votando-o ao esquecimento. Enquanto não se concretizar este desígnio, a pergunta é óbvia: a quem interessa a sobrevalorização dos resultados dos exames nacionais?"
Detentores da pasta da Educação, defenderam, depois de 25 de Abril, uma sociedade sem classes pela extinção do antigo ensino técnico que tanto valor trouxe ao desenvolvimento técnico e económico do país. Em nome da doutorice foram agitadas águas, já de si tumultuosas, pela megalomania ministerial em ser diferente dos antecessores, foi aumentado o ensino do 9.º ano para o 12.º ano sem acautelar diques que não deixassem ir na enxurrada a juventude portuguesa de ignorantes diplomados.
Esta temática de acesso ao ensino superior, que corre o risco de se eternizar “sine die”, mereceu atenção de Filinto Lima, presidente da Associação Nacional dos Directores de Agrupamento e Escolas Públicas num artigo de opinião (“Público”, 09/04/2020), titulado “Silenciosos na bruma”, em artigo preambulado por outro, também seu, publicado dois anos antes, no mesmo jornal (06/02/2018), de que transcrevo:
"Baixe-se o tom de lamentações e aumente-se a vontade de resolver um problema que se arrasta há anos e ninguém demonstrou, ainda, capacidade de o abordar condignamente, votando-o ao esquecimento. Enquanto não se concretizar este desígnio, a pergunta é óbvia: a quem interessa a sobrevalorização dos resultados dos exames nacionais?"
Quero de mim alijada a carga do esquecimento porque quando presidente da
Assembleia Geral do Sindicato Nacional dos Professores Licenciados, tive este
assunto como pústula de injustiça e
desigualdade entre os alunos dos ensinos público e privado, com vantagem para estes. Assim, de um texto da minha autoria, insisto no meu
livro “O leito de Procusto – crónicas sobre o sistema educativo”, Outubro/2005,
pp. 104-108, transcrevo nacos de prosa:
“Em idos tempos houve o exame de aptidão em que, por exemplo, a admissão ou exclusão do aluno que desejasse ir para o curso de Medicina (e outros cursos universitários) ficava ao exclusivo encargo das faculdades com as exigências por si havidas como necessárias. Hoje, um aluno, com declarada vocação, capacidades humanas, científicas e culturais incontestáveis, em estudo que lhe roubou no ensino secundário os prazeres de uma juventude vivida em plenitude, que queira ingressar na profissão de esculápio por, vezes, pela falta de uma décima de valor, tem, como solução de recurso, matricular-se em outro curso universitário ou politécnico na área da Saúde.”
(...)
“Por isso, defendo que deve competir à universidade estabelecer o perfil do aluno que reúne
condições para a sua frequência sem estar dependente da classificação do diploma do ensino secundário e respectivos exames nacionais que, não poucas vezes, não espelham a verdadeira realidade”.
(…)“Será o regresso do Exame de Aptidão à Universidade uma solução óptima? Com o aval da sabedoria popular, o óptimo é inimigo do bom. Contentemo-nos, portanto, com o bom ou mesmo o menos mau. O que já não é nada mau!”
Segundo
Pitigrilli,”tudo deve ser discutido; sobre isso não há discussão”. Este o propósito deste meu texto!
Post scriptum:
Intencionalmente, só abordei a temática do ensino universitário por entender
que o ensino politécnico por ser diferente pode vir a ser alvo de soluções diferentes.
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