Ficmos a saber pela notícia de Samuel Silva no Público de hoje que os Reitores, honra lhes seja, e embora com algum atraso, querem corrigir a avaliação disparatada da FCT. Vamos a ver se são ouvidos ou se, como de costume, o actual governo faz ouvidos de mercador às pretensões dos Reitores e à autonomia das universidades. A FCT imiscui-se no ensino superior de uma maneira intolerável, pois ao cortar a investigação está a cortar também arbitrariamente a formação avançada, delapidando recursos pagos pelo erário público. De qualquer modo parece que será pouco remendar um pano roto: era melhor um pano novo.
Algo extraordinário parece ser o papel da secretária de Estado da Ciência e Tecnologia, que reuniu com os Reitores. Diz assim o comunicado do Conselho de Reitores:
"A Senhora Secretária de Estado da Ciência declarou que tinha ficado devidamente informada sobre as preocupações dos Reitores quanto ao processo de avaliação e às consequências da mesma para as Universidades, tendo concordado em transmiti-las ao Presidente da FCT."
Quer dizer, a governante guardou de Conrado prudente silêncio. Nada tem a dizer ou a fazer, perante os graves erros e inconsistências apresentados, a não ser servir de "pombo-correio" para entregar uma mensagem não ao ministro Nuno Crato´, o principal responsável, mas ao Presidente da FCT. Não poderiam os Reitores ter enviado directamente as suas bem fundadas preocupações à FCT nesta época em que a informação circula rapidamente? Ou será que, com o fim anunciado pela FCT do Instituto de Telecomunicações, que há pouco tempo tanto o ministro como a sua Secretária de Estado achavam excelentes, voltámos ao tempo das mensagens entregues por estafetas?
Quanto ao Secretário de Estado do Ensino Superior, cuja missão seria estar ao lado dos Reitores na defesa da ciência dentro das universidades, como sector estratégico para o desenvolvimento do país, não se sabe por onde anda. Só se espera que não sirva apenas para levar a resposta da FCT aos Reitores.
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