sexta-feira, 24 de julho de 2009
Instituto Superior Técnico e Fundação Navegar premiados pelo Ano Internacional da Astronomia
Informação recebida da organização do Ano Internacional da Astronomia (na foto, o pequeno barco dos divulgadores de ciência regressa à ilha das Flores, o sítio mais ocidental da Europa, vindo da ilha do Corvo, ao fim de uma viagem de duas horas com vagas alterosas):
Perante a dedicação dos milhares de astrónomos amadores e profissionais que deram corpo à iniciativa "100 horas de Astronomia" no passado mês de Abril, a Comissão Internacional do Ano Internacional da Astronomia (AIA2009) decidiu premiar alguns dos eventos mais relevantes. Distinguido entre os mais de 100 países que participaram na iniciativa pelo mundo inteiro, Portugal recebeu dois prémios. A investigadora do Centro Multidisciplinar de Astrofísica (CENTRA/ IST), Ana Mourão, e a Fundação Navegar brilharam pelo seu excepcional empenho e pela sua criatividade.
Levou a Astronomia ao ponto mais ocidental da Europa. Pelo seu empenho em "pôr as Flores no mapa do Ano Internacional da Astronomia" e em "ultrapassar o isolamento", Ana Mourão, especialista do CENTRA, unidade de investigação do Instituto Superior Técnico, foi galardoada com o prémio internacional do AIA2009, na categoria "Participação Individual Marcante", à frente de dezenas de candidatos do mundo inteiro.
Realizada no âmbito do projecto de investigação sobre "Supernovas e Explosões de Raios Gama" apoiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), que visa, entre outros objectivos, a divulgação científica nos Açores, a iniciativa do IST tem um balanço "francamente positivo". Em apenas uma semana e após 21 voos e 5 viagens de barco, à mercê do mau tempo, Ana Mourão e a equipa do CENTRA promoveram em Abril passado observações astronómicas e 9 palestras científicas em 6 das 7 ilhas dos grupos ocidental e central dos Açores, reunindo à volta da Astronomia mais de 1000 estudantes açorianos.
"Este tipo de iniciativas é um modo de apoiar as escolas e de fazer notar que as barreiras geográficas, que por vezes justificam a insularidade, podem e devem ser ultrapassadas. No nosso caso, a Astronomia permitiu mostrar que estamos todos no mesmo planeta", esclarece Ana Mourão. Graças ao apoio do grupo de Astronomia do Núcleo de Física do IST e dos docentes das diferentes ilhas, a investigadora do Centro Multidisciplinar de Astrofísica conseguiu responder ao entusiasmo de alunos e de escolas que, pelo seu isolamento geográfico, raramente têm oportunidade de participar em eventos desta natureza.
Na ilha das Flores, por exemplo, todos os alunos do 4.º ao 12.º ano assistiram às celebrações das "100 Horas de Astronomia". Um interesse pela ciência e uma curiosidade que se manifestaram também no fim da palestra proferida na Escola Básica e Secundária das Flores e intitulada "Os Filhos das Estrelas", em que se falou do Big Bang, de quarks e leptões, das galáxias e do pó de estrelas. "Apesar da complexidade do tema os alunos, com idades entre os 4 e os 7 anos, ouviram e intervieram ao longo da palestra. No final, pediram: "Senhora, conte mais uma história!". E a sessão teve que continuar, desta vez procurando dar resposta à pergunta "Por que é que a Lua não cai?", recorda Ana Mourão.
A investigadora do CENTRA mostra-se satisfeita pelo reconhecimento internacional concedido à iniciativa açoriana. "Isto dá-nos a confirmação de que estamos no caminho certo e que vale a pena trabalharmos com uma enorme dedicação", lança. "O Instituto Superior Técnico é conhecido por ter uma grande dinâmica e uma cultura empreendedora. O IST tem sempre apoiado as iniciativas do CENTRA e sentimos orgulho nisso", reconhece ainda.
MILHARES DE ACTIVIDADES DE QUALIDADE
Com 2370 eventos registados, as "100 Horas de Astronomia" foi o maior evento público de ciência alguma vez organizado a nível mundial. De 2 a 5 de Abril, astrónomos amadores e profissionais fizeram descobrir o céu a milhões de pessoas no mundo.
China, Brasil, França, Índia, Estados Unidos e Portugal partilham agora os 8 prémios estabelecidos pela Comissão Internacional do AIA2009, nas categorias de maior evento, de participação mais completa ou de evento mais publicitado, entre outros. Na categoria "Participação Individual Marcante", Ana Mourão foi escolhida entre 24 candidatos, ficando à frente de colegas seus da Nigéria e da Nova Zelândia. O concurso "Sidewalk Astronomy and Starparty Awards" foi lançado pela equipa de trabalho internacional do Ano Internacional da Astronomia para as "100 horas da Astronomia", com o apoio da Celestron e da Explore Scientific.
"As 100 Horas de Astronomia foram, sem dúvida alguma, um sucesso em Portugal, tanto em qualidade como em quantidade de eventos. Com 66 eventos registados, Portugal foi o quinto país com mais registos no mundo, e o primeiro na Europa", revela Ricardo Reis, coordenador nacional do projecto. O também membro do grupo de trabalho internacional destaca, por outro lado, a dificuldade que os organizadores do concurso tiveram em avaliar os candidatos, face à extrema qualidade de todos os eventos.
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