Todos nós sabemos que quando chove a calçada portuguesa, normalmente formada por calcário branco e preto, não se dissolve na água da chuva. Mas sabemos igualmente que as chuvas ácidas resultantes da poluição atmosférica põem em risco muitos monumentos, nomeadamente em Lisboa em que a maioria destes foram construídos em lioz ou mármore.
Embora macroscopicamente o calcário nos pareça insolúvel em água, na realidade é pouco solúvel, com uma solubilidade que depende da natureza da rocha calcária, do tamanho das partículas, da relação entre os teores de cálcio e magnésio, da temperatura e da acidez da água. Se considerarmos um calcário calcítico (com concentração de magnésio, Mg, inferior a 3%) à temperatura ambiente e em contacto com uma água neutra (concentração de iões H3O+ igual à concentração de iões OH-) e admitirmos para efeitos de cálculo que é constituído apenas por carbonato de cálcio, em condições de equilíbrio (que podem não ser atingidas), isto é, numa solução saturada, dissolveram-se cerca de 7 mg de calcário por litro de água.
Em água da chuva dissolve-se uma maior quantidade de carbonato de cálcio devido a deslocação do equilíbrio químico. Isto é, o CaCO3 quando se dissolve dissocia-se nos iões constituintes, ião carbonato e ião Ca2+:
A água em contacto com a atmosfera dissolve dióxido de carbono dando origem aos seguintes equilíbrios:
Como a última constante de equílibrio é muito pequena, na ordem de 10-11, e cerca de 10 000 vezes menor que a anterior, o carbonato proveniente da dissolução de calcário é convertido quase totalmente em bicarbonato (HCO3-). Isto é, quanto mais ácida é a água mais calcário dissolve (por isso não convém cortar limões numa bancada de cozinha em mármore ou lioz).
A solubilidade do dióxido de carbono - e a acidez da água - aumenta com a diminuição de temperatura e com a pressão (total ou de CO2). Aliás, os nossos leitores podem confirmar o efeito da pressão e composição dos terrenos das fontes olhando para o rótulo das águas de mesa. Águas provenientes de terrenos graníticos ou basálticos, por exemplo água do Luso, têm muito poucos iões dissolvidos, nomeadamente apresentam um teor de bicarbonato muito baixo, na ordem dos 40 mg/L; águas provenientes de serras calcárias, por exemplo da serra de Monchique, apresentam teores de bicarbonato na ordem das centenas de miligramas; águas com gás (dióxido de carbono) são quasi equivalentes a uma pastilha Rennie com entre 1 a 2 gramas de bicarbonato por litro.
O efeito da temperatura na solubilidade do CO2 explica que só se formem corais nos mares quentes e o efeito da pressão explica em grande parte a formação dos espeleotemas a que chamamos estalactites e estalagmites.
Os espeleotemas são formações rochosas que ocorrem por acção da água em terrenos constituídos por rochas carbonatadas (calcário, mármore e rochas dolomíticas), que podemos apreciar bem perto de Lisboa no relevo cárstico do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros e nas estalactites e estalagmites que ornamentam as grutas que aí encontramos.
A formação das estalactites e estalagmites nas grutas é um exemplo interessante de deslocação de equilíbrios químicos. Quando a água escapa de uma fenda do tecto de uma gruta, há uma ligeira diminuição de pressão com consequente libertação de dióxido de carbono. A libertação de dióxido de carbono desloca os equilíbrios no sentido inverso aos que estão representados nas equações anteriores, isto é, resulta na precipitação de (muito pouco) carbonato de cálcio uma vez que diminui a concentração de equilíbrio de carbonato e o excesso precipita.
A formação destes espeleotemas, se considerarmos os equilíbrios envolvidos e as pequenas deslocações destes, é extremamente lenta com velocidades de formação entre 0.1 -10 cm/milénio. Isto significa que uma corriqueira estalactite de 1 metro demorou entre 1 milhão e 10 000 anos a formar-se. Isto é, mesmo abstraindo a idade das rochas calcárias, o tempo que demora a formar-se a gruta, a própria existência de estalactites e estalagmites é uma bela pedra no sapato dos criacionistas da Terra jovem.
Através do Pharyngula descobri que o Kentucky Park Service resolveu enviar ao Museu do Disparate os naturalistas que explicam cientificamente aos seus visitantes as belezas naturais que este fabuloso conjunto de parques exibe. Aparentemente os fundamentalistas que visitam o delírio criacionista de Ken Ham, que acreditam piamente não só terem os dinossáurios convivido pacificamente com os humanos, inclusive no estágio na Arca de Noé, como ser a idade da Terra uns meros 6 000 anos, aproveitam o passeio para visitar os parques do estado e protestam veementemente quando descobrem a diferença de largos milhões de anos entre a «ciência» bíblica de Ken Ham e a ciência a sério.
Carey Tichenor, o naturalista chefe do Departmento de Parques, afirmou que a excursão ao Museu do Disparate servirá para perceberem quais as anedotas que aí são vendidas mas que continuarão a oferecer aos visitantes a explicação séria dos factos:
«Nós diremos às pessoas [que contestam a explicação científica] que tudo bem se quiserem acreditar no que viram no Museu da Criação. E então explicaremos porque dizemos o que dizemos no parque - é a interpretação científica do local».
Considerando apenas o Mammoth Cave National Park, que alberga o maior sistema de grutas do mundo, ornamentadas com estalactites e estalagmites de cortar a respiração, tenho uma certa curiosidade em descobrir que mais barretes os criacionistas da Terra jovem arranjarão para explicar que as estalactites que aí se encontram não são francamente mais velhas que a Terra.
Continuarão a utilizar a cristalização de sulfato de magnésio, tartarato de sódio ou outro sal várias ordens de grandeza mais solúvel que o carbonato de cálcio para enganar os mais incautos? Ou pretenderão que por um mistério da fé dentro das grutas o produto de solubilidade do carbonato de cálcio diminui drasticamente? Infelizmente, por muito ridículo que seja o barrete, alguns acreditarão nele pelas razões que este artigo da Science de 18 de Maio, «Childhood Origins of Adult Resistance to Science», ajuda a explicar.
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53 comentários:
Fácil, não?
Mais um dos muitos exemplos de precipitação ANTES da criação.
Deuses! Não têm que dar contas do trabalho produzido, e depois é o que se vê.
