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Destaco a parte final:
O físico Carlos Fiolhais, da Universidade de Coimbra, defende que se cancele avaliação e se inicie outra nova, agora que se sabe da quota dos 50% de aprovações determinada no contrato, que só foi divulgado após alguns pedidos, incluindo a solicitação formal do jornalista e professor de jornalismo António Granado, ao abrigo da Lei de Acesso aos Documentos Administrativos.
“A comunidade científica tem de confiar no sistema de avaliação. Não poderá aceitar avaliações que são uma farsa e que distorcem a realidade da ciência em Portugal”, diz Carlos Fiolhais.
É esta avaliação uma fraude? “Sim, tudo o indica”, responde o físico. “Numerosas instituições consideram-se defraudadas. Uma avaliação em que o resultado não depende exclusivamente do mérito dos avaliados, mas em que há classificações manipuladas para encaixarem em quotas pré-definidas e escondidas dos avaliados não pode ser considerada honesta.”
Por tudo isto, Carlos Fiolhais considera muito difícil endireitar algo que já nasceu torto. “O mais sério é preparar outro processo de avaliação. Este foi barato [custou cerca de 400 mil euros, enquanto o de 2007 foi 1,6 milhões] e rápido. Não se perdeu muito nem do ponto de vista financeiro nem do ponto de vista temporal”. O mesmo diz Constança Providência, do Centro de Física Computacional de Coimbra: “É preferível recomeçar o processo e assegurar uma avaliação digna desse nome. Tomaremos todas as medidas legais ao nosso alcance para impedir que se concretize uma decisão mal pensada e mal tomada”, diz.
“Claro que é ainda possível corrigir a trajectória, mas acho isso muito difícil de acontecer”, defende ainda o físico Nuno Peres, do Centro de Física da Universidade do Minho. “Tal significaria que a FCT teria que reconhecer que o processo começou enviesado à partida. Não creio que tal venha a ser feito. Assim levanta-se a questão da impugnação do processo”, considera.
Por todos estes motivos, Carlos Fiolhais critica a proposta que o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) começou por avançar na segunda-feira, para que fossem repescadas para a segunda fase da avaliação os centros que tiveram Excelente ou Muito Bom na avaliação de 2007. Até porque muitas unidades que existiam antes já não existem, porque se fundiram seguindo o apelo à formação de massa crítica feito pela FCT. “Além de não ser ético aceitar uma avaliação sem pés nem cabeça, seria uma falta de bom senso fazer correcções desse tipo. Então iríamos ter unidades repescadas pelas mesmas pessoas que, por imposição da FCT, as liquidaram há pouco tempo, com a agravante que agora tudo isso já é sabido?”
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1 comentário:
Isto é um disparate imenso. Começa-se nova avaliação quantas vezes? Repete-se até os contestatários serem aprovados? É isso?
Façam-se as correcções que for devidas e avance-se com este processo.
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