Resumo: Depois de discutir algumas obras-primas mundiais da escultura em mármore, relacionando-as
nalguns casos com a ciência, apresento o mármore de Estremoz, resumindo a
história da sua exploração e do seu uso na escultura e arquitectura. Termino
com uma perspectiva sobre o futuro desse mármore, sugerindo que à dimensão
económica se acrescente a dimensão cultural, na qual tanto a arte como a
ciência se integram.
Palavras-chave: Mármore; Escultura; Anticlinal de Estremoz; História industrial; Arte; Ciência.
1. A beleza do
mármore
O
mármore tem uma longa história, tendo sido aproveitado pelos antigos gregos em
obras escultóricas que hoje nos maravilham. Foi Fernando Pessoa (1888-1935),
ou melhor Álvaro de Campos, o poeta que também era engenheiro naval, que
escreveu nos anos 30 do século XX, num poema sem título, estes versos lapidares
sobre a relação entre ciência e arte [1]:
“O binómio de Newton é tão belo como a
Vénus de Milo.
O que há é pouca gente a dar por isso.”
De
facto, pouca gente conhecerá o binómio de Newton, a fórmula matemática que
permite calcular qualquer potência com um expoente inteiro n de uma soma
de dois quaisquer números reais a e b:
(Equação do binóimio de Newton)
mas
quase toda a gente conhecerá a «Vénus de Milo» (Fig. 1), a famosa estátua em
mármore de Afrodite, a deusa do amor exibida no Museu do Louvre em Paris, que
foi descoberta em 1820 na ilha de Milos, no arquipélago das Cíclades, no mar
Egeu, e que é atribuída a Alexandre de Antioquia (séculos II-I a.C.) [2].
Apesar da ausência de braços, subtraídos pelas vicissitudes do tempo, muitos
têm reconhecido nela as medidas ideais, invocando até a «razão de ouro» ou
«proporção áurea», o número designado pela letra «phi», ϕ = 1,6180… que,
para alguns esteticistas, indica a harmonia perfeita [3]. Este número está
«escondido» no binómio de Newton, uma vez que se pode obter a partir dos
coeficientes binomiais.
A
associação entre o binómio de Newton e a Vénus foi precedida por uma outra,
entre nós menos conhecida. Deve-se ela ao escritor italiano Filippo Marinetti
(1876-1944), o autor do Manifesto Futurista ([4], publicado
originalmente no jornal francês Le Figaro em 1909):
“Nós afirmamos
que a magnificência do mundo se enriqueceu de uma beleza nova: a beleza da
velocidade. Um automóvel de corrida com o seu cofre enfeitado com tubos
grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um automóvel rugidor,
que parece correr sobre a metralha, é mais bonito que a
Vitória de Samotrácia.”
A «Vitória
de Samotrácia» ou «Nice de Samotrácia» (Fig. 2) é outra famosa escultura, esta
representando a deusa grega Nice, a deusa da vitória, da força e da velocidade,
que, tal como a Vénus de Milo, está patente ao público no Museu do Louvre, no
topo de uma escadaria, e que, tendo disso descoberta posteriormente (em 1863)
na ilha de Samotrácia, na costa da Trácia, no Norte do mar Egeu, é um pouco mais
antiga: sendo o seu autor desconhecido, sabe-se que remonta ao final do século
III a. C. ou início do século II. Nesta estátua, a que falta a cabeça, os braços
estão substituídos por asas, que remetem para a ideia de velocidade que
Marinetti queria enfatizar como valor artístico supremo. Pessoa conhecia
provavelmente o Manifesto de Marinetti. Ele é um dos arautos do
futurismo português, que surgiu no número 1 da revista Orpheu, dirigida
por Luiz de Montalvôr, onde vieram à estampa o «Opiário» e a «Ode Triunfal» de
Álvaro de Campos [5].
As duas
estátuas têm em comum, para além de serem obras-primas da Antiguidade Grega (de
resto, de toda a arte escultórica) e de terem servido, pela pena de Pessoa e
Marinetti, para expressar metaforicamente a relação da arte com a ciência e a
tecnologia no início do século XX, o facto de serem feitas do mesmo material,
vindo da mesma região: o mármore branco, fino e semitransparente de Paros.
Paros, outra das numerosas ilhas do Mar Egeu, situa-se num lugar central entre
a península do Peloponeso e a costa asiática (no arquipélago das Cíclades, tal
como Milos). Paros é hoje um lugar turístico cujos visitantes podem ver as
antigas pedreiras de mármore, hoje praticamente abandonadas, da montanha
outrora chamada Marathi (hoje Capresso), de onde veio o material não só para as
referidas maravilhas da escultura, mas também de várias outras, assim como
templos e edifícios públicos.