Artur Figueiredo
Não compreendo por que razão se continua a dar tanto relevo ao criacionismo, sobretudo por parte das pessoas que não o aceitam porque não vêem nele qualquer fundamento, e com toda a razão. Mas então, não seria melhor reflectir sobre outras questões? O cristianismo não tem nenhuma teoria sobre o aparecimento do universo nem sobre o aparecimento da vida, sendo por isso mesmo compatível com qualquer teoria científica. Talvez esta última afirmação pareça estranha mas, de facto, não o é. O que me parece é que há um grande desconhecimento por parte de alguns cientistas daquilo que constitui o essencial do cristianismo. Os criacisonistas podem ser acusados de ignorância das teses científicas. Convém que os cientistas não ignorem as afirmações centrais do cristianismo, as quais nada têm a ver com o criacionismo.
Caro Alfredo Dinis:
O senhor, como padre, devia dirigir essas observações aos criacionistas, não aos cientistas. A ciência não tem nada a ver com religião mas há um monte de lunáticos, infelizmente com muito dinheiro e poder político, que não sabem isso.
Se o incomoda que os cientistas não aceitem pacificamente e de braços cruzados as patetadas criacionistas fale com os seus irmãos em Cristo não connosco.
Pela minha parte devo dizer que me estou nas tintas para o cristianismo ou outras religiões se elas não invadirem o meu espaço.
Aquilo que temos visto nos últimos é um ataque cerrado por parte dos fundamentalistas de todas as religiões ao espaço público, que é também o meu espaço.
Eu não tenho de saber nada sobre o cristianismo para dizer que o criacionismo é uma patetada e que os criacionistas são totalemnte ignorantes de ciência. Basta-me ler as palermices anti-científicas que eles escrevem para o saber.
Enderece as lições espúrias que nos pretende dar aos criacionistas não aos cientistas :) Pelos vistos eles é que precisam desperadamente de lições de cristianismo.
Este blog tem imensas destas discussões que na verdade têm pouco a ver com ciência, e muito menos com relegião.
Poderiam parar com isso?
Se gostam tanto uns dos outros, pq não enviam emails uns aos outros, concordando, discordando, insultando, etc. Porque razão usam caixas de comentários públicas para isso???
Qual é a ideia??? Dar nas vistas???
Deixar opinião sobre um post é uma coisa, encher uma caixa de comentários com discussões PARVAS que nada têm a ver com o post, onde os autores dos comentários se insultam uns aos outros é uma coisa SEM SENTIDO, que mostra que uns e outros, padres e anti-padres, cientistas e criacionistas, são mas é UM BANDO de CRIANÇOLAS que não tem mais nada que fazer.
Leitor Farto Desta Palermice
De um ponto de vista humano... a precipitação do criador é compreensível. Afinal só deram sete dias à criatura para fazer o serviço. Depois querem o quê, obras perfeitas?
Eu acho muito bem que os cientistas se preocupem não só com os fundamentos, como com a prática do criacionismo, do cristianismo, do islamismo, do judaísmo, do hinduísmo, do budismo, do ocultismo, do voodismo, do culto de orixás e, como a lista já vai longa, dos fundamentos de ser adepto do benfica.
Afinal, todos devem ter elevada importância para a compreensão da complexidade do ser humano.
Aliás, eu não acho só bem que os cientistas se preocupem com esses fundamentos todos, eu acho o máximo :)
Artur Figueiredo
Olá a todos:
"Não compreendo por que razão se continua a dar tanto relevo ao criacionismo, sobretudo por parte das pessoas que não o aceitam porque não vêem nele qualquer fundamento, e com toda a razão"
Por essa razão que não de deve deixar de denunciar essas ideias estapafúrdias que por aí pululam.
"O cristianismo não tem nenhuma teoria sobre o aparecimento do universo nem sobre o aparecimento da vida, sendo por isso mesmo compatível com qualquer teoria científica."
Com o devido respeito aí é que está o problema. As religiões sempre lidaram mal com a ciência, pois sempre recearam que os dados científicos levassem as pessoas a pôr deus em causa. Por isso são completamente incompatíveis; por isso não são de modo nenhum modos iguais de tentar compreender o mundo. E exactamente por se pensar que são compatíveis é que surgem estes movimentos de Design Inteligente. E se deixarmos de denunciar essas ideias sem-pés-nem-cabeça, é uma vitória do relativismo e da ideia que para fazer ciência não é preciso estudar seriamente as coisas e que não está sujeita a erros.
Penso que não seria um bom blog de divulgação da ciência e de filosofia se não houvesse um mínimo de espírito crítico e de denúncia destas situações absurdas. Até porque esses criacionistas já estão a dizer que têm muitos anos de discussão pela frente, sinal que são incapazes de ouvir a razão e que aproveitarão todas as oportunidades para fazer propaganda.
Cumprimentos a todos,
José Manuel Oliveira.
As grutas foram, por assim dizer, o primeiro tecto do Homem. Para além das estalactites e estalagmites encontram-se em muitas grutas representações dos animais, uns mais pacíficos que outros, que conviveram com o homem primitivo. Não percebo porque é que nunca foram descobertas representações de dinossauros. Seriam muito difíceis de desenhar?
guida martins
Respondo a José Oliveira:
Tal como a beleza de um pôr-do~sol ou de uma aurora boreal é compatíval com qualquer explicação científica desses fenómenos, do mesmo modo a religião o é, porque como diz e muito bem, ciência e religião "não são de modo nenhum modos iguais de tentar compreender o mundo". Estou completamente de acordo. Também é por isso que a ciência só pode pôr em causa elementos do cristianismo que de facto não lhe pertencem. Neste sentido, os próprios cristãos podem erradamente temer que a ciência ponha em causa as suas crenças, não as de natureza especificamente religiosa, mas as que erradamente se pensa que o sejam. O intelligent design não tem qualquer fundamento porque não é compatível com a ciência. Muito diferente é o caso de um cristianismo inteligente que nada tem a temer da ciência.
Caro Alfredo Dinis:
O problema é o que será um cristianismo inteligente ou o verdadeiro escocês!
Os criacionistas acham que eles é que são os verdadeiros cristãos, os verdadeiros inteligentes que seguem à letra a "revelação" e que cristãos como o Alfredo são aliados do Demo.
Até mesmo em Portugal e na comunidade católica tem criacionistas vertente IDiotia. Um deles muito activo na blogosfera, o Bernardo Sanchez da Motta aka espectadores que ainda há pouco no blog do Ludwig escreveu :
Eu duvido da evolução no sentido "macro", como sabe, ou seja, no sentido que faz surgir espécies novas, mais complexas, de espécies anteriores, menos complexas.
