Um poema gentilmente enviado por Maisa Lins, professora de Artes no Brasil.
No descomeço era o verbo.
Só depois é que veio o delírio do verbo.
O delírio do verbo estava no começo, lá onde a
criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos.
A criança não sabe que o verbo escutar não funciona
para cor, mas para som.
Então se a criança muda a função de um verbo, ele delira.
E pois.
Em poesia que é a voz do poeta, que é a voz de fazer
nascimentos -
O verbo tem que pegar delírio.
De Manoel de Barros, in Livro das Ignorãças (1994).
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
CARTA A UM JOVEM DECENTE
Face ao que diz ser a «normalização da indecência», a jornalista Mafalda Anjos publicou um livro com o título: Carta a um jovem decente . N...
-
Perguntaram-me da revista Visão Júnior: "Porque é que o lume é azul? Gostava mesmo de saber porque, quando a minha mãe está a cozinh...
-
Usa-se muitas vezes a expressão «argumento de autoridade» como sinónimo de «mau argumento de autoridade». Todavia, nem todos os argumentos d...
-
Cap. 43 do livro "Bibliotecas. Uma maratona de pessoas e livros", de Abílio Guimarães, publicado pela Entrefolhos , que vou apr...
5 comentários:
Poeia ou prosa... às tirar? JCN
Corrijo a gralha "tirar" por "tiras". JCN
Há verbos e verborreia,
tudo quanto se quiser:
para se fazer uma ideia,
há mesmo verbos de encher!
JCN
No 3º verso, substituo o verbo "fazer" por "ter", ou seja:
para se ter uma ideia,
JCN
Boa, Ignorãças.
Nós fumo e viemo.
E, Machado de Assis, patrono da Académia de Letras do Brasil.
Enviar um comentário