sábado, 15 de setembro de 2007

Selecção de professores


Um recente editorial do "Público" sobre a necessidade dos exames para professores levantou muita controvérsia. Eis uma reacção que recebemos de Eduardo Martinho, ex-investigador do Instituto de Tecnologia Nuclear, que vem muito a propósito do debate que aqui houve sobre a vocação para se ser professor:

O editorial do "Público" de 03/09/2007 insurgiu-se contra a «imposição de testes específicos a todos os que acabam esses cursos [de formação de professores] e pretendem ingressar na carreira docente». A meu ver, a enorme importância do assunto justifica alguns comentários.

1. Iniciar o artigo com a afirmação de que «O Ministério da Educação não confia no Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
» não ajuda a focar o problema. Nesta matéria, não se trata de saber quem (não) confia em quem. A questão essencial consiste em saber se se deve fazer uma selecção dos futuros professores e, no caso afirmativo, como proceder para identificar correctamente os melhores de entre os candidatos a professor.

2. Quais são os melhores candidatos a professor? Boa pergunta! Há qualquer coisa de indefinível, que “não vem nos livros”, que faz com que os bons professores – aqueles que marcam os alunos e são recordados – se destaquem dos outros. Serão, em geral, as qualidades humanas? o perfil físico? o tom de voz? a experiência? o empenhamento? a imaginação? a disponibilidade? o jeito para dialogar? a capacidade de fomentar e gerir cumplicidades? será uma vocação natural? Não sei. Dos professores, bem se poderia dizer também que “são muitos os chamados, mas poucos os escolhidos”.

3. Sou, pois, a favor de uma selecção, mas não com base (pelo menos, exclusivamente) em critérios de tipo escolar. Concordo com o editorialista quando afirma que cabe à Universidade assegurar que um candidato a professor conhece a matéria específica em que se licenciou, que deve dominar a língua materna, estar familiarizado com as novas tecnologias de informação, etc.; em resumo, que tem as óbvias competências básicas necessárias para leccionar. Neste particular, convém saber se os candidatos a professor provêm apenas de licenciaturas em formação de professores e se provêm apenas das universidades públicas, o que julgo não ser o caso. O sistema educativo não deveria ser um «vazadouro», mas infelizmente o desemprego obriga muita gente a procurar o ensino por necessidade e não por vocação.

4. Em Novembro de 1996, Rómulo de Carvalho («professor, pedagogo, historiador e divulgador da Ciência, tudo em nome do Ensino») deu uma entrevista notável ao "JL/Educação". Dizia ele que a aptidão para o ensino «não é coisa que os professores aprendam nas escolas, quando estão a preparar-se para a profissão, é uma coisa natural», mas dizia também «fartei-me de trabalhar, sabe, fartei-me de trabalhar.» Das palavras de Rómulo de Carvalho parece legítimo retirar a conclusão de que na base do êxito de um professor, está a vocação, mas que é imprescindível muita transpiração... Julgo, pois, que, na selecção futura dos candidatos a professor, mais do que (por exemplo) a média da licenciatura, importa a sinceridade da vocação, a honestidade da motivação, a força da determinação e uma razoável cultura geral. A transpiração vem depois, por imperativo destas exigências.

A terminar, uma ressalva: Esta “teoria da vocação” é válida para ministérios da Educação que não estejam contra os professores, caso contrário não há motivação que resista nem transpiração que dignifique.

Eduardo Martinho

10 comentários:

Anónimo disse...

Acerca do artigo, uma nota: nas universidades públicas há cursos com ramos educacionais, tais como os de Biologia e de Geologia.

Gostaria de perguntar o seguinte: que vocação é necessária para ministro(a) de educação ?

Outra pergunta: Se para ensinar é necessária uma formação específica (e mesmo um mestrado...), porque é que os chefes do ministério da educação são pessoas provenientes do ensino superior, onde as condições de ensino são diferentes do não superior, e quantas vezes sem qualquer experiência de leccionação o ensino não superior e ou falta de gosto em ensinar (sempre ouvi comentar que quem está nas "sinecuras" de organismos educativos ou na inspecção da educação não gosta de dar aulas.
Talvez seja altura de responsabilizar os serviços do ministério pelo estado a que se chegou e não apenas os professores , os quais, na grande maioria das vezes tentam porfiadamente que os alunos tenham sucesso.

Anónimo disse...

Já agora, outra coisa... esqueci-me de referir os comentadores-que-sabem-sempre-de-tudo , desde a economia até à cura de calos, passando pela educação, o futebol, a saúde...

Pedro Galvão disse...

