quarta-feira, 15 de julho de 2009

PORTUGUÊS E MATEMÁTICA

A opinião de Jorge Buescu no jornal "I "de 14 de Julho a propósito dos exames nacionais de Português e Matemática:

"Sem o domínio perfeito da língua materna é impossível o rigor na comunicação, na expressão oral e escrita. Muitas vezes, no ensino superior e na vida profissional, parte substancial dos problemas reside na deficiente compreensão de um texto. Um mau domínio da língua materna corresponde hoje a uma disfunção intelectual. A matemática desempenha o papel correspondente na estruturação do pensamento abstracto e do rigor lógico. É ainda a linguagem universal da Ciência e da Tecnologia. Hoje não é possível sequer formular ideias com um mínimo de sofisticação científica ou técnica sem o recurso à Matemática".

Jorge Buescu

24 comentários:

Maria Pimentel disse...

"É ainda a linguagem universal da Ciência e da Tecnologia."

Isto nao e verdade. Trabalho como investigadora em areas de ponta das biotecnologias e nunca precisei da matematica para nada. E lastro que nos colocam no curso so para dar emprego aos professores de matematica que se julgam muito superiores so porque sao especialistas nesta especie de magia negra inconsequente.

A matematica apenas e importante para areas cientificas como a Fisica e muito poucos ramos da Quimica. Para as ciencias realmente importantes como a area a que me dedido aquilo nao interessa nada porque pura e simplesmente basta-nos pensar em termos qualitativos e fazer uns modelos engracados para prevermos o que queremos.

Portanto por favor, nao enganem os jovens. A importancia da matematica para as ciencias naturais esta muito inflacionada e so serve para chatear os alunos durante os seus estudos porque a sua importancia real na investigacao e quase nula.

Nao acreditam? Leiam um paper de bio* e vejam a quantidade de matematica que la esta. Aritmetica basica e pouco mais e mesmo assim em pequena quantidade.

Pedro Garcia, um aluno do secundário disse...

Desculpe ter que ser directo, mas você não é uma investigadora. Deve fazer de conta que investiga! Porque qualquer pessoa que interroga a natureza sabe que a matemática está por todo o lado! Quando fizer o seu PCR, pense na matemática que o aparelho tem.

E há biólogos que utilizam matemática mais avançada que aritmética básica. Por exemplo, a prestigiosa bióloga Catarina Pinho vai fazer uma segunda licenciatura em matemática. Por que será? Depois, há biólogos como a senhora que têm medo da matemática e não a conseguem compreender, e desculpam-se com afirmações do género: "Para as ciencias realmente importantes como a area a que me dedido aquilo nao interessa nada porque pura e simplesmente basta-nos pensar em termos qualitativos e fazer uns modelos engracados para prevermos o que queremos."

Por favor, fique pela Biologia que nem esta disciplina deve dominar.

Cruz Gaspar disse...

Caríssima doutora investigadora Maria Pimentel

Tem alguma razão em certas frases do seu texto.

Contudo, dizer coisas como:

1. "[a] matemática [...] esta espécie de magia negra inconsequente";

2. "Para as ciências realmente importantes como a área a que me dedico"

revela apenas uma visão muito paroquial (se me permite o termo) da sua actividade que deve ter um nível elevado e ser praticada de espírito aberto.

No mínimo, as suas afirmações que transcrevi são ofensivas e risíveis. Um investigador tem que ser ponderado no que diz. Que as faça num jantar de amigos ou na mesa dum café, será consigo.

Cruz Gaspar

Cruz Gaspar disse...

Desculpe-me cara investigadora mas esqueci-me de referir esta frase

"basta-nos pensar em termos qualitativos e fazer uns modelos engracados para prevermos o que queremos"

Uma investigadora usar o adjectivo "engraçado" para os seus modelos é muito interessante.

Cruz Gaspar

Joana Stilwell disse...

«Quando fizer o seu PCR, pense na matemática que o aparelho tem.»



Não é o seu PCR mas a sua PCR. É uma reacção.

Sejamos rigorosos num artigo sobre português.



A Maria Pimentel não utilizou acentos mas vou assumir que foi por o teclado não o possibilitar.

Quanto ao assunto da importância da matemática, embora discorde em completo do estilo sou obrigado a concordar com a maioria das ideias da Maria Pimentel.

A título de exemplo comparem a matemática envolvida na descrição da PCR na wikipedia

http://en.wikipedia.org/wiki/Polymerase_chain_reaction

Com por exemplo a descrição de um semicondutor:

http://en.wikipedia.org/wiki/Semiconductor

A verdade é que para trabalhar na minha área, relacionada com o cancro (especificamente aspectos genéticos) a matemática que necessito para fazer o meu trabalho se resume na esmagadora maioria das vezes a simples aritmética e no máximo ANOVA (muito raramente).