Nem quero pensar no que o Bernardo diria se eu lhe chamasse pouco inteligente por isso...
Outro problema é os criacionistas não olharem a meios para impôr a todos as suas patetadas. Nos Estados Unidos mais um criacionista mente com quantos dentes tem para ser eleito para um conselho escolar e alterar os curriculos para impôr o criacionismo nos bancos de escola.
O senhor até mudou o nome para não ser reconhecido como fellow do Discovery Institute e apresenta-se como Darwinista...
Toda a história:
How to not make a Trojan Horse
Discovery Institute Fellow runs for school board as “Darwinist”?
Rural School Board Candidate Hasn't Been Forthcoming About His "Intelligent Design" Agenda
Please don't vote for John Campbell
Caro Alfredo Dinis:
Peço desculpa se o meu comentário pareceu um ataque a todo o cristianismo. Não foi! Foi (mais uma) chamada de atenção para uma série de fanatismos que por aí circulam, que querem que a ciência seja religião nem que seja à força...
Dito isto ainda bem que existem crentes com quem se pode ter uma discussão aberta e franca, que separam - a meu ver correctamente! - as suas crenças religiosas do que aprendem com a ciência.
Um abraço,
José Manuel Oliveira.
Postas as coisas no pé em que estão concluo que os cristãos são fanáticos e os anti-cristãos são os fanáticos do outro lado; que os criacionistas são fanáticos por acreditarem no criacionismo, e que os anti-criacionistas são fanáticos do não-criacionismos.
Conclusão final: estamos rodeados de fanáticos.
É, para além de fanática anti-criacionismo, sou fanática anti-racismo, anti-nazismo, fanática pró democracia, pró direitos humanos e assim!
Ateia paciência!!!!!
Não concordo inteiramente com a dicotomia cristianismo inteligente versus cristianismo estúpido, porque me parece que há muito cristianismo que não é nem uma coisa nem outra: é simplesmente cristianismo calão, resultado de muita preguiça.
O que me parece ser evidente é que a ciência tem mostrado excelentes características para lidar com eles todos.
Já da capacidade do cristianismo lidar com a ciência, só poderemos dizer o mesmo, se exceptuarmos um pecadito aqui, outro ali, que a ciência teima em cometer relativamente aos seus fundamentos :)
Artur Figueiredo
Esta insistência no criacionismo já irrita quase tanto como um criacionista que tenha pelo menos a 4ª classe. Ou será que se destina a um só leitor, o famoso Jónatas Machado? (Que não sei se é mesmo criacionista. O que sei, por um seu antigo aluno, é que se trata de um cidadão exemplar. Assim se pudesse dizer isso de todos os católicos e de todos os ateus.)
A mim, o que me preocupa é ver tanta gente, que se diz portadora de elevada cultura e superior conhecimento, chamar ignorante a qualquer autor ou comentador deste blog.
Preocupa-me porque, regra geral, essas pessoas também não ensinam aqui nada. Ou porque não querem, o que seria uma atitude desprezível, ou porque não sabem e nesse caso seriam dispensáveis as críticas.
Isto preocupa-me, não porque as pessoas tenham opiniões diferentes, mas porque muitas delas se refugiam no selo de "ignorante", à falta de melhor argumento, para rebaixar os opositores.
Artur Figueiredo
O que já irrita é esta mania de alguns crentes em enfiarem a cabeça na areia e acharem que um problema se resolve dando uma de avestruz! Acusando quem fala no problema de atacar a religião!
Tipo a reacção de alguns ao terrorismo islâmico: é um ataque à religião falar de terrorismo religioso, vamos ignorá-lo!
Mas enquanto os cientistas devem ficar de braços cruzados face aos ataques à ciência e aos cientistas os criacionistas não param. A Austrália é a terra do Ken Ham e John Mackay que o ano passado fez uma tournée por Inglaterra.
Em Universidades e escolas secundárias Mackay explicou que a «crença» na evolução foi introduzida por Satanás, que não contente em perverter ao Ocidente infiltra o Terceiro Mundo para atacar o cristianismo:
«Satanás só recentemente iniciou a introdução da evolução no Terceiro Mundo com o objectivo de destruir o esforço missionário. Armemo-nos primeiro com a nossa armadura espiritual e providenciemos aos missionários do Terceiro Mundo e a outros as armas para levar a guerra contra as subtilezas de Satanás que procura minar a confiança na palavra de Deus e no trabalho missionário»
Num retiro com famílias cristãs, continuou a envenenar os ingleses contra a ciência e os demoníacos cientistas que impedem o Mundo de voltar à pureza antes da Queda, em que os tubarões brancos eram vegetarianos e as abelhas não davam ferroadas.
Mackay e outros como ele dizem que é obrigação dos crentes lutarem com todas as armas contra o Demónio na forma de cientistas. Todos os criacionistas sem excepção dizem que todos os males do mundo, do nazismo ao comunismo, se devem à "crença" na evolução.
Se alguém mais desequilibrado, como já aconteceu nos Estados Unidos, achar que o mundo fica muito melhor se se cortar o mal pela raiz assassinando cientistas também não se deve falar nisso, é um ataque à religião.
Um filósofo de Biologia (e da religião) escreveu:
I have decided that I am sick and tired of the antievolutionists. When I got into this game about 15 years or more ago, I thought that if we just argued and presented information about what evolution really is, and what it means for modern thinking, people would move away from attacking evolution in order to bolster their religious agendas.
I was wrong. Very wrong. (...)
Anyway, the reason for this post now is that the indefatigable Joe Cain, at the University College, London, has been digitising a short-lived journal from the 1920s and 1930s entitled Evolution: A journal of nature, which was published in response to the Scopes trial and subsequent antievolutionary movements by fundamentalists (which had only just been named a decade or so earlier). He includes a number of (copyrighted, hence not shown here) political cartoons of the period, and the sad thing about them is that most of them could be published today and still be relevant. It's amazing how much is the same.
E só mesmo do Daniel de Sá defender como defendeu o Jónatas Machado, um cidadão exemplar ao contrário dos ateus!
Bora ensinar nas nossas escolas que a Terra tem 6 000 anos que o Jónatas é um cidadão exemplar e isso é que importante!
Que querem os criacionistas: usar o dinheiro e a máquina pública para disseminarem os seus disparates. Em todos os países, mesmo em Portugal, querem que se ensine criacionismo nas escolas.
Veja-se o que acontece com este Museu da Criação:
The head of the Kentucky Paleontological Society is criticizing local tourism officials for promoting the Creation Museum using inflammatory language from the museum's Web site.