«[C]abe à Universidade assegurar que um candidato a professor conhece a matéria específica em que se licenciou, que deve dominar a língua materna, estar familiarizado com as novas tecnologias de informação, etc.; em resumo, que tem as óbvias competências básicas necessárias para leccionar». De acordo. Mas será que a Universidade gera licenciados com essas competências? Em muitos casos, não. Mesmo de cursos vocacionados para o ensino, saem muitos candidatos a professores, por vezes com notas elevadas, que não sabem escrever português, que não dominam a matéria científica que deviam dominar, etc. Será que a Escola, então, deverá aguardar passivamente pelo dia em que a da Universidade cumpra melhor o seu papel, produzindo sistematicamente licenciados competentes? Acho que não. A Escola deve é tomar a iniciativa, criar filtros para que os candidatos incompetentes, por muito elevadas que sejam as suas classificações universitárias, não cheguem a tornar-se professores. Se a Universidade perceber que os incompetentes formados por si não conseguem tornar-se professores, será incentivada a subir o nível da sua formação. Os exames a professores são, pois, uma das raras boas ideias deste ME. Resta saber se serão bem concretizados. Não é razoável esperar que testem todas as competências relevantes de um professor, mas se servirem para eliminar os professores que assassinam o português e são cientificamente trapalhões, isso já será bom.

Anónimo disse...

Claro que o interesse deste tema merece bem mais que este extenso comentário, embora ele, por si só, possa ajudar a compreender a vantagem de haver um exame de acesso à carreira docente, mas nunca a cargo do ministério da Educação porque sendo ele a estabelecer as respectivas habilitações nunca daria, de bom grado, o braço a torcer sobre a sua mediocridade.

O acesso à carreira docente em função da nota de licenciatura tem conduzido a este aberrante exemplo. Para se ser professor de Matemática do 2.º ciclo do ensino básico é exigido uma licenciatura universitária específica nesta matéria ou…uma licenciatura politécnica habilitante paro exercício simultâneo de Matemática e Ciências da Natureza! No caso de dois candidatos em concurso para ministrar Matemática, um com 13 de diploma universitário e outro com 14 de diploma politécnico, tem prioridade o segundo sobre o primeiro. E assim se superioriza um simples valor obtido num ensino menos exigente e em que a classificação de saída é, por via de norma, bastante inflacionada. Chegou-se, até, ao verdadeiro escândalo da antiga secretária de Estado do PS, Ana Benavente, pretender tornar extensiva esta medida ao 3.º ciclo do ensino básico.

Não tenho por hábito, como diria o Eça, de “escrever de pena ao vento”. Quando corria o boato sobre a possibilidade dos licenciados pelas escolas superiores de educação poderem vir a leccionar no 3.º ciclo do ensino básico foi o Sindicato Nacional dos Professores Licenciados (SNPL) recebido em audiência pela atrás citada secretária de Estado.

Na minha qualidade de presidente da Assembleia Geral dessa organização sindical, pus-lhe o problema frontalmente: “Fazendo jus à proverbial ambiguidade dos políticos, ‘bamboleando três vezes a cabeça como quem prefacia uma relevação ponderosa’ (Camilo), fechou-se em copas, mas sem deixar de mostrar um ar agastado. Ao ser-lhe recordado por mim que a Lei de Bases do Sistema Educativo contemplava, em rigorosa exclusividade, a atribuição dessa docência a diplomas universitários, sem se dar por achada, retorquiu: ‘Mas a lei muda-se de um dia para o outro’. Tinha razão! Com excepção de uns tantos textos jurídicos, inamovíveis rochedos de Gibraltar, o mal está precisamente na ligeireza com que em Portugal se fazem e desfazem reformas, se promulgam e derrogam leis (em demente autofagia!), quer sejam boas ou más, justas ou injustas, em prosa escorreita ou deficiente redacção, denunciada pelo próprio Almeida Santos: ‘As novas leis portuguesas chumbam na instrução primária!’” (Rui Baptista, “O Leito de Procusta: Crónicas sobre o Sistema Educativo”, Edição do SNPL, Outubro de 2005, p. 114).

Neste mar proceloso do vale tudo e tudo vale, chegou-se ao ponto de atribuir licenciaturas em ensino a indivíduos de posse de um curso médio através de “cursos superiores” privados de complemento de habilitação com a duração de meia dúzia de meses. Ainda recentemente, fomos confrontados com universidades privadas que (finalmente) foram obrigadas a fechar por falta de qualidade. Aliás, essa falta de qualidade já há muito era reconhecida pela Ordem dos Engenheiros ao não permitir a inscrição de certos licenciados por universidades não creditadas por esta associação de direito público. Esta medida obrigava os respectivos cursos a melhorarem os seus currículos. Mas isto não convém, de forma alguma, a um Estado permissivo que abre as comportas da ignorância a seu bel-prazer.