O que é ensinado nos cursos universitários de matemática (cálculo infinitesimal por exemplo) é completamente irrelevante.

Quando selecciono alunos para a minha equipa presto atenção e se me dão respostas fundamentadas com demasiada fé em modelos matemáticos (em particular se as técnicas matemáticas forem complexas) pesa logo contra a sua contratação porque são pessoas que não se conseguem integrar com os restantes elementos da equipa e geralmente são improdutivos porque se prendem em detalhes irrelevantes em vez de atingirem o objectivo.

A verdade é que a matemática continua a ser muito pouco produtiva e útil em biologia. Está associada a áreas que geram instrumentação útil, mas por si mesma é perto de inútil pelo menos nos seus aspectos mais abstractos e avançados/recentes.

Anónimo disse...

O texto fala de Português e Matemática.

Já chegámos à conclusão que a Matemática não serve para nada, e o Português?

Cassão disse...

Colegas Pedro Garcia e Cruz Gaspar, concordo plenamente com vocês, pois a matemática faz parte da nossa vida, do nosso cotidiano. Na matemática conseguimos enxergar beleza e soluções.
Pergunto: o que seria da vida se não existissem encantos e respostas?

Cassão

Anónimo disse...

Os "práticos" estão-se nas tintas para a beleza e a curiosidade intelectual. E cada um pensa, mediocremente, que a sua área é o máximo. Para quê a pintura, a música, a poesia? Para que servem? Há quem não veja que a Matemática, ou o que motiva muitos matemáticos, não são as aplicações nem o lucro que eventualmente se possa obter. É a mera curiosidade intelectual (hoje desvalorizada) e a beleza (também a perder valor). A matemática não precisa de aplicações. Mas concordo que o argumento muito utilizado pelos cultores do eduquês, "que a matemática é importante para o dia a dia do cidadão", é absolutamente idiota. No dia a dia só interessam as operações elementares bem como noutras áreas científicas como a da tal Maria Pimentel. Também para a matemática a biologia interessa muito pouco ou nada. A M. Pimentel terá razão, a linguagem e a falta de rigor é que não parece de alguém que seja cientista. Mas podia estar com pressa...(como eu).

Eduardo, Coimbra disse...

Sra. Maria Pimentel

Nem sei bem como lhe responder (era mais fácil responder-lhe pessoalmente...).
Biotecnologia? Ciências realmente importantes? Leia bem o nome da sua "ciência realmente importante" : bio + tecnologia. O bio vem da biologia, e não há nenhum sistema biológico que não exista inserido num espaço-tempo tetradimensional e este, não tenha dúvidas, só pode começar a ser compreendido com matemática a sério (mesmo sem precisarmos de compreender teoremas e demonstrações e coisas afins, é matemática muito séria...). Não existe nada na bio da sua ciência que não seja descrita por equações matemáticas (saberá o que são?). Se a senhora nunca as viu é porque quando a senhora usa essa sua matemática simples ou básica já a matemática a sério foi feita por outras pessoas e a senhora "limita-se" a usar o produto final que lhe põem nas mãos, (tal como eu uso computadores sem perceber o que está lá dentro), e na sua arrogância ignora toda a base matemática (e física) desses seus produtos (materiais e intelectuais) que usa diáriamente na sua investigação.
Todas as reacções biológicas em qualquer sistema obedecem a leis estudadas no electromagnetismo clássico e/ou na mecânica quântica por exemplo. Agora vá lá tentar prever resultados com estas teorias usando a sua "aritmética básica".
E a tecnologia realmente não tem nada de matemática... basta eu saber somar e subtrair e dividir e multiplicar para conseguir construir robôs, aviões, fazer uma ponte, um computador, ou aparelhos que saibam analisar a constituição química e física duma substância, etc. Nada mais fácil.
Para mim uma das coisas que o seu comentário prova é a deficiente formação que a maioria das pessoas recebe no ensino superior, donde quase todos parecem sair com uma visão tão limitada, em termos humanos e cientifícos, do mundo e da natureza que nos rodeia, e também com muito pouca humildade e respeito pela humanidade em geral.
Sem todo o conhecimento acumulado pela física e pela matemática, e também pela biologia (e as outras áreas do conhecimento nascidas destas como todas engenharias e medicinas), a senhora não conseguiria investigar o quer que seja.
E para terminar este comentário, é a matemática a sério, aquela que a senhora despreza, que nos dá a informação quantitativa necessária para irmos tentando compreender este mundo tão complexo em que existimos e os problemas que ele nos apresenta.
Eu adoro acima de tudo a componente conceptual de qualquer teoria de qualquer área, mas quando vamos confrontar a teoria com a natureza, é nas centésimas, ou milésimas etc, que descobrimos se estamos no caminho certo. E não é com a sua matemática que se chega a resultados que se possam comparar com os números exactos que a natureza nos apresenta em cada experiência efectuada.
Basta um digito errado para uma ponte cair ou um avião explodir ou um doente ser "envenenado" acidentalmente por um medicamento...
Se me disser que a matemática é muito mal ensinada nas universidades, aí sim, concordo inteiramente consigo.
Os meus cumprimentos a todos.