Foi uma
escritora nascida em Vila Viçosa, Florbela Espanca (1894-1930), contemporânea
de Fernando Pessoa, mas com uma vida ainda mais breve, que, no poema «Os versos
que te fiz» [6], fala do mármore de Paros (podia ter falado do mármore que
abunda na sua terra natal):
«Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem para te dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim para te oferecer
(…)»
Dada a
relevância do mármore na região, não admira que a campa de Florbela, uma das
colipolenses mais ilustres (outro é o matemático e divulgador de ciência Bento
de Jesus Caraça), no cemitério de Vila Viçosa, esteja coberta por mármore
local, continuamente adornado de flores (Fig. 3). Várias obras literárias, bem
assim como uma cinematográfica (Florbela, do realizador Vicente Alves do
Ó, de 2012), têm celebrado a espantosa obra poética de Florbela. Tanto quanto
se sabe, ela e Pessoa nunca se cruzaram, apesar de ambos terem frequentado os
mesmos sítios da Baixa lisboeta na mesma época [7] e de um soneto de Florbela aparecer na Antologia de Poemas Portugueses Modernos
[8] que Fernando Pessoa e António Botto publicaram em 1944 (uma obra póstuma
dele como quase toda a dela).
Mas, voltando à Antiguidade Grega, encontra-se também mármore na Acrópole de Atenas, que coroa a capital grega, em particular no Partenon, o tempo dedicado a Atena, que data do século V a. C., o século de Péricles, portanto muito anterior ao tempo das estátuas acima referidas. Não falta quem aí também encontre a razão de ouro, desde logo no rectângulo da fachada do Partenon, que seria um «retângulo dourado», isto é, um rectângulo com os dois lados na proporção dourada entre si (Fig. 4). De facto: essa visão é um pouco forçada, nesta como noutras obras, dado que não existe uma regra matemática para definir beleza. Um conjunto de mármores do Partenon encontra-se hoje no Museu Britânico em Londres (Fig. 5). Têm o nome de «mármores de Elgin» porque foram levados da Grécia para Inglaterra por Thomas Bruce (1776–1841), 7.º conde de Elgin, em 1806, quando era embaixador do seu país na corte do império Otomano. Muitos gregos têm vindo a reclamar desde há décadas a devolução das obras ao país de origem. De facto, perto do Partenon foi inaugurado em 2009 o novo edifício do Museu da Acrópole, onde há várias peças em mármore da Acrópole e onde os mármores de Elgin poderiam, para contentamento dos locais, ser vistos nas proximidades do seu contexto natural. Existem hoje nesse museu algumas réplicas de obras que se encontram no estrangeiro.
O arquitecto dos mármores de Elgin, que constituíam o friso do Pártenon, foi Fídias (c. 480 a.C.– c. 430 a.C.), que surge, num quadro de 1868 do pintor neoclássico nascido nos Países Baixos, mas que trabalhou em Inglaterra, Sir Lawrence Alma-Tadema (1836 – 1912), patente no Museu e Galeria de Arte de Birmingham, a mostrar o friso, pintado tal como no original, a um grupo de amigos seus (Fig. 6). A letra grega ϕ que costuma representar a razão dourada provém precisamente do nome de Fídias no grego original. Os mármores do Partenon não vieram da ilha de Paros, mas sim do muito mais próximo Monte Pentélico, na Ática, a nordeste e perto de Atenas e a sudoeste de Maratona. Em contraste com os mármores de Paros, os do Monte Pentélico são brancos com um tom levemente amarelado que o fazem parecer brilhante quando vistos à luz solar. A antiga pedreira é hoje exclusivamente usada para extrair pedra para o projecto de reconstrução da Acrópole.
Dando um salto no tempo até ao Renascimento, um outro grande mestre do mármore foi o italiano Michelangelo Buonarroti (1475–1564), mais conhecido entre nós apenas por Miguel Ângelo [9]. Ele é o autor, entre várias obras-primas talhadas em mármore, da «Pietà», esculpida entre 1498 e 1500, que se encontra na Basílica de São Pedro, no Vaticano,. Uma outra extraordinária obra de Miguel Ângelo é o «David» (criado um pouco depois, em 1501-1504), que pode ser visto na Galeria da Academia de Belas Artes de Florença (Fig. 7). Existe uma réplica dessa enorme escultura: a altura é de 5,17 m) numa praça de Florença próxima da Galeria. Recentemente, usando moderna tecnologia, foi efectuada uma cópia para exibição no Pavilhão de Itália da Exposição mundial no Dubai (Expo 2020) [10]. A estátua era tão grande que ocupava três andares, tendo havido o cuidado, já que se tratava de um país árabe, de esconder o órgão sexual na passagem entre dois andares.