Encontra-se em Gestão uma Lei-Quadro para retirar às ordens profissionais (as ordens anteriores parecem estar a coberto deste verdadeiro atentado à qualidade do ensino superior) que se venham a criar essa justa prerrogativa cimentada através dos tempos. Talvez por esse facto, não passou na Assembleia da República uma petição apresentada nesse sentido pelo SNPL e subscrita por 7865 docentes. Mesmo assim, continuo a defender uma Ordem dos Professores como um espinho cravado nas arbitrariedades estatais e na consciência dos seus responsáveis. Será que estou a ser demasiado optimista?

joaninha disse...

É das melhores perguntas que já li. Escuso de repetir..."Gostaria de perguntar o seguinte: que vocação é necessária para ministro(a) de educação ?"
Muito bem observado Jorge Figeuredo.
Actualmente penso que a vocação foi de férias... não querendo ser pessimista...
http://bloggerliebe.blogspot.com/

Anónimo disse...

A propósito do combate teimoso tecido por Rui Baptista para a criação da Ordem dos Professores, não resisto à tentação de transcrever aqui a carta que enviei, há ano e meio, ao Diário de Coimbra, local da sua tenaz luta, e ao verificar que o Parlamento tinha argumentado que havia Ordens a mais e que o problema iria ser repensado:

"Tenho acompanhado com algum fervor o combate ingrato do meu amigo Rui Baptista a propósito da criação de uma Ordem dos Professores, contra essa muralha virtual erguida à frente do Parlamento, com uma paciência que não lhe permite esgotar a argumentação, antes a renova.

O defensor desta causa, que parece quase perdida nos passos perdidos da Assembleia, mas que lhe dá energias sustentadas, não tem que admirar-se das argumentações tecidas pelos deputados de cada partido, e contrárias ao objectivo a alcançar porque, já o dizia o filósofo americano Ralph Emerson, em 1870, "uma seita ou partido político é apenas um eufemiusmo elegante para poupar um homem de pensar".

E sabia do que falava, no século XIX, mas não sabia que o seu conceito se manteria no século XXI.

Exactamente como o nosso Dr. Sousa Martins sabia do que falava, no século XIX, ao classificar os deputados em três categorias:" Os de língua dourada,os de língua danada, e os de língua calada".

O que o Dr. Sousa Martins não sabia era que a classificação continuaria actual no século XXI.

Isto para significar que para os lados de S. Bento, pelo quadro apresentado, Rui Baptista não pode esperar nem grande atendimento, nem grande discernimento.

De resto já sentiu na pele o fraco e insípido contraditório que sai do Parlamento, só porque ao Estado é de bom tom afirmar a sua autoridade mesmo que violente o direito legítimo de uma petição, como a da Ordem dos Professores, com as argumentações sem sustento, ou porque há Ordens a mais, ou porque há que repensar as Ordens, ou porque qualquer desculpa serve.

E nisto se funda a autoridade ilegítima de um Estado quando lhe falta a capacidade de discernir.

Em tais circunstancias eu sugeriria ao meu amigo Rui Baptista que desenvolva, como S. Tomás de Aquino na Teologia Negativa (De D"eus não sabemos o que ele é, mas sabemos o que ele não é), e apresente ao Estado (que também não sabemos o que é, mas sim o que ele não é), uma petição nos mesmos termos, com este título: "Da Ordem não sabemos o que ela é, mas sabemos que ela não é a Desordem".

Como a negativa continua actual porque até definimos 'saúde' pela negativa - é o estado de não doença - pode ser que o Parlamento acabe por aceitar um documento onde se demonstre que a Ordem é o estado da não Desordem.

Eu já aprendi com o Estado. O meu filho pediu-me uma máscara para brincar no Carnaval. Como lha neguei perguntou-me a razão da negativa, dado que havia muitas crianças com máscara.

Respondi que já havia demasiadas máscaras, que iria repensar no problema das máscaras, que enfim, tinha que fazer uso da minha autoridade de pai, e viver com a minha imbecil argumentação de pai."

In Diário de Coimbra, 2.3.2006

Anónimo disse...

Ainda a propósito das habilitações para o cargo de Ministro da Educação relembro que Salazar, senhor polivalente e de muitas pastas ministeriais, nunca quis sobraçar a da Educação.
Está explicado porquê.

Anónimo disse...

A pergunta relativamente à vocação para ser Ministro da Educação não acrescenta nada a esta discussão, a não ser um tom cínico e amargo.

A criação de uma Ordem dos Professores é algo de que duvido.

Nada impede que os professores se organizem e apresentem as suas propostas. Se conseguirem um apoio significativo entre si e dos pais e encarregados de educação, certamente terão boas possibilidades de conseguirem o peso político para fazer mexer os pratos da balança.

É claro que é mais fácil exigir a criação de uma Ordem que por estatuto tenha que ser ouvida e à qual de preferência os professores sejam obrigados a pertencer para poderem exercer. Também é claro que isso é pouco interessante para os políticos e resta saber se de facto trará algum valor para os cidadãos.