Fartinho da Silva disse...

Julgo que a Maria Pimental utilizou uma figura de estilo à qual é comum atribuir a denominação de "ironia"...!

Anónimo disse...

Eu também acho que é ironia, ou melhor, gozação.

Pedro Frazão disse...

Até acredito que a Maria Pimentel esteja a ironizar/gozar, mas a Joana Stilwell parece-me estar a ser séria quando escreve:

«Quando selecciono alunos para a minha equipa presto atenção e se me dão respostas fundamentadas com demasiada fé em modelos matemáticos (em particular se as técnicas matemáticas forem complexas) pesa logo contra a sua contratação porque são pessoas que não se conseguem integrar com os restantes elementos da equipa e geralmente são improdutivos porque se prendem em detalhes irrelevantes em vez de atingirem o objectivo.»

Isto é preocupante.

Anónimo disse...

Efectivamente uma visão da Matemática como "a linguagem universal da Ciência e da Tecnologia" é um exagero que se paga caro pois fica-se com a tendência de se considerar que a Matemática é uma mera técnica que se usa mecanicamente independentemente do contexto. E são muitas vezes os exageros dos matemáticos a causa de muita frustração dos alunos. A Matemática tende a concentrar-se num amontoado de técnicas que se auto justificam porque sendo "a linguagem universal da Ciência e da Tecnologia" pensa-se que basta aprender Matemática para se falar "Ciência e da Tecnologia" e isso não é verdade. Assim se criam muitas rejeições e ódios à Matemática, com muita gente a tentar evitar a Matemática na sua vida pessoal e profissional, perdendo assim o poder que a Matemática efectivamente tem.

Anónimo disse...

Não acho que a Maria Pimentel esteja a brincar, ela só disse aquilo que muitos não se atrevem sequer a pensar, porque o que o Buescu diz é uma coisa chata que toda a gente sabe e repete, é banal. Não concordo nada com o Buescu, não é preciso ser muito bom em português para se ser um bom cientista, nem é preciso ter um inglês excelente para se publicar um paper, nem as universidades inglesas ou americanas exigem um nível de inglês muito alto para cientistas que venham de fora.
E até vou dizer mais do que a Maria: há papers, mesmo da física, que não têm cálculos nenhuns, ou quase nenhuns, e é verdade que muito poucas pessoas têm que saber calcular um integral para fazerem ciência, mesmo na física. Não me vou dar ao trabalho de dar exemplos de papers desses porque são aos milhões.
Isto não tira valor nenhum à matemática que é essencial para a evolução de conhecimento, e quanto mais não seja, está escondida atrás do computador que se usa para fazer a pesquisa, embora não o usemos para calcular um integral.
O comentário que parece ridículo é o da Stilwell, mas ela terá as suas razões, pode realmente haver modelos matemáticos fracos e se os alunos não topam isso, mostra alguma coisa da sua "fé", ela é que saberá, não se pode concluir assim às 3 pancadas, mas pode não ter razão, ninguém é infalível.
luis

Anónimo Ranhoso disse...

Eu acho que tanto a Pimentel como a Stilwell escreveram aquilo que muitos fazem e pensam sem nunca o admitirem em público junto dos seus pares académicos.

Sinceramente que gostaria de ouvir a opinião da Palmira e da Helena Damião sobre isto. Os restantes autores ou já não escrevem aqui, ou têm opiniões muito previsíveis.

E sim, mesmo na Física existe muita publicação científica com matemática de "vão de escada" e sem ela.
Algumas até bem na moda...

Anónimo disse...

O que o Buescu aqui afirma é tão unidimensional e preconceituoso que se duvida que esteja a ser citado corretamente pelo jornalista.

Fora disso, sabemos bem pelos vídeos aqui publicados que o domínio do português pelo Buescu deixa muito a desejar. Ele que se cuide!

Anónimo disse...

