Na próxima 3ª feira, dia 19 de Novembro de 2019, pelas 18h00,
vai ocorrer no Rómulo Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra a palestra “Comunicar
ciência será uma perda de tempo?”, por Sara Varela Amaral
, comunicadora de ciência no Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra.
Esta palestra integra-se no já popular ciclo "Ciência
às Seis – 4ª temporada", coordenado por António Piedade, Bioquímico,
escritor e Comunicador de Ciência.
Sinopse da palestra:
Existe uma enorme lacuna de comunicação entre as comunidades
científicas e não-científicas, apesar dos reconhecidos impactos da ciência e
tecnologia na sociedade, o que traz um profundo prejuízo ao pleno exercício da cidadania.
O aumento do investimento e do impacto da investigação científica deve ser
acompanhado por mecanismos eficazes de comunicação de ciência, nomeadamente na
área biomédica. Contribuir para ultrapassar os problemas de comunicação de
ciência é uma aposta essencial para uma sociedade mais esclarecida e
democrática e para o progresso e sustentabilidade da investigação científica.
No sentido de superar este hiato existente entre ciência e diferentes públicos,
tendo em consideração a elevada importância do esclarecimento e sensibilização
face às temáticas científicas, parece crucial o reforço das ligações entre a
comunidade científica e a sociedade, e a promoção de uma comunicação mais
transparente. Por esse motivo, nos dias de hoje, o tempo gasto a comunicar
ciência deve ser tratado da mesma forma como o tempo dedicado a produzir
ciência.
Um dos maiores desafios da investigação científica
contemporânea é por esse motivo desenvolver formas inovadoras e eficazes de
comunicar e envolver a sociedade na ciência. Os gabinetes de comunicação
de ciência no seio das instituições científicas, locais onde é produzido
conhecimento, representam importantes organismos neste desafio. Por um lado,
são importantes na criação de plataformas eficientes de comunicação de ciência,
através de projetos criativos, educativos e colaborativos. Por outro lado, são
essenciais na mobilização dos investigadores. É fundamental inspirar os
investigadores a terem um papel ativo na comunicação de ciência, dar-lhes
ferramentas de comunicação e acima de tudo, mostrar à comunidade científica os
benefícios pessoais, profissionais e institucionais que a comunicação de
ciência pode trazer. Os gabinetes de comunicação também desempenham um papel
importante estabelecimento de parcerias em projetos entre investigadores de
diferentes áreas ou de colaborações com profissionais e instituições de outras
áreas como jornalismo ou artes. Os projetos de comunicação de ciência (e de
investigação científica) beneficiam fortemente deste tipo de parcerias que
promovem a interseção de diferentes saberes.
Por estas razões, a aposta na investigação científica passa
forçosamente pelo reforço e criatividade nas estratégias de comunicação:
fomentar o debate público, discutir as implicações éticas da investigação e
aumentar a literacia científica. A inserção da comunicação de ciência no plano
estratégico das instituições representa um reconhecimento da importância dada a
esta temática e assume um papel fulcral nas instituições científicas modernas.
ENTRADA LIVRE
Público-Alvo: Público em geral e interessado
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