Ontem, publiquei aqui o post: “Um Gabinete de Salvação Nacional, uma utopia?”. Escrevi-o em oposição a uma opinião - segundo Goethe, "qualquer ideia proferida desperta outra ideia contrária - que tinha lido, e vi estes dias repetida, defendendo a criação de “Um Governo de Salvação Nacional”.
Estou em crer que a criação
de um Governo de Salvação Nacional, numa altura em que a humanidade
corre o risco de submergir afogada pelo coronavírus, impõe que a orquestra de uma espécie de Titanic a afundar-se não continue a tocar com os passageiros a rodopiar aos seus acordes, retardando, assim, o respectivo embarque em baleeiras
salva-vidas, contribuindo, desta forma, , com raras excepções, para a sua morte em águas geladas por um navio, tido por inafundável, ter embatido contra um gigantesco icebergue
Foi o actual Partido Socialista
referendado e eleito pelos portugueses, propor a sua substituição, agora, por
um Partido de Salvação Nacional seria plena loucura pelo vazio que se iria
criar entre uma situação e outra, por
mais breve que fosse, numa altura em que todos os portugueses, em obediência a
um desígnio nacional devem dar tréguas a divisões e quezílias entrelaçando as mãos em união de esforços, na defesa
da sua sobrevivência à pandemia do coronavírus.
São ondas do passado que morrem chegadas à praia, em nada comparáveis ao tsunami em que vagalhões ameaçam varrer grande parte da população do globo terrestre. Para além disso, quem fez uma cama em desalinho é nela que se deve deitar, pese embora as declarações posteriores, em alijar de culpas, do
primeiro-ministro como que puxando as orelhas do edredom para cima.
Bem eu sei haver uma tendência para apesentar questões sem
buscar soluções, aquilo que na gíria se
diz “mandar bitaites”! Jugo não o ter feito, quando
muito admito ser acusado de viver num mundo utópico de medidas nada
consentâneo com a realidade que vivemos, sujeitando-me que
me demonstrem estar eu errado ou mesmo a delirar, ao propor, em revisão de
matéria dada no meu post anterior:
1. "Continuação do exercício em funções do actual
governo do Partido Socialista.
2. Demissão da actual ministra da Saúde.
3. Nomeação de um Gabinete de Salvação Nacional”.
Este gabinete, constituído por um só elemento indicado pelos partidos com maior representação nacional (PS, PSD,
BE,
PC e CDS) seria da nomeação do Presidente da República. A sua acção abrangeria as áreas da Saúde, da Economia e das Finanças restringindo-se ao tempo que durasse a pandemia. Terminada ela, os actuais ministérios da Economia e das Finanças retomariam as suas actuais funções, com excepção do ministério da Saúde pela hipotética demissão da respectiva ministra.
Para evitar um possível
silêncio cúmplice à actual situação ou aos meus possíveis delírios
motivados pelo confinamento obrigatório à paredes do domicílio, apelo veementemente aos
homens de boa-vontade, de ideias e de ideais deste país que digam da minha razão
ou sem-razão, escrevendo comentários a denunciar o meu possível disparate
(criação de um Gabinete de Salvação Nacional) apresentando alternativas que
nos dêem a garantia de um futuro menos negro e mais promissor na hora que passa.
“Alea jacta est!" , nunca deixar
tudo na mesma por silêncio cúmplice, porque como escreveu Sophia de
Mello Breyner, “calar-se equivale a deixar crer que não se julga e que nada se
deseja, e em certos casos, isso equivale, com efeito, a não desejar coisa alguma”. Ora, eu não acredito haver alguém que não deseje uma
solução que tente minimizar o
horror de um mundo em pesadelo comparável aos terríficos guiões dos filmes de ficção científica.
2 comentários:
Apesar do meu veemente pedido para receber críticas ao meu post em que tenho como inexequível, julgo que devidamente fundamentado, um Governo de Salvação Nacional não posso deixar de me sentir penalizado pelo silêncio recebido. Admintindo ser a minha contraproposta, de um Gabinete de Salvação Nacional, um autêntico disparate, digam-me sem rebuço, para eu poder reflectir sobre esta matéria. E, como tal, justificar, perante os leitores do meu post, as razões do meu erro e, como tal, a possibilidade de o reformular ou tirar daqui a ideia. Errar é humano, persistir num erro é teimosia asinina.
Rumo?
Pleno o mar!
Sem vela, sem vento,
Navegar...
Náufrago
Sem naufragar...
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