Escreveu Miguel Ângelo, com quem
o português Francisco de Holanda terá contactado na sua estada em Roma, a
propósito das suas esculturas [11]:
«Em cada bloco de mármore vejo uma estátua; vejo-a tão
claramente como se estivesse na minha frente, moldada e perfeita na pose e no
efeito. Tenho apenas de desbastar as paredes brutas que aprisionam a adorável
aparição para revelá-la a outros olhos como os meus já a veem».
Ele haveria de repetir esta sua pretensão da pré-existência obra de arte escondida dentro do mármore: «Como faço uma escultura? Simplesmente retiro do bloco de mármore tudo que não é necessário.» E, num outro seu escrito: «Eu vi o anjo no mármore e esculpi até que o libertei.»
Vários outros autores haveriam de repetir, por vezes sem referir a fonte original, esta mesma ideia: o trabalho do artista consiste em revelar aos nossos olhos a obra antes oculta. Um deles foi o francês Auguste Rodin (1840 –1917), o autor de estátuas famosas como «O Beijo» e «O Pensador» [12], que disse: «Eu escolho um bloco de mármore e retiro dele tudo o que não preciso».
A Sacristia Nova, uma das Capelas
dos Medici, na Basílica de São Lourenço em Florença, contém também obras de
mármore da autoria de Miguel Ângelo. São as esculturas nos mausoléus de dois
membros pouco conhecidos da família Medici: Giuliano di Lorenzo de’ Medici,
duque de Nemours, e Lorenzo di Piero de’ Medici, duque de Urbino: no túmulo do
primeiro as figuras são chamadas «Dia» e «Noite» (1520-1534) ao passo que no do
segundo são chamadas «Aurora» e «Crepúsculo» (Fig. 8). Apesar de semelhantes,
há evidentes contrastes entre as duas. O conjunto impressiona pela sua harmonia
e sobriedade.
O Prémio Nobel da Física de 1983 Subramanyan Chandrasekhar (1910–1995), professor na Universidade de Chicago de origem indiana mas naturalizado norte-americano, que desvendou alguns dos segredos da estrutura e da evolução estelar, indicou, no seu livro Truth and Beauty. Aestethics and Motivations in Science [13], estes belos túmulos em mármore como exemplos da relação profunda entre arte e ciência. Ele não devia conhecer os versos de Álvaro de Campos, mas cita o matemático inglês George Neville Watson (1886-1965), que passou muitos anos a provar algumas das famosas identidades de Srinivasa Ramanujan (1887–1920), um extraordinário génio matemático indiano cuja intuição o levou a escrever um conjunto de fórmulas num caderno sem a devida demonstração. Escreveu Watson:
«O estudo do trabalho de Ramanujan e o problema que origina inevitavelmente me lembram a observação de Lamé que, quando lia os artigos de Hermite sobre funções modulares, ficava com pele de galinha [no original, ‘on a la chair de poule’, manifestação epidérmica de uma emoção forte). Eu expressaria a minha própria atitude com maior prolixidade dizendo que uma fórmula como (equação) me transmite uma sensação que é indistinguível da sensação que tenho quando entro na Sacristia Nova da Capela dos Medici e vejo diante de mim a beleza austera do ‘Dia’, da ‘Noite’, do ‘Crepúsculo’ e da ‘Aurora’ que Miguel Ângelo colocou sobre os túmulos de Giuliano de’ Medici e de Lorenzo de’ Medici.»
Tal como as estátuas de mármore,
também as identidades de Ramanujan são belas e emocionantes apesar de frias e
austeras. Tal como as esculturas, elas permanecem incólumes para a eternidade.
E, tal como Miguel Ângelo as descobriu na pedra informe, também Ramanujan
extraiu as suas fórmulas matemáticas do «bloco bruto» das ideias. De certo
modelo, as verdades matemáticas também são «esculpidas» pelos matemáticos, só
faltando, como disse Álvaro de Campos, suficiente gente para as admirar. Um
filme, do realizador britânico Matt Brown, sobre Ramanujan, conta a história da
sua curta vida, contribuindo para a sua popularidade: O Homem que Viu o Infinito
(2015).
A matemática tem de ser escrita
num suporte que dure e, de facto, as relações matemáticas mais antigas de que
dispomos foram escritas não em mármore, mas em tabuletas de argila da Babilónia
(numa data entre 1900 e 1600 a C) [14]. Numa delas aparece representado um
conjunto de triângulo e rectângulos que prefigura o famoso teorema do filósofo,
matemático e músico Pitágoras de Samos (c. 570–c. 495 a.C.), muito antes de este ter nascido (Fig. 9).
A tradição de gravar teoremas
matemáticos ou leis da física