The Northern Kentucky Convention & Visitors Bureau on its Web site says of the controversial museum: "This 'walk through history' museum will counter evolutionary natural history museums that turn countless minds against Christ and Scripture."
É giro que se levantem tantas vozes cristãs indignadas num post científico que explica com todos os detalhes os embustes criacionistas. Se calhar é isso que irrita muita gente...
Eu gostei de ler a explicação sobre a formação de estalactites e estalagmites. Eu já vi umas com 6 metros e colunas com mais de 12 metros (no Brasil). O guia dizia que cresciam a 0,01 mm/ano o que lhes dá a bonita idade de 6 milhões de anos.
A mim o que me faz imensa aflição é esta total perversão das coisas: o que está mal não é existir gente que exige que se ensine disparates e erros mas existirem "fanáticos" que se opõem a isso.
Depois isso que o importante é serem cidadãos exemplares não convence ninguém. Para mim alguém que insista que se devem ensinar erros não é um cidadão exemplar: é um péssimo cidadão!
Todos são bons cidadãos no critério de alguém; eu acho que sou e que cumpro o meu dever de cidadania quando denuncio ataques anti-ciência ou xenófobos. Os fulanos do PNR devem achar que são bons cidadãos com a sua xenofobia.
O Daniel de Sá acha que ele é que é o presidente da câmara e que o seu critério de cidadania é que é o supra sumo da batata...
Sofro com certeza de uma ignorância atroz: não consigo perceber o que tem de exemplar alguém que defende as suas ideias, sejam elas quais forem, sob anonimato.
guida martins
O Artur Figueiredo tem razão. Na maior parte das vezes, estes comentários têm muita parra e pouca uva. Não me excluo, claro, do número de culpados. Há “posts” que são arquivados sem nenhum comentário, como aconteceu com a estrela Mira. E, no entanto, poderia ter sido dita alguma coisa, como por exemplo que a primeira observação desta estrela no século XX foi feita por João de Morais Pereira, na ilha de São Miguel, em 16 de Outubro de 1902. A informação é da AAVSO (American Association of Variable Star Observers).
Também estou à espera de algo mais científico a respeito da evolução, em vez de coisas tão óbvias, quase banais, que por aqui surgem. Seria interessante saber o que pensam os nossos “postadores” a respeito de uma descoberta recente, a de que o Hommo habilis terá convivido durante mais de um milhão de anos com o Hommo erectus. Para mim, um nabo nestes assuntos, sempre me pareceu mais fácil aceitar que um deriva do outro ou que o Cro-Magno é uma evolução do Neanderthal. Mas a maior parte dos cientistas diz que não, e lá andamos à espera dos famosos elos perdidos para nos explicar a árvore genealógica.
Entretanto, outra curiosidade, que para alguns talvez seja novidade. Foi também um micaelense, Arruda Furtado, o primeiro a estudar e divulgar em Português as conclusões de Darwin.
Caro Daniel de Sá
"Tout discours dit quelque chose; disant quelque chose, il dit quelque chose qui est; disant ce qui est, il dit ce qui est vrai".
Antisthène dixit
Os nazarenos têm outro sofisma: "falar às toneladas e não dizer nada.
Vivemos de antíteses.
As estalagtites e estalagmites tanto podem ser o resultado de pouca água ao longo de muito tempo, como de muita água ao longo de pouco tempo.
O dilúvio global, com as suas condições excepcionais, é causa mais do que suficiente para a formação de rochas sedimentares e metamórficas, para a petrificação de florestas, a fossilização em larga escala, etc.
As rochas e os fósseis não falam por si. Eles são interpretados de acordo com o modelo teoórico adoptado à partida.
De resto, não se percebe qual a estranheza da Palmira sobre a coexistência dos dinossauros com os seres humanos:
1) De onde vêm os inúmeros relatos de dragões na antiguidade (v.g. nas crónicas de Alexandre o Grande ou de Marco Polo))
2) Não existem hoje fósseis vivos mais antigos do que os dinossauros que coexistem ainda com os seres humanos (v.g. crocodilo; celecante)?
3) Não foram recentemente encontrados tecidos moles não fossilizados em ossos de disnossauros? Como teriam eles sido preservados ao longo de 70 milhões de anos?
Vejamos alguma da muita científica de que a Terra é recente:
1. A ideia de uma Terra antiga é essencialmente uma construção ideologica, não suportada por qualquer evidência directa.
2. Todos os métodos de datação radioactivos baseiam-se nas mesmas premissas naturalistas e uniformitaristas, havendo muita evidência publicada em revistas científicas de que os mesmos são muito falíveis. Alguns dão datas muito anteriores à suposta idade da Terra, outros dão datas futuros e muitos dão datas totalmente díspares entre si. O que mostra que uma coisa é medir quantidades de isótopos, outra completamente diferente é medir o tempo.
3. Hoje temos evidência de deposição de rochas sedimentares em curtos espaços de tempo, o mesmo acontecendo com a petrificação de madeiras.
4. A quase completa ausência de evidências de erosão e de actividade de seres vivos entre as diferentes camadas de sedimentos, é evidência de que a Terra é recente.
5. Os fósseis polistráticos (geralmente árvores) são evidência consistente com a idade recente da Terra, o mesmo sucede com os fósseis vivos.
6. As deformidades de sedimentos moles, em que as rochas de várias camadas estão dobradas sem se partirem, são evidência de que a curvatura das rochas é anterior à sua solidificação.
7. A proliferação de fósseis nos cinco continentes e nos vários estratos (evidenciando sepultamento abrupto através da deposição de sedimentos) juntamente com a evidência de catastrofismo nas rochas é evidência inteiramente consistente com um dilúvio global.
8. A descoberta de tecidos moles e hemoglobina em ossos de dinossauros é inteiramente consistente com a pouca idade da Terra.
9. A descoberta hélio nos zircões e de C-14 em rochas, fósseis e carvão datados de milhões de anos é evidência de que não poderão ser tão antigos como se pensa e evidência de decaimento radioactivo acelerado.
10. A quantidade de sedimentos nos fundos dos oceanos é inteiramente consistente com a pouca idade da Terra;
11. As estatísticas demográficas são inteiramente consistentes com a escassa antiguidade da Terra.
12. Os escassos milhares de anos das civilizações mais antigas são inteiramente consistentes com a pouca antiguidade da Terra.