Joana Stilwell tem razão pois as pessoas que têm "demasiada fé em modelos matemáticos (em particular se as técnicas matemáticas forem complexas)" são ignorantes do mundo e não sabem para que servem efectivamente os modelos matemáticos. Veja-se por exemplo o que tem acontecido com os modelos econométricos e a fé exagerada na sua eficácia. Muita da crise económica vem daí. E o erro básico de Buescu e outros está em pensar-se que primeiro se aprendem apenas técnicas matemáticas (ao longo de 12 anos pelo menos) e depois, quando mais tarde se encontram aplicações reais, aplicam-se as técnicas para, milagrosamente, se obterem resultados.

Eduardo, Coimbra disse...

Ao anónimo 1:
"uma visão da Matemática como "a linguagem universal da Ciência e da Tecnologia" é um exagero"

que quer dizer com esta afirmação? mas existe alguma ciência que não seja quantitativa (tem que o ser para propôr previsões passíveis de ser comparadas com a natureza usando o método experimental), cujas teorias (baseados em modelos conceptuais e matemáticos) têm forçosamente que fazer previsões que podem ser testadas em experiências extremamente controladas.
E os resultados destas experiências são sempre números, e isto é matemática.
A natureza dá-nos números, não nos dá afirmações ou narrativas ou palavras.
Se uma certa área do conhecimento não obedecer ao critério acima resumido, por muito interessante que seja, não é ciência.
Não é qualquer área do conhecimento que é ciência, não é por um assunto ser estudado que passa a ser ciência. Ciência é conhecimento que pode ser testado experimentalmente, e isso significa medir algo, ou seja números, e isso é matemática.
A natureza não nos engana, nós é que nos podemos enganar quando analisamos a natureza. E não nos engana porque de alguma forma funciona "matemáticamente".
Já Einstein dizia "o Senhor (=a natureza) é subtil mas não é malicioso".
E não é por uma área de conhecimento usar matemática que passa a ser ciência automáticamente.

Ao anónimo 2:
"E até vou dizer mais do que a Maria: há papers, mesmo da física, que não têm cálculos nenhuns, ou quase nenhuns, e é verdade que muito poucas pessoas têm que saber calcular um integral para fazerem ciência, mesmo na física."

Pois é, há papers na física que não têm cálculos nenhuns porque são papers sobre os conceitos por detrás das fórmulas matemáticas usadas nas diversas áreas da física.
Não são papers a propôr modelos matemáticos, e consequentemente a fazer previsões quantitativas, são papers a tentar conceptualizar equações que já se sabem que funcionam, mas ainda não se compreende porquê.
E claro, esses papers são uma mínuscula percentagem de todos os papers que se publicam em todos os ramos da física.

As duas teorias básicas da física, a mecânica quântica e a teoria da relatividade geral, estão cheias de integrais. E consequentemente, todos os ramos da física que se baseiam nestas duas teorias, a física de particulas, a cosmologia, a matéria condensada etc, têm lógicamente integrais.
E sabe porque é que a maioria dos físicos não precisa de estar sempre a calcular integrais (cada um mais díficil do que o outro, não são daqueles que se vê nas análises matemáticas...)?
Porque existem matemáticos e outros físicos que adoram estar a calculá-los (já ouviu falar em físico-matemáticos por exemplo?) e que constroem programas que os calculam por mim...
Vá procurar os integrais que se calculam na física de particulas (regras de feynman por exemplo), a area da fisica que estuda aquilo de que todos nós e tudo o que nos rodeia é feito, e venha dizer-me que a matemática não é a linguagem da natureza...
Vá ler artigos técnicos sobre cosmologia e venha dizer-me que sem matemática é possivel compreender verdadeiramente o universo...

Alexandre Wragg Freitas disse...

Bom, em geral quanto mais se sabe, mais se gosta. Parece que "português" e "matemática" são um fardo! E podem ser coisas maravilhosas!

E se muito pode ser feito sem o domínio de português ou inglês ou matemática ou biologia ou culinária... muito mais poderá se tudo isso for dominado, ou não será assim?

Dependendo do ponto de vista poderemos dizer que todas as coisas nos servem para "chatear" ou que todas as coisas nos são úteis, nem que seja "só" para abrir o espírito. Afinal a criatividade vem de onde? Se ela pode ser afectada pela música, não deveríamos também estudar música?

