A arte é frequentemente declarada como estratégia eficaz para resolver os mais variados e profundos problemas da humanidade: da infelicidade ao tédio, passando pela maldade. Mais recentemente, tem sido convocada na educação de populações frágeis sob o ponto de vista social. Mas, talvez a arte seja apenas arte. E isso basta, é tudo, para a justificar como conhecimento.
Jorge Barreto Xavier, coordenador de um projecto de intervenção junto de crianças e jovens em risco designado por "Reinserção pela Arte", em entrevista à revista Pública de 8 de Janeiro passado (página 14) diz o seguinte:
"Não quisemos usar a actividade artística como remédio. A arte como terapia, como ocupação do tempo livre, essa lógica instrumental da actividade artística acaba por ser uma forma de apropriação superficial...
A educação pela arte é a melhor forma de se chegar a estes jovens? Este projecto não foi feito no sentido de lhes dar só educação pela arte. Acreditámos que ia ajudá-los em termos educativos, mas nunca quisemos ser exclusivos. Contribuímos com objectos artísticos para sua formação e para lhes dar um contributo tanto para o quotidiano como para o futuro."
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2 comentários:
É terrível ver crianças a serem tratados como macaquinhos e pais a aplaudir como focas, em nome da arte, estes projectos são de facto, praticamente sempre uma fraude, pois são conteúdos sem qualquer contexto, totalmente superficiais, o que ainda assim é demasiado simpático para descrever a coisa.
Deixo esta leitura para complementar, o comentário, acho-o pertinente.
http://flautatransversal.blogspot.com/2009/04/estudar-uma-arte-porque.html
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