Do jornal Açoriano Oriental:
Contrato para a
legislatura com o Ensino Superior
Reitor revela que a dotação
prevista para a
Universidade dos Açores é
insuficiente e que, caso
assine este contrato para a
legislatura, ficará impedido
de solicitar reforços
ANA CARVALHO MELO
aname[o@acorianooriental.pt
O reitor da Universidade dos
Açores (UAc) revelou ontem que
não vai assinar o "Contrato para
a legislatura com o Ensino Superior para 2019-2023" proposto pelo Governo da República.
Segundo João Luís Gaspar com
a atual proposta, que foi acordada entre o Conselho de Reitores
das Universidades Portuguesas e o Governo da República, a UAc
terá um aumento da sua dotação
inicial perto dos 700 mil euros,ficando impossibilitada de pedir
qualquer reforço de verba durante a atual legislatura.
No entanto, o reitor lembrou
que já em 2019 a UActeve encargos que ascenderam aum milhão
de euros apenas em resultado de
alterações legislativas, pelo que a
verba agora acordada é insuficiente para suprir as responsabilidades da academia açoriana.
"Atendendo que não temos
qualquer capacidade fazer face
ao aumento das despesas decorrentes de alterações legislativas
em 2020 com este orçamento,
a Universidade vê-se impossibilitada de assinar o acordo, até
porque o mesmo tem uma cláusula em que os reitores se obrigam, durante quatro anos, a não
pedir mais qualquer reforço ao
Ministério", afirmou ao Açoriano Oriental, no final de uma reunião com o ministro da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior
(MCTES), Manuel Heitor.
Acrescentou ainda que com
a atual proposta do ministério
ficam em causa as verbas relacionadas com as progressões remuneratórias dos docentes, o
aumento do Salário Mínimo,
a integração de trabalhadores
ao abrigo do programa de integração de precários (PREVAP)
e o subsídio de mobilidade, para
além do problema resultante da
redução da receita das propinas, que parece ser o único que o Governo quer considerar.
A título de exemplo, o reitor
revelou que para a integração
dos trabalhadores precários
será necessária uma verba de
400 mil euros, explicando que
a UAc ainda não abriu nenhum
contrato para a sua integração,
exatamente por falta de verba.
Uma verba que o MCTES sugere que seja suportada pela
Região e que o reitor vai agora
solicitar ao Governo Regional.
João Luís Gaspar explicou que
a UAc já apresentou o seu plano
para 2020 tendo por base o orçamento que lhe foi atribuído, mas
com "a indicação de que só conseguirá cumprir o orçamento do
próximo ano se forem concedidas
receitas extraordinárias". •
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