13. O decaimento do campo magnético da Terra mostra que a mesma não pode ser tão antiga como se pensa.
14. A escassez de fósseis intermédios do processo de evolução (assinalando a transição entre invertebrados, vertebrados, peixes, anfíbios, répteis, maníferos e aves) é evidência de que não houve evolução e de que os vários fósseis são contemporâneos entre si.
Uma apresentação desenvolvida destes pontos pode ver-se em:
www.creationwiki.org
Varo Jónatas Machado:
Não referindo todos os restantes disparates que refere, a sua tentativa de explicação de espeleotemas com muita água pouco tempo é completamente errada.
Talvez alguma química básica (para não falar em física biologia geologia e biologia também básicas) o ajudassem.
Nomeadamente o conceito de concentração de equílibrio, cinética muito básica para além de bom senso ajudassem. Bom senso que simplesmente se reduz a olhar para as formas de algumas estalactites e estalagmites...
Muita água em pouco tempo, admitindo que este pouco tempo permitiria dissolver algum calcário, quanto muito poderia justificar cristais de calcite nos locais onde essa água se acumulasse e depois se evaporasse, nunca estalactites.
Já referi noutro post que um dilúvio total é completamente impossível de ter ocorrido. Pode ter ocorrido situações de cheias como as recentes em Inglaterra, mas é impossível o dilúvio »biblíco».
Pode ler porquê nos posts A génese do criacionismo e Criacionismo puro e duro.
Mas já agora transcrevo uma parte do último, que responde a outros disparates com que continua a inundar o nosso espaço de debate:
Para dar conta dos tais «problemas científicos e cronológicos» no que à geologia diz respeito, os autores inventam um nonsense a que chamam «catastrofismo bíblico», propagado até hoje em imbecilidades nunca antes imaginadas como a Tectónica de Placas Catastrófica - que, de forma absolutamente hilariante, pretende explicar como em meia dúzia de dias se separaram os continentes e se formaram cadeias montanhosas como os Alpes ou os Himalaias - ou a sismografia apocaliptíca.
Mas a pérola de todos os dislates é talvez a forma «airosa» como os autores resolveram Génesis I: 6-7: 6- E disse Deus: haja um firmamento no meio das águas, e haja separação entre águas e águas; 7- Fez, pois, Deus o firmamento, e separou as águas que estavam debaixo do firmamento das que estavam por cima do firmamento. E assim foi.
Que levantava um problema sobre o que cargas de água seriam aquelas que ficavam debaixo do firmamento. Especialmente porque a leitura literal do Génesis nos seus pontos 2:5 e 2:6 excluía nuvens, já que as referidas revelações dizem claramente que «o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra» e que era «um vapor» que «subia da terra» o responsável pela rega de «toda a face da terra».
A solução encontrada por Morris foi rodear a Terra por uma bolha gigantesca e invísivel de água «divina» que assumiu essa disposição mercê da «criatividade» igualmente divina, que supostamente só sujeitou a água às leis da física no pós-dilúvio. Uma alfinetada na dita bolha foi quanto bastou a Deus para despoletar o Dilúvio, naqueles tempos em que o criador brincava com a gravidade, forças intermoleculares e demais leis naturais que hoje enganam os mais cientificamente informados.
Aliás, a inexplicável insistência dos cientistas nas continuidades histórica e das leis da física - com que, por exemplo, datam biblicamente «impossíveis» rochas e fósseis - é carpida por Morris como sendo assente em «pressupostos tão dogmáticos como os nossos». Dogmas que não aceitam, por exemplo, que a segunda lei da termodinâmica só tenha sido «inventada» por Deus pós-Criação ou que as constantes físicas, como a velocidade da luz, constante de Planck ou a constante de Newton tenham variado por milagre. E especialmente não aceitam que Deus pode intervir a nível das forças nucleares, aumentando vertiginosamente o tempo de meia vida, isto é, diminuindo muitas ordens de grandeza a constante de decaimento radioactivo, dos isótopos utilizados nos métodos de datação. Só não percebo se esta intervenção na interacção nuclear fraca se verificou só na Terra pré-diluviana ou se Deus até ao Dilúvio andou a dar uma ajudinha às estrelas consubstanciado imaterialmente em bosões de vector...
Em relação ao campo magnético da Terra também já referi os dislates criacionistas sobre o mesmo, no post Física Bíblica.
Mais uma transcrevo a parte relevante:
Os argumentos «científicos» que apoiam a hipótese que a Terra tem apenas 6 000 anos são ainda hoje fornecidos pelo «trabalho» de Thomas G. Barnes, um dos «cientistas» com senso comum. Barnes concluiu em 1971, com base, mais uma vez, em ciência do século XIX - que mesmo assim deturpa -, que a idade da Terra é inferior a 25 000 anos. Os disparates de Barnes sobre o campo magnético da Terra, em que assenta a sua conclusão, são magistralmente desmontados aqui.
A Palmira afirma:
"Já referi noutro post que um dilúvio total é completamente impossível de ter ocorrido."
Agora a Palmira pretende ser omnisciente. É impossível pelos padrões de quem? Do homem, ou de Deus?
Humanamente, a ressurreição de Jesus Cristo também seria impossível. Mas a mensagem essencialmente da mesma é: Deus é soberano, e para Ele não há coisas impossíveis.
Não perceber isto, é não perceber o essencial.
Em resposta à Palmira, deve dizer-se:
Em primeiro lugar, muitos geólogos têm abraçado o catastrofismo, pondo de lado as premissas uniformitaristas (indemonstráveis) de Charles Lyell.
Os criacionistas sempre disseram que o catastrofismo (e não o uniformitarismo) é o que melhor explica os dados geológicos e paleontológicos.
As recentes descobertas de grandes lagos muito abaixo da superfície da Terra conferem plausibilidade ao relato bíblico do dilúvio e obrigará a rever muita da sabedoria convencional sobre a "história da Terra".
Sobre isso, falaremos adiante.
Além disso, a Palmira está muito desactualizada em matéria no conhecimento do pensamento criacionista. Também aqui parece que fossilizou.
Seria muito importante ler o trabalho do físico Russell Humphreys, do lLaboratório Nacional de Los Alamos, sobre o texto bíblico que referiu e o modo como a água teve uma função essencial na criação do Universo.
Seria igualmente importante ler os trabalhos do geofísico John Baumgardner sobre a tectónica de placas, a deriva dos continentes e a sua articulação com o dilúvio global.
Para estes autores, o dilúvio, além de ser possível, é a única explicação plausível para mistérios da ciência como a Idade do Gelo, a existência de fossilização em larga escala nos cinco contenentes, a deriva dos continentes, a elevação das montanhas, a existência de fosseis de moluscos no cume dos himalaias, etc.
