Post de António Mouzinho:
O historiador Jacques Barzun, nascido a 30 de Novembro de 1907, fez há pouco mais de um mês 104 anos. Francês, foi para os E.U.A. em 1920, vindo a naturalizar-se e aí fazendo a sua intensa vida de pensador, historiador e professor, sempre com enfoque no espírito humano.
Quem tenha a curiosidade de o ver entrevistado a 12 de Setembro de 2010 (com quase 103 anos…), pode usar a ligação aqui.
Há mais registos na internet; este passa por ser a conversa pública mais recente, pelo que pode satisfazer uma curiosidade: como é que conversa?
Encerrou o milénio, em 2000, com o livrinho From Dawn to Decadence — 1500 to the Present; 500 Years of Western Cultural Life. Na minha edição tem quase 900 páginas: New York: Perennial, 2001.
Foi-me oferecido por um amável e atento genro canadiano; há uma edição portuguesa de 2003, na Gradiva, igualmente gorda: «Da Alvorada à Decadência—De 1500 à Actualidade; 500 Anos de Vida Cultural do Ocidente».
Dele diz Gertrude Himmelfarb: «From Dawn to Decadence é uma memória pessoal, espirituosa, erudita, arrojada e, acima de tudo, sábia, do passado meio milénio. A leitura faz-se até ao fim com interesse redobrado, voltando-se então atrás repetidas vezes, para saborear novamente passagens favoritas da obra.»
Deixou para trás homens da «Nova» História. Não foi campeão de nenhuma das modalidades desportivas mais esotéricas praticadas por colegas com paixões estatísticas, analíticas, annalíticas, psicanalíticas, sociológicas, antropológicas, marxistas (e, seguramente, mais três ou quatro). Utilizou, no entanto, tudo aquilo que julgou pertinente numa História narrativa, de estrutura «tradicional». Neste momento, está igualmente a deixar para trás os colegas Pós-modernos. O tempo passa; os colegas vão-se gastando… os movimentos idem.
Assim sendo, arrisca-se a estrear o Pós-pós-modernismo; de raiz tradicional.
Estamos, por conseguinte, de parabéns.
Ao historiador, veementemente, vida e saúde!
António Mouzinho
sábado, 14 de janeiro de 2012
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
O BRASIL JUNTA-SE AOS PAÍSES QUE PROÍBEM OU RESTRINGEM OS TELEMÓVEIS NA SALA DE AULA E NA ESCOLA
A notícia é da Agência Lusa. Encontrei-a no jornal Expresso (ver aqui ). É, felizmente, quase igual a outras que temos registado no De Rerum...
-
Perguntaram-me da revista Visão Júnior: "Porque é que o lume é azul? Gostava mesmo de saber porque, quando a minha mãe está a cozinh...
-
Usa-se muitas vezes a expressão «argumento de autoridade» como sinónimo de «mau argumento de autoridade». Todavia, nem todos os argumentos d...
-
A “Atlantís” disponibilizou o seu número mais recente (em acesso aberto). Convidamos a navegar pelo sumário da revista para aceder à in...
4 comentários:
é próprio dos que estão nos últimos dias
verem decadência em tudo...
alguns escrevem sobre as quedas dos impérios passados
outros aprés moi le déluge....pués
ainda sou do tempo em que o douto homem só tinha 80 e já era immortal
Nice post.
To Mr. Kapote: I would read the book first, before saying that Barzun sees decadence in everything.
Também por Jacques Barzun em português: Da Liberdade Humana, Zahar Editores, 1965.
Depois de ler este post, comecei a ler o livro. Estou fascinado. Nunca tinha dado grande atenção ao autor.Estou impressionado com a cultura, saber e penetração do senhor.
Kapote, deixe lá que um dia chegará a sua vez de ver a decadência. É só uma questão de tempo e sobretudo de maturidade e leituras.
Enviar um comentário