Finalmente um comentário ao comentário anterior: "os modelos econométricos e a fé exagerada na sua eficácia. Muita da crise económica vem daí". Imaginemos que eu tenho um aparelho de som para vos vender. Imaginemos que eu vos ensino como devem analisar os aparelhos de som para saberem se eles são bons ou maus. Imaginemos que vos vendo igualmente aparelhos que testam a qualidade dos aparelhos de som. Vendo-vos isso tudo, faço bom negócio e ponho-me a andar. Entretanto vocês ficam a discutir porque raio o aparelho de som não dá som... provavelmente a culpa é do aparelho de medição dos aparelhos de som... E eu, longe e intocável, para lá de qualquer horizonte de culpa, rio-me!

Cada um escolhe aquilo em que quer acreditar. A economia é muito complexa, mas essencialmente funciona com "agentes" (nem pessoas são, vejam só!) "racionais" (egoístas, portanto) e dinheiro, muito dinheiro. Não funciona necessariamente com boas intenções ou qualquer forma de jogo limpo. Portanto deixem lá a econometria de parte. As pessoas usam e abusam das técnicas e raramente as compreendem em detalhe. E depois surpreendem-se!

guna disse...

"A natureza dá-nos números" - Não será antes o sr. que pôe números na natureza?

Anónimo disse...

Alguns links escolhidos 'a pressa para contextualizar a discussao sobre a biologia e a matematica/fisica.

Atentem nas publicacoes destes labs e nos journals onde publicam. Nao sao nenhuns pasquins ....

http://www.rockefeller.edu/labheads/leibler/leibler-lab.php

http://www.stanford.edu/group/ferrelllab/

(leiam o primeiro "artigo" sobre Systems Biology da sua lista de publicacoes)

http://www.weizmann.ac.il/mcb/UriAlon/

http://cnl.salk.edu/

Miguel

Fartinho da Silva disse...

Sooooooooooooooooocoooooooooooooorrooooooooooooooo!

Não é possível que a ignorância tenha tanta inveja do conhecimento científico! Como é possível? Sinto uma profunda vergonha de ter nascido num país como este...!

Anónimo disse...

E vou dizer ainda mais, pessoas como o Eduardo Coimbra, O Fartinho da Silva, e já agora o Buescu, são pessoas que só atrapalham e tem má fé na interpretação do que se disse.
Atrapalham porque o essencial para se fazer investigação é criatividade e raciocínio lógico, e não a inutilidade de ter um português perfeito, porque até a Augustina admite que dá erros. Afastar uma pessoa criativa só porque as suas apresentações não são tão boas como as do certinho que tem um português excelente mas que não tem ideias, é típico de um país onde se liga mais às aparências do que aos conteúdos.
Têm má fé porque o que as pessoas disseram, e eu disse "Isto não tira valor nenhum à matemática que é essencial para a evolução de conhecimento, e quanto mais não seja, está escondida atrás do computador que se usa para fazer a pesquisa, embora não o usemos para calcular um integral.". E as outras pessoas também sabem disso, como é evidente.
Aquilo que não é evidente é que muita tralha matemática que se aprende depois é completamente inutil para muitas pessoas que nunca mais utilizam o cálculo infinitesimal ou a álgebra.
E não, não é uma percentagem pequena de papers que não apresentam cálculos, mesmo em áreas como a matéria condensada. Há montes de artigos em que se utilizam softwares para analizar os dados e onde não se faz contas nenhumas, ou quase nenhumas, muitas vezes são análises apenas qualitativas, por exemplo em trabalhos com as mais variadas espectroscopias. Não me vou dar ao trabalho de apresentar aqui exemplos, é ridículo.
Mas apesar de eu saber isto, sou um gajo que não esquece o que aprendeu, ainda me lembro bem de como se calculam os integrais mais malucos e que se calhar muita gente esqueceu, não é por ignorância ou por inveja de coisa nenhuma.
luis

Sérgio O. Marques disse...

A matemática veio simplificar muita coisa. Aliás, permitiu aos turistas portugueses do século XVI saberem voltar a casa. Por isso, até no turismo a matemática tem aplicações.
O objectivo da utilização da matemática na ciência e na tecnologia é poder facilitar e não o contrário. Duvido que a maior parte das actuais soluções de engenharia fossem possíveis sem o auxílio dessa ciência do pensamento que facilita em muito as conclusões.
Como linguagem, trata-se efectivamente da mais universal. Tanto quanto sei, alguns países nem sequer usam o mesmo alfabto ou regras gramaticais (e gramática já pode ser considerado um ramo de matemática). Por outro lado, os números são os mesmos.

Um bom domínio da língua mãe é claramente importante no rigor da comunicação. Mas este domínio não se prende apenas com sintaxe e morfologia mas também com semântica. É bom falar bem, mas ainda melhor saber do que se está a falar.

Particularmente, gosto dos dois tipos de linguagem.

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