Hoje sabe-se que muitos fenómenos que até há pouco se pensava demorarem milhões de anos (v.g. formação de canyons, formação de estalactites e estalagmites, formação de rochas graníticas, formação de camadas de rochas sedimentares) podem acontecer em muito pouco tempo, desde que as condições climáticas e químicas sejam adequadas.
Por exemplo, a Revista National Geographic já documentou casos de morcegos presos e cimentados por estalagmites que cresceram tão depressa que os morcegos nem sequer tiveram tempo de entrar em decomposição.
Existem muitos exemplos deste fenómeno, que poderei ir documentando nos próximos anos, pouco a pouco, para não fazer intervenções demasiado longas.
Na verdade, estalactites crescem um pouco por todo o lado, desde centros comerciais, escolas, universidades, parques de estacionamento de vários andares, pontes, túneis, etc.
Sobre a criação rápida de estalactites e estalagmites pode ver-se:
www.biblicalgeology.com
www.creationwiki.org
Em resposta ao Jónatas Machado:
Já todos estamos carecas de conhecer as afirmações avulso e sem pés nem cabeça negando toda a ciência já nem digo do século XXI mas do século XX!
Uma coisa é certa: imaginação delirante não falta aos criacionistas. Razão tinha a Palmira em dizer que por mais rídiculo que seja o barrete há gente que acredita nele.
Cá para mim engoliam a coisa mais estúpida que lhes pusessem à frente desde que não pusesse o seu sistema de crenças.
O problema é que esse sistema de crenças é totalmente incompatível com a realidade. Por mim podem acreditar que o leite azeda por acção de uns gnomos invísiveis e que tais; não podem exigir nem que os outros não se riam desses disparates nem exigir que se ensine isso na escola.
O Jónatas fique para si e para os seus com as vossas "verdades" bíblicas. Não podem impingir essa carrada de disparates às criancinhas.
Ah! E sabe, há assim a modos que umas pessoas que não acreditam nem em deuses nem em duendes nem em milagres e coisas do género.
Assim há uns milénios, lá para o paleolítico e assim o pessoal também também pensava como o Jónatas. Tudo era devido à acção de deuses. Depois apareceram os gregos com a mania da razão, o pessoal começou a usar as sinapses e a procurar explicações naturais para o mundo.
E veja que depois de uns milénios a usar os neurónios há cada vez menos coisas que não conseguimos explicar de forma natural e desde que o pessoal dá uso aos neurónios assim a modos que as coisas que são impossíveis deixaram de acontecer.
Olhando da bíblia para diante vemos que por uma razão estranha os milagres têm desaparecido à velocidade que a ciência avança.
Ou o vosso deus está a perder qualidades ou então não se percebe. Ou antes, percebe-se, o pessoal não sabia o que causava a epilepsia e que tais e era tudo acção de deus. Agora que já sabemos explicar cada vez mais coisas deus tornou-se invísivel.
Como diz o outro, deus vai ficando cada vez mais restrito ao perímetro da nossa ignorância. Há sempre uns atávicos com alucinações mas que se há-de fazer :)))
Recentemente descobriu-se a presen�a, nas profundidades da Terra, sob a �sia, entrer 700 a 1400 Kms abaixo da crosta terrestre, uma anomalia s�smica, designada por anomalia de Pequim.
De acordo com os geof�sicos que a descobriram (M.E. Wysession and J. Lawrence), a mesma assinala a presen�a de um volume de �gua do tamanho do Oceano �rtico.
Para os cientistas presos a o paradigma dominante, uma quantidade de �gua desta magnitude bem no interior da Terra seria impens�vel.
Nenhum geof�sico previu a exist�ncia desta �gua, com excep�o de John Baumgardner, o geof�sico criacionista do Laborat�rio Nacional de Los �lamos, cujo modelo de placas tetc�nicas catastr�ficas procura descrever os eventos do dil�vio.
Este modelo pode explicar a desloca�o s�bita e massiva de �gua, a qual, quando submetida a condi�es de elevada temperatura e press�o, gerariam solu�es qu�micas hidrotermais e gases que, por serem mais leves, tenderiam a voltar � superf�cies, explicando muitos dos problemas qu�micos dos processos de cimenta�o.
Tais solu�es n�o se encontram hoje na superf�cie da Terra.
No entanto, a evid�ncia demonstra que houve um tempo em que as mesmas l� estiveram.
O que pode explicar porque � que a fossiliza�o abrupta em larga escala ocorreu no tempo do dil�vio, e j� n�o ocorre actualmente.
Anónimo Jónatas Machado:
Poupe-se ao rídiculo com alucinações destas. Um novo semestre está a começar e um professor universitário que escreve disparates destes não merece um mínimo de respeito. Com tantos leitores há grandes probabilidades de um ser seu aluno.
Para além do mais não faz do que repetir-se. Já estamos fartinhos de ler as mesmas invenções, misquotes à la testemunha do Jeová e assim.
Pedia aos donos do blog para nos pouparem às secas do Jónatas, que são hilariantes a primeira vez que se lêem mas ao fim de umas centenas só enjoam.
Como é que o Jónatas Machado passa de catastrofismo, que implica um desastre natural - qualquer que seja! - para dilúvio?
Já ouviu falar de falácias de causa única? Se calhar é melhor ir estudar um pouco do assunto; a menos que o descarte por ser filosofia naturalista e materialista...
Em relação a querer continuar o debate por muitos anos, o melhor é dar às pessoas o seu artigo sobre criacionismo bíblico, que apresenta todos os seus argumentos de uma só vez.
Cumprimentos a todos,
José Manuel Oliveira.
Sobre a idade da terra referida por Palmira, com base na falaciosa sugestão de Barnes, lembrei-me de consultar a obra "O futuro do espírito" de Pierre Lecomte du Nouy (1883-1947) que adquiri no ano da sua 3.ª edição (1958, ed. Educação Nacional, Porto), e de que existem 5 exemplares na BN, incluindo a 1.ª ed. de 1950 (a 1.º ed.francesa seria de 1940).
Segundo este autor a evolução do globo passou por três períodos:
1.º -"...estende-se desde o começo do universo até ao aparecimento da vida (...) é caracterizado pelo domínio absoluto das leis particulares da matéria,elas próprias, submetidas às leis da termodinâmica. Durante esse período, que ... parece ter durado cerca de um bilião de anos ... e provavelmente menos de dois, a evolução da matéria dependeu exclusivamente do princípio de Carnot."
