Por Cátia Delgado
Num momento particular em que se vê de novo o fervilhar da classe docente – dotada de capacidade intelectual e consciência crítica, capaz de fazer valer princípios que, por inerência, são os da escola pública e que concordam com o bem superior dos nossos alunos –, destaco um ponto que deveria estar na primeira linha das contestações: a identidade profissional do professor.
Os mal-entendidos que a rodeiam comprometem todos os outros tópicos em discussão. Para os que a pretendam rever, um bom começo será o esclarecimento do que o professor não é.
De modo ilustrativo, recorro à negação, tão bem colocada por Jorge Larrosa, na sua obra de 2019 “Esperando no se sabe qué: Sobre el oficio de profesor” (p. 329):
Um professor não é um guru.../ Um professor não é um iniciador.../ Um professor não é um mediador.../ Um professor não é um autor.../ Um professor não é um treinador.../ Um professor não é um produtor.../ Um professor não é um gestor.../ Um professor não é um prestador de serviços.../ Um professor não é um pai (nem uma mãe).../ Um professor não é um companheiro.../ Um professor não é um amigo.../ Um professor não é um líder.../ Um professor não é um ativista.../ Um professor não é um conselheiro espiritual.../ Um professor não é um conselheiro emocional.../ Um professor não é um sedutor.../ Um professor não é um motorista.../ Um professor não é um guia.../ Um professor não é um comunicador.../ Um professor não é um moderador.../ Um professor é um professor...
1 comentário:
Um indivíduo, sem autonomia técnica e pedagógica, obrigado a ensinar por grelhas, tendo por base a filosofia ubuntu, não é um professor!
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