segunda-feira, 20 de julho de 2009
DOZE LIVROS EM CASTELHANO
De uma viagem recente a Espanha, trouxe uma dúzia de livros sobre temas que podem interessar aos leitores do “De Rerum Natura”, pois têm a ver, de uma maneira ou de outra, com temas que aqui têm sido tratados. De Espanha bons ventos e boas leituras:
- Jorge Alcalde, “Las Mentiras de lo paranormal”, Libros Libres, Madrid, 2009-07-20
Um jornalista científico, director da revista “Quo” (foi redactor-chefe da “Muy Interesante”, e colaborador de várias estações de televisão) e laureado com vários prémios de comunicação e divulgação científicas, desmistifica várias patranhas em que muita gente acredita, desde horóscopos a discos voadores, passando por vidência e levitação. O subtítulo é, traduzindo, “O que se aprende ciência investigado os mistérios da zona escura”. O mesmo autor já nos tinha dado na mesma editora: “Las Mentiras del Cambio Climático. Um livro ‘ecologicamente incorrecto’ “. Serve este exemplo para mostrar que em Espanha há bastantes mais livros de jornalistas sobre temas relacionados com a ciência do que aqui. Será só por o país ser maior?
- Luís Alegre e Victor Moreno (coord.), “Bolonia no existe. Da destrucción de la Universidad Europea”, Editorial Hiru, Hondarribia, 2009.
Livrinho de vários autores de uma editora basca na colecção “Sedición”, que significa “Levantamento colectivo e violento contra a autoridade, a ordem pública ou a disciplina militar sem chegar à gravidade de uma rebelião”. A publicação vem na linha e ajuda a perceber o movimento que tem havido em várias universidades espanholas contra o acordo de Bolonha.
- Claudi Alsina, “Geometría para Turistas”, Ariel, Barcelona, 2009.
Um guia que combina matemática e turismo de um modo muito original. O autor é catedrático de Mastemática na Escola de Arquitectura de Matemática na Universidade Politécnica da Catalunha. Depois de consultarmos estas páginas, as nossas férias vão ser feitas com outros olhos... Razão tem o subtítulo: “Um guia para desfrutar de 125 maravilhas mundiais e de descobrir muitas mais”.
- Juan Luis Arsuaga, “El Reloj de Mr. Darwin”, Temas de Hoy, Madrid, 2009-07-20
Da autoria de um dos cientistas espanhóis mais conhecidos (catedrático de Paleontologia na Complutense de Madrid e responsável pelos trabalhos da gruta de Atapuerca, Prémio Príncipe de Astúrias de 1997, entre outras distinções, e autor de vários livros). A obra, de capas duras e bela apresentação, integra-se no Ano Darwin e vem muito a propósito, agora que abriu em Madrid uma grande exposição sobre Darwin que esteve antes na Gulbenkian em Lisboa. O subtítulo do livro é “A explicação da beleza e maravilha do mundo natural”.
- Ricardo Moreno Castillo, Panfleto Antipedagógico", Leqtor, Barcelona, 2006, 2ª edição
Um doutorado em História da Matemática, professor associado na Complutense de Madrid e catedrático no Instituo Gregorio Marañon de Madrid. O título é elucidativo, mas o filósofo basco Fernando Savater adverte no prólogo: “é um grito de alerta polémica que nos incomoda advertindo-nos que existem problemas [por resover, na educação].” O blogue do autor, entretanto terminado, é www.antipedagogico.com .
- Antonio J. Durán, “Pasiones, Piojos, Dioses... y Matemáticas”., Destino, Barcelona, 2009.
Um catedrático de Matemática da Universidade de Sevilha, autor do volume colectivo “La Ciencia y el ‘Quixote’ “ (2005) e de outras obras de divulgação científica, para além de obras de ficção, fala sobre a importância da matemática na vida e na história. A matemática cruza-se aqui com a mitologia, a música, a astronomia, a literatura, etc. O subtítulo? “A condição humana à luz da ciência mais antiga”.
- Alberto Granados, “Es eso Cierto?”, Aguilar, Madrid, 2009-07-20
O subtítulo explica, mais uma vez, o título: “Fraudes, erros, experiências inauditas... Todas as respostas sobre o mundo científico”. O autor é jornalista e escritor, colaborando com revistas e programas de TV. É o autor de “Leyendas urbanas. Entre la realidad y la supersticion”, na mesma editora, 2007.
- Juan Guirado, "Infinitum. Citas matemáticas”, Eneida, Madrid, 2007.
Abundante recolha de citações matemáticas feita por um professor do ensino secundário, premiado no Congresso Internacional de Matemática que se realizou em Madrid em 2006.
- Antonio Lafuente, Ana María Cardoso y Tiago Saraiva (editores), “Maquinismo Ibérico”, Doce Calles, Aranjuez – Madrid, 2007.
Belo volume que reúne artigos de autores portugueses e espanhóis sobre tecnologia na Península nos séculos XVIII e XIX. Mostra que a história da ciência em Portugal não se pode fazer sem olhar para o que se passa no vizinho do lado...
- Jesús Mosterín, “La Cultura Humana”, Espasa, Madrid, 2009.
Este livro de capas duras parece conter uma redundância no título, mas o autor explica que há cultura não humana. Mosterín é um dos filósofos mais conhecidos de Espanha, interessando-se pela filosofia da cultura. Catedrático de Lógica e Filosofia da Ciência na Universidade de Barcelona, é também o autor de “La naturaleza humana” (2006) e “La cultura de la liberdad” (2008), os dois na mesma editora.
- Bartolo Luque Serrano, “El mundo es un pañuelo”, Universidad de Valencia, 2009.
Com o subtítulo “Um passeio pluridisciplinar pela ciência”, este livro aparece associado à Cátedra de Divulgação Científica da Universidade de Valência, www.valencia.edu/cdciencia . O autor, professor de Matemática Aplicada na Universidade Politécnica de Madrid, é finalista do prémio europeu de divulgação científica “Estudio General 2007”.
- Vários, Boletin de la Institutión Libre de Ensenãnza, II Época, Octubre 2008, nº 70-71.
Esta obra não é um livro, mas uma revista. Mas pode ser visto como um livro pois, além de ter o aspecto de um livro, é um número temático sobre Darwin, 200 anos após o nascimento. Lendo-o, pode-se saber sobre a recepção de Darwin em Espanha e compará-la com a recepção em Portugal? Adivinhem onde chegou primeiro...
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1 comentário:
"O mesmo autor já nos tinha dado na mesma editora: “Las Mentiras del Cambio Climático. Um livro ‘ecologicamente incorrecto’ "
Deviam ter vergonha!
Dizer que existem mentiras sobre o aquecimento global é pior do que negar que o homem tenha ido à Lua.
A questão que todos nos devemos colocar é em que falhamos na educação do Fiolhais para ele andar a fazer propaganda a esta "literatura" negacionista?
Só falta vir defender os negacionistas do holocausto para aqui. Este tipo de livros nunca deveria ver a luz do dia. A humanidade fica melhor servida se a sua publicação for pura e simplesmente negada.
Corta-se o mal pela raiz.
O problema é demasiado grave para andarmos com paninhos quentes a aturar negacionistas.
O tempo de discutir acabou. A ciência ganhou e temos de agir AGORA! JÁ!.
A bem dos nossos filhos e filhas.
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