2.º - "O segundo período vai desde o aparecimento da vida, até ao advento da consciência.(...) Durou sensivelmente de um bilião a cem ou duzentos milhões de anos.
3.º - (...) começa com o advento da consciência, vê aparecer os primeiros gestos inúteis, e comporta um mecanismo suplementar: a tradição. (...) O terceiro período não terá, provavelmente, duradocem mil anos. Talvez que durasse muito menos. Está, pode dizer-se, nos seus começos."
Eis a versão do autor, nos anos 40, e, porventura já desactualizados.
Mas eu gostaria de saber qual é a idade da terra com a mesma certeza com que sei a minha. Obrigado.
,
sou completamente leigo nestas coisas - v�o me desculpar. Mas a ideia de que Deus fez tudo de uma assentada, em sete dias, e depois se remeteu a uma intermin�vel sesta,nem mesmo como alentejano cl�ssico acredito nisso. Se fez o Homem � sua imagem e semelhan�a- n�o o prendou com uma centelha m�nima de criatividade?
C� na minha, o fim �ltimo desse tal criacionismo � mesmo o impulso de "infantilizar"a Humanidade. Est� tudo feito, n�o temos mais que nos preocupar.
Porque gosto das palavras - e me considero ao mesmo tempo um criativo- ouso sugerir, para o din�mico e controverso movimento, o neologismo- se calhar sem tradu�o poss�vel noutras l�nguas-
"Cria(n)cionismo".
um alentejano abra�o
Que respeito merecem cientistas que acreditam que o Universo evoluiu do nada por acaso? Onde está a evidência de que isso alguma vez aconteceu?
Que respeito merecem cientistas que acreditam que a vida surgiu por acaso a partir de químicos inorgânicos? Onde está a evidência de que isso aconteceu?
Grandes afirmações requerem grandes evidências. Onde estão elas?
Os leitores deste blog continuam a pensar, de forma pueril, que os argumentos criacionistas são congeminados por um qualquer professor de Direito.
Só uma forma de pensar manifestamente infantil e ingénua é que pode conduzer a tão absurda conclusão.
A obsessão da Palmira e outros evolucionistas com o Jónatas Machado releva do foro psiquiátrico.
Os argumentos científicos sobre a criação a idade da Terra encontram-se bem explicados em www.creationwiki.org
Neste enciclopédia criacionista on-line, escrita só por cientistas competentes nas várias matérias, muitos deles professores universitários, encontram-se os argumentos criacionistas nas várias disciplinas e respostas às críticas evolucionistas.
Tendo em conta que os evolucionistas acabaram por errar em questões como Archaepteryx, Archeaopraptor, órgãos vestigiais, Neandertais, Lucy, junk-DNA, uniformitarismo, etc., etc., a consulta desta enciclopédia, acessível a todos, é uma questão de bom senso.
Igualmente interessantes são os sites:
www.answersingenesis.org
www.creationontheweb.org
Os argumentos que refutam a teoria da evolução existem e estão agora acessíveis a todos.
É claro que seria muito mais fácil e confortável defender a crença na evolução sem qualquer contestação.
Os estudos do geofísico John Baumgardner sobre o dilúvio estão em:
www.globalflood.com
O mesmo defende um modelo de tectónica de placas catastrófico, que, em todo o caso, é controverso mesmo entre cientistas criacionistas.
Estou farto da retórica oca do Jónatas Machado. Depois venham-me dizer que religião a mais não faz mal!
Outro exemplo:
SALAMANCA – A man cut off his own penis and threw it in a toilet ‘so he would stop sinning’.
The local newspaper La Gaceta reported when relatives called emergency services, he told ambulance workers he did it “so would not sin any more”.
O Dawkins disse uma vez:
Now, the mere fact that you can frame an English sentence beginning with the word "why" does not mean that English sentence should receive an answer. I could say, why are unicorns hollow? That appears to mean something, but it doesn't deserve an answer.
A entrevista explica porque é que as perguntas do Jónatas e outros cria(n)cionistas são complicadas de responder: é porque são completamente estúpidas e sem sentido. Tão ou mais estúpidas que perguntar porque é um unicórnio é oco...
Eu tinha grande dificuldade em responder a essa pergunta sem ser tentar saber se quem a fazia tinha tomado a medicamentação nesse dia...
O trocadilho do cria(n)cionismo é apenas mais um dos "n" erros que os evolucionistas estão habituados a cometer.
Relativamente à questão de fundo ele é totalmente inofensivo. Os
O que é que a Palmira sabe de dilúvios? Rigorosamente nada.
A verdade é que a evidência de catastrofismo na natureza continua a acumular-se, e não são só os criacionistas a falar disso.
Finalmente os geofísicos começam a abandonar o uniformitarismo de Lyell e a caminhar na direcção certa.
Ainda recentemente os ingleses descobriram que a sua ilha foi separada do continente europeu através de (pelo menos) um dilúvio catastrófico.
A Palmira deveria ter lido a literatura científica mais recente. Evitaria fazer as figuras que faz.
Veja-se;
Gibbard, P., “Europe cut adrift”, Nature 448:259–260, 19 July 2007
Gupta, S., Collier, J.S., Palmer-Felgate, A., Potter, G., "Catastrophic flooding origin of self valley systems in the English Channel", Nature 448:342–346, 19 July 2007.
E prontos! Lá está o anónimo Jónatas Machado com os disparates dele e a tresler e deturpar informação científica.
1- O evento aconteceu há 450 000 mil anos, muitos de existir Terra de acordo com o Jónatas.
2- Foram cientistas que chegaram à conclusão, por análise de mapas 3D do canal da Mancha, que existia um vale com dezenas de km de largura e cerca de 50m de profundidade que pensam ter sido cavado por uma catástrofe natural.
Essa catástrofe, muito localizada, não foi um dilúvio, foi o rebentamento da represa natural conhecida pelo nome de Weal-Artois que continha o lago alimentado pelas correntes do Reno e do Tamisa.
Estou completamente farta das mentiras dos criacionistas! Bolas, não sabem fazer mais nada que mentir!
Gralha:
- O evento aconteceu há 450 mil anos, muitos de existir Terra de acordo com o Jónatas.
O meu Pai arrastou-me para este blog, agora não resisto a também comentar...
As alegações que aqui leio, como por exemplo "(...)Grandes afirmações requerem grandes evidências. Onde estão elas?(...)" podem ser usadas em ambos os sentidos.
Mas, note-se que a Ciência se nega constantemente. Os conhecimentos que a Ciência nos mostra são referentes à época, e por consequência, ao estado de evolução da própria Ciência (e da Humanidade, já agora).
A isto chama-se evolução. Tal como na Natureza, também a Ciência se apura, descarta o que não funciona, se aproxima da sua forma com maior sucesso, no caso da Ciência, conhecer mais e mais correctamente.
Enquanto que no Evolucionismo temos evoluido, no Criacionismo assiste-se apenas a tentativas de conciliar as "grandes evidências", atrás referidas, com uma tentativa estagnada de explicar um Universao de dificil alcance para a mente Humana (especialmente para as mentes mais simples).
A meu ver, provavelmente a Evolução será explicada de forma muito diferente daqui a cem anos. Provavelmente será muito mais próxima do que realmente será a verdadeira história.
Até é muito possível que o Evolucionismo chegue à conclusão que a evolução resulta de um designio superior.
Agora "museus" em que dinossauros convivem com homens?!?!
Encaixemos o Criacionismo no campo a que realmente pertence, a Fé.
Discutir no mesmo plano a Ciência e a Fé pura e simples... não faz sentido.
explica�o do "cria(n)cionismo"
O meu nome � Ant�nio Saias,68 anos, reformado, a viver num Monte � beira da Ribeira, cultivando as minhas batatas, as minhas cebolas,as minhas hortali�as - como qualquer homem primitivo: Erectus? Cromagnon?
N�o sou, se lhe der jeito, nem evolucionista nem criacionista. Sei � que come�o a descobrir que a ideia da cria�o do homem como produto acabado - pronto a racicocinar e a falar, a comp�r como Bach ou a escrever poesia como Herberto H�lder ou Ant�nio Ramos Rosa - senhor criacionista, sinto-me compelido a retomar o neologismo que "criei".
N�o aceita que um dos maiores saltos (gen�tico?)da Humanidade foi mesmo o advento da capacidade de comunicar? De conceber/definir estrat�gias, criar/expressar ideias abstractas?
J� leu Ricardo Reis? ou �lvaro de Campos? - que pergunta! Fernando Pessoa poderia pedir - falando - a bica no Martinho h� 40 000 anos?
Sei que n�o havia Martinho da Arcada. mas
O Homem j� falava?
Sabe que come�o a descobrir que um dos grandes factores de bloqueio do avan�o da Humanidade � mesmo a ideia paralisante de que Deus fez tudo o que havia por fazer?
Eu, a cavar batatas, a ver florir os agri�es, a escutar os melros que cantam pela manh� encontro deus a toda a Hora. N�o seguramente o seu, o seu Deus, cansado de ter feito tanto em t�o pouco tempo.
O meu � um deus pequenino, permissivo, colaborante, n�o � omni nem presente, nem ciente, nem valente. Nada disso. Reparte comigo a capacidade de criar - n�o s� as flores e as hortali�as como me permite realizar experi�ncias que n�o passam pela cabe�a de ningu�m.
E olhe que n�o sou s� eu: conterr�neo meu, de h� 4 s�culos atr�s (falo do humanista Andr� de Resende) j� se transcendia quando enxertava os medronheiros da sua Quinta!
N�o conhecia ainda o Tritical- que � , para os n�o agr�nomos, uma "mistura" (um h�brido?) de trigo e de centeio. Obra de Deus?
Talvez inspira�o - admito- mas resultado dos t�cnicos de Esta�o Agron�mica ao que julgo nacional
N�o lhe tomo mais tempo, senhor certamente cientista - que considera o "cria(n)cionismo" mais um dos "n" erros dos evolucionistas.
Ficou ao menos com uma ideia de quem (e porqu� � o criador do voc�bulo que tanto o incomoda?
Ant�nio Saias
“Just as politicians rewrite human history, so geologists rewrite earth history. For a century and a half the geological world has been dominated, one might even say brain-washed, by the gradualistic uniformitarianism of Charles Lyell. Any suggestion of “catastrophic” events has been rejected as old-fashioned, unscientific and even laughable.”
Ager, D., The New Catastrophism: The importance of the rare event in geological history, Cambridge University Press, Cambridge, p. xi, 1993
"A isto chama-se evolução. Tal como na Natureza, também a Ciência se apura, descarta o que não funciona, se aproxima da sua forma com maior sucesso, no caso da Ciência, conhecer mais e mais correctamente."
Não se deve confundir a afirmação de que as espécies evoluem (por processos cegos e aleatórios) com a ideia de que a ciência evolui (como resultado da inteligência e da acumulação de informação).
Trata-se de realidades que nada têm que ver uma com a outra. O desenvolvimento científico não acrescenta informação genética ao genoma.
Pode o estimado Anónimo achar que a comparação é desapropriada, mas era só um acomparação entre dois processos de evolução.
Por acaso, já que fala nisso, é curioso como as crianças de hoje se relacionam com um mundo tão diferente do das crianças de há 200 anos, ou há 1000 anos, com uma aptidão que possivelmente denota alguma passagem do nosso ambiente para a nossa genética.
Como será que as tartarugas recém-nascidas iniciam a caminhada para a água mal saem do ovo? Ou que os bébés sabem mamar mal nascem?
Está implicito na evolução que são incorporados no código genético os melhoramentos para que passem para as gerações seguintes. Porque é que são só o comprimento das barbatanas ou das orelhas, ou que não nos faz falta ter pêlos na ponta do nariz, a ficarem gravadas no material genético?
A Ciência tem um percurso paralelo ao da Humanidade. Interage com o seu desenvolvimento e evolução.
Não haverá então alterações genéticas produzidas pela Ciência?
A Ciência é a principal responsável pela quantidade de comida hoje disponível em Portugal. Se não houvesse tantos bifes, legumes frescos e bananas, as gerações tinham aumentado de forma consistente a altura dos individuos? Isso não está inscrito na genética?
Não vai a Ciência alterando o genoma desde o momento em que um "cientista" descobriu que com uma ajudinha da Física um tronco contra a tola de um adversário era uma forma poderosa de se impôr. Esse momento não teve consequências dramáticas no nosso genoma?
Hehehe. Isto dos Blogs é giro.
Cumprimentos, estimado Anónimo.
Não sou descendente de seres que não raciocinam,não sabem quem, ou o que são, que o máximo que conseguem fazer, é soltar grunidos e comer bananas,quando as encontram. Também, não descendo de seres que surgiram da não vida, dentro de um cáldo sem receita, que não foi misturado com uma colher de pau.
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