Volta, ainda que sejas
perseguido,
Como uma praga, algo que
se execra.
Chora sobre a mesa, sobe
a fraga.
Desce sob as lágrimas do
plátano.
Empurra a porta de casa
até ao rio
E deixa entrar no
quarto e em ti o vento.
Esquece
a dor de entregar um livro.
Nenhuma mão jamais te
exaspera.
Intangível é o coração quando deflagra.
Volta, ainda que sejas
perseguido.
Ainda que o livro esteja
reduzido a pó
E seja a magia que te mirra
sem fim.
Volta, ainda que os
burgueses de merda
Digam que tens um só
casaco e puído.
O livro que arranje a
vidinha a todos.
Sonha, um dia acordarás
como um pássaro,
Revoluteando ao redor do
plátano,
E as margens
conhecer-te-ão melhor.
Reconhecer-te-ão a
palavra
E a tua longa partida
fará então sentido.
Esquece a dor de
entregar um livro.
Um sol novo nasce longe
da barbárie.
sábado, 28 de janeiro de 2023
Volta, ainda que sejas perseguido
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
A DIFÍCIL ARTE DE ADMIRAR
Por Eugénio Lisboa Aquele que deseja a rosa deve respeitar o seu espinho André Gide A admiração é algo de nobre, mas esconde compartimentos...
-
Usa-se muitas vezes a expressão «argumento de autoridade» como sinónimo de «mau argumento de autoridade». Todavia, nem todos os argumentos d...
-
Começo a dar-me conta: a mão que escreve os versos envelheceu. Deixou de amar as areias das dunas, as tardes de chuva miúda, o orvalho matin...
-
A matemática é muitíssimo diferente da física ou de outras disciplinas empíricas porque se faz pensando apenas. É isto que em filosofia se e...
Sem comentários:
Enviar um comentário
1) Identifique-se com o seu verdadeiro nome.
2) Seja respeitoso e cordial, ainda que crítico. Argumente e pense com profundidade e seriedade e não como quem "manda bocas".
3) São bem-vindas objecções, correcções factuais, contra-exemplos e discordâncias.