sexta-feira, 17 de julho de 2009

VAMOS ESPREITAR O CÉU DE LUNETA NO CIMO DA TORRE DA UNIVERSIDADE?

Informação recebida da organização do Ano Internacional da Astronomia (ao lado réplica da primeira luneta de Galileu, patente no Museu de Ciência de Coimbra):

No sábado, dia 18 de Julho, em Coimbra, vai ser possível olhar estrelas, planetas e satélites com uma luneta igual à que Galileu usou há 400 anos para fazer algumas das descobertas mais importantes da Ciência

A lanterna é requisito único e obrigatório. No sábado, a partir das 22 horas, naquela que será uma noite invulgarmente escura, habitantes e visitantes de Coimbra vão poder subir à mítica Torre da Universidade e espreitar o céu por uma luneta igual à que Galileu usou há precisamente 400 anos para fazer algumas das descobertas mais importantes da Ciência. A actividade, inserida nas comemorações nacionais da "Noite das Estrelas", é gratuita.

À mesma hora, o Paço das Escolas será palco de uma performance única, especialmente criada para homenagear o Universo, na noite que o Ano Internacional da Astronomia (AIA 2009) dedicou à beleza do céu nocturno e aos perigos da poluição luminosa. Numa fusão de música e teatro, o Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra (GEFAC) vai apresentar o espectáculo "Setestrelo", uma viagem em sete estações pela constelação da Ursa Maior.

"Se todos os corpos celestes encerram em si o misticismo e simbologia que levam o ser humano a divagar por entre as malhas da imaginação, a referência ao Setestrelo (Ursa Maior) é a primeira que surge quando se tenta estabelecer uma relação entre actividades tradicionalmente rurais e a astronomia", avança Sílvia Franklim, do GEFAC. “Setestrelo” é, assim, "uma viagem pelo mágico elo entre os ritmos da natureza e a actividade humana, um percurso pela inquietude do escuro da noite e a reconfortante orientação do brilho das estrelas, um caminho entre um céu para ser contemplado e um céu para ser vivido".

Invocando as sete estrelas que compõem a constelação, o espectáculo desenvolve-se por sete estações, as quais desenharão no terreiro a forma do Setestrelo. "Carro, Caçarola, Arado, Os Sete Sábios, Candeia de São Pedro e Ursa Maior. Sete estrelas que brilham no céu, sete momentos diferentes vão levar as pessoas por um percurso onde poderão ouvir contos tradicionais de lobisomens, contos mitológicos, canções que invocam a lua e poemas às estrelas e ao Sol", explica Sílvia Franklim.

No Pateo das Escolas haverá ainda, a partir das 21 horas, observações astronómicas pensadas para todos os públicos. Constelações, planetas e satélites vão desfilar aos olhos de todas as pessoas que se deslocarem a este espaço emblemático da cidade, na noite em que a Universidade reduzirá a sua iluminação para 'desaparecer' do horizonte e fazer acender as estrelas.

Organizada em Coimbra pelo Museu da Ciência e pela Reitoria da Universidade, com a colaboração do GEFAC e de algumas associações de astrónomos amadores (Alfa Centauri, NEDF e SAC), a "Noite das Estrelas" assinala também o início da Astronomia no Verão, do Programa Ciência Viva.



Da Colina de Camões para o Universo

Entre o mito e a ciência, as comemorações da "Noite da Astronomia - Noite das Estrelas" prosseguem do outro lado do rio, onde a música do I Festival das Artes vai parar para dar lugar a um passeio pelo céu nocturno, preparado por especialistas da Comissão Nacional do Ano Internacional da Astronomia. O palco do Universo será, então, o premiado anfiteatro ao ar-livre da Colina de Camões, na Quinta das Lágrimas. Já sem a Universidade no horizonte, a organização convida todos os públicos, experientes ou totalmente inexperientes, a olharem as estrelas. A sessão de observação tem início às 22h30 e a entrada é gratuita.

Coimbra será apenas uma das cidades do país a "apagar-se" na "Noite da Astronomia - Noite das Estrelas". A iniciativa irá replicar-se por todo o continente, de Faro a Bragança, e nos arquipélagos da Madeira e Açores, graças a um desafio colocado pela organização do Ano Internacional da Astronomia. O objectivo é que todos os portugueses possam descobrir as belezas do céu e ver com os seus próprios olhos o resultado da ausência de poluição luminosa.

A poluição luminosa resulta da má utilização dos sistemas de iluminação e é produzida sobretudo por candeeiros e projectores que, por concepção inadequada ou instalação incorrecta, emitem luz muito para além da zona pretendida. A luz emitida em excesso causa graves prejuízos ambientais e sociais: para além de exigir gastos supérfluos de energia, agravando o problema da poluição ambiental, ela ainda produz danos sociais, na medida em que afecta, por exemplo, o comportamento dos condutores e dos peões nas ruas, mas também o próprio bem-estar das populações.

O Ano Internacional da Astronomia (AIA 2009) é coordenado em Portugal pela Sociedade Portuguesa de Astronomia, com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia, da Agência Nacional Ciência Viva, do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra e da Fundação Calouste Gulbenkian.

1 comentário:

Anónimo disse...

Jonas , Pow eu gostei , mais fala que são sete estrelas mais so tem seis.Eu queria saber qual era a setima estrela?

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Passaram mil dias - mil dias! - sobre o início de uma das maiores guerras que conferem ao presente esta tonalidade sinistra de que é impossí...