No fundo a questão é saber se a dita Ordem, para além de falar "mais alto", conseguirá fazer dos professores mais do que os sindicatos e associações têm feito.

Anónimo disse...

Meu Caro Pedro Freire:

A criação da Ordem dos Professores tem sido, quase me atrevo a dizer, a minha “delenda Carthago”. E quando se luta por uma causa (ou aquilo que se tem como uma causa), não se deve ficar indiferente a um comentário bem intencionado como o seu em que lança uma série de dúvidas à sua criação.

Em ocasião futura ( a exemplo de muitas dezenas de outras vezes), com o espaço que é mais consentâneo com um artigo de opinião, debruçar-me-ei sobre o assunto que aliás mereceu da minha parte um livro com um título que julgo sugestivo: “Do Caos à Ordem dos Professores”.

A questão que se prende com este polémico tema, é posta por si de uma forma lapidar: “No fundo é saber se a dita Ordem, para além de falar ‘mais alto’, conseguirá fazer dos professores mais do que os sindicatos e associações têm feito”.

Pondo de parte a acção valiosa de umas tantas associações profissionais, atenho-me (sem querer generalizar) ao papel dos sindicatos. Fazer mais do que sindicatos ao serviço de uma ideologia política ou em defesa de certos estratos menos qualificados academicamente têm feito, é impossível.

Impossível pela sua nefasta acção “numa sociedade convalescente de conturbados tempos revolucionários em que o sistema educativo enferma da ignorância do importante papel do professor licenciado, esquece os deveres que lhe foram exigidos na sua formação e lhe sonega direitos, contribuindo para este ‘statu quo’ o conceito vigorante com que gente vulgar, ou mesmo douta e mal intencionada, igualiza desiguais, ou seja todo aquele que dá aulas, independentemente de ter maior ou menor preparação académica” (“Do Caos à Ordem dos Professores”, edição do SNPL, p. 101, Janeiro 2004).

Daqui emergem, para já, ainda que um tanto ao correr do teclado, duas funções que competem às ordens profissionais: 1.ª dignificação do título de professor, através da atribuição de uma cédula profissional 2.ª como associação pública a competência na intervenção e aconselhamebto sobre a qualidade ministrada na formação de professores.

Com a criação da Ordem dos Professores, ter-se-ia evitado que diplomados com cursos médios, através de cursos de meia dúzia de meses em “escolas superiores privadas” de vão de escada, se vissem de posse de uma habilitação que os colocou no topo da carreira docente antiga e, por vezes, os fez ultrapassar licenciados universitários no actual e malfadado concurso para professor titular.

Para terminar, através de um Código Deontológico (timidamente evocado por João Granjo, presidente da Associação Nacional dos Professores, no último Programa dos Prós e Contras, da RTP 1) seria dada aos professores uma consciência dos seus deveres e dos seus direitos para que o desabafo amargo de Sophia de Mello Breyner não se mantivesse actual: “Depois de 25 de Abril tenho-me sentido tentada a escrever uma peça que se chamaria ‘Auto dos Oportunistas’, mas que é impossível de escrever porque há sempre mais um acto”.

"Last but not least", plenamente de acordo consigo, Caro Pedro Freire, quando escreve: “É claro que isso [ou seja a criação de uma Ordem dos Professores] é pouco interessante para os políticos”. Resta-me acrescentar, e para uns tantos sindicatos que “para tudo isto têm dado uma eficaz mãozinha, não raro, intervindo, com desenvoltura, em áreas que não são, nem da sua vocação, nem da sua competência” (Eugénio Lisboa, “Jornal das Letras”, n.º 964, de 12 a 25/Set/2007) .

De mal ficaria com a minha consciência se não desse aqui público testemunho dos sindicatos que se têm batido pela criação de uma Ordem dos Professores: Sindicato Nacional dos Professores Licenciados, Associação Nacional dos Professores e Associação Sindical Pró-Ordem dos Professores.

Cordiais cumprimentos
Rui Baptista

Ana Santos disse...

Então para que o sistema de acesso à função pública seja justo não deveriam todos os outros funcionários também ficar dispensados de provas de admissão?
Eu sou médica pediatra e para além da licenciatura, dos sucessivos estágios e da especialização, tenho de me submeter a provas para ingressar na profissão. Para além disso ainda tenho de estar inscrita na Ordem, tal como outras profissões, onde até são necessários exames de admissão à Ordem. Também está sujeito a provas de admissão qualquer arquitecto, engenheiro, advogado, solicitador, enfermeiro, desenhador, informático e tantos outros funcionários públicos.
Qual a razão lógica, moral e sensata para que com os professores o acesso à função pública seja diferente???

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