Aos imperadores
havidos e a haver
Há uma doença de ser império,
que é parecida com um carcinoma:
o império acresce, sem critério,
ao que originalmente foi Roma.
Império é doença prolongada,
que se arrasta, com muito sofrimento.
Tem vida longa e degenerada
e só a morte põe fim ao tormento!
Possuir tanto poder enlouquece
imperadores e quem lhes obedece.
O carcinoma, dentro deles tece,
teia mortal que se não compadece.
Ser império é autodevorar-se,
com bárbaros à porta, a preparar-se!
Eugénio Lisboa
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