sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Uma Educação Açucarada

Meu artigo publicado hoje no "Díário as Beiras":
                           “Um caminho demasiado plano não desenvolve os músculos das pernas”                     
                                                                         Mao-Tze-Tung
No momento actual em que reina a indefinição se passará a haver ou não chumbos no ensino básico, deparei-me com este meu post, publicado, vai para doze anos, no blogue “De rerum natura” (21/01/2008), intitulado “A educação dos Jovens”. Alterando o título e fazendo pequeníssimas alterações, reproduzo-o:
“Sentenciou o autor da frase em epígrafe um conceito que critica  um ensino básico de facilitismo – como o nosso - em que alunos há que saem do 9.º ano diplomados mal sabendo ler e escrever porque vítimas de uma tosca aprendizagem em auto-estrada que mais parecem caminhos de cabra. Alunos que ao deparam-se com as portagem para prosseguirem os exigentes ensinos  secundário e universitário do ensino oficial, levando as mão aos bolsos verificam estarem eles vazios de conhecimento e cheios do cotão da ignorância.
Charles Sykes, docente da Universidade de Wisconsin-Milwake e palestrante nas principais universidades norte-americanas, no seu livro “Dumbing Down our Kids” (New York: St. Martin’s Press, 1995) dá-nos conta de princípios que os estudantes do ensino secundário e diplomados do ensino superior não aprendem na escola pelo facto de o “sistema” criar uma geração de jovens sem o sentido da realidade promotora do respectivo falhanço na vida que os espera no futuro. Para que os estudantes possam vir a ter sucesso na vida profissional, estabeleceu onze regras (que na Net têm sido erradamente atribuídas a Bill Gates):

Regra n.º 1: “A vida não é justa; acostuma-te a isso”.
Regra n.º 2 “O mundo não se importa com a tua auto-estima. O mundo espera que faças alguma coisa por ele para te sentires bem contigo próprio”.
Regra n.º 3: “Não ganharás 40.000 dólares por ano mal saias da escola secundária. Não serás um vice-presidente com carro e telefone ao teu dispor até os mereceres”.
Regra n.º 4: “Se achas que o teu professor é exigente, espera até teres um patrão. Este não será tolerante”.
Regra n.º 5: “A preparação de hamburgueres não rebaixará a tua dignidade. Os teus avós têm uma expressão diferente para isso – chamam-lhe oportunidade.”
Regra n.º 6: “Se fracassares não é por culpa dos teus pais. Por isso, não lamentes pelos teus erros. Aprende com eles.”
Regra n.º 7: “Antes de nasceres, os teus pais não eram tão aborrecidos como são agora. Tornaram-se assim ao pagarem as tuas contas, limparem o teu quarto e darem conta do teu grande idealismo. Por isso, antes de exterminares os parasitas que julgas serem a geração dos teus pais, tenta arrumar o teu quarto.”
Regra n.º 8: “A tua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e vencidos, mas a vida não. Em algumas escolas aboliram as reprovações dando-te todas as oportunidades que queres para dares a resposta correcta. Isto, naturalmente, não tem a menor semelhança com NADA da vida real.
Regra n.º 9: “A vida não se divide em semestres. Não terás verões livres e poucos empregadores estão interessados em ajudar a encontrares-te contigo próprio. Fá-lo-ás só por ti.
Regra n.º 10: “A televisão não é a vida real. Na vida real, as pessoas têm que deixar a vida de café e ir trabalhar."
Regra n.º 11: “Sê simpático para com os patetas. Há uma certa probabilidade de vires a trabalhar para um.”

Face a uma verdadeira desgraça nacional que parece querer assentar arrais de  foguetório festivo no nosso país, é chegada a altura de ser  revertida a situação dotando a grei de  um sistema educativo consentâneo com a realidade. Jamais do género da série televisiva “Morangos com açúcar!”

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