quinta-feira, 23 de julho de 2009

XI Festival Internacional de Teatro de Tema Clássico chega ao fim


Informação recebida da Associação Cultural Thíasos:

O XI Festival Internacional de Teatro de Tema Clássico termina no próximo fim de semana, de 25 e 26 de Julho, no Anfiteatro Romano de Bobadela (na figura), em Oliveira do Hospital, com duas apresentações pelo Thiasos do Instituto de Estudos Clássicos (IEC) de Coimbra.

Dia 25 de Julho (sábado), às 21h30, “As Vespas” de Aristófanes, e dia 26 de Julho, às 18h30, “O Fulaninho de Cartago” de Plauto. A entrada é gratuita.

AS VESPAS, Aristófanes, Grupo Thiasos do IEC

Apresentadas pela primeira vez em 422 a.C. no contexto da Guerra do Peloponeso, e obra de um Aristófanes já firmemente posicionado no panorama cómico ateniense, “As Vespas” procura testar as diversas iguarias de cómico, entre a tradição e a novidade, e tem de ser entendida como reacção ao desaire que constituiu, para o seu autor, o não reconhecimento do mérito da comédia apresentada no ano anterior, “Nuvens”.

No comum cenário do exterior de uma casa de Atenas, Aristófanes procura satirizar o mau funcionamento das instituições democráticas, centrando-se sobretudo nos tribunais, que apresenta, na pessoa de Filócleon e do próprio coro, como uma obsessão dos cidadãos mais envelhecidos, que só aí encontram a sua fonte de rendimento.

Recriando-se em cena um tribunal doméstico, onde arguido e acusado são dois cães – porém representativos de dois políticos da ribalta, nesse tempo bem conhecidos –, torna-se a cada passo manifesta a corrupção que domina as instituições jurídicas do tempo.

Tradução e encenação: Carlos A. Martins de Jesus

O FULANINHO DE CARTAGO, Plauto, Grupo Thiasos do IEC

A história gira em torno de um menino de sete anos raptado de Cartago. O pai deste definha de desgosto e deixa os seus bens a um primo. Um velho misógino de Cálidon, na Etólia, compra-o, sem saber que ele é filho de um hóspede, adopta-o, e, antes de morrer, nomeia-o seu herdeiro. Entretanto, são depois também raptadas duas primas do jovem juntamente com a ama. Lico, um alcoviteiro, compra-as a uns piratas e leva-as para a vizinhança do rapaz.

Agorástoles – assim se chama o jovem – fica perdido de amores por uma das moças, Adelfásio, sem fazer ideia de que é sua prima; e o alcoviteiro tortura o enamorado com delongas. Mas o rapaz com a ajuda de Milfião, o escravo matreiro, monta-lhe uma armadilha: deste modo, o proxeneta é, na presença de testemunhas adestradas para o efeito, implicado num suposto roubo e arrisca-se a ser arrastado diante do pretor.

Mas o desenlace é precipitado por um reconhecimento. Chega à cidade um velho cartaginês, esperto e manhoso, que descobre que o jovem é o filho do falecido primo e reencontra as filhas que havia perdido.

Tradução e encenação: José Luís Lopes Brandão

THIASOS DO IEC

Em actividade desde 1992, a Associação Cultural Thiasos é formada por um grupo de professores, alunos e funcionários da Faculdade de Letras e de outras faculdades, com o intuito de encenar e reflectir sobre o teatro clássico ou nele inspirado. O grupo de teatro Thiasos, vocacionado para a representação de teatro de tema clássico, está sediado no Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. De natureza universitária, procura levar aos palcos nacionais e internacionais o teatro greco-latino (ou aí inspirado), demonstrando a sua actualidade. É composto por estudantes, professores e funcionários da FLUC e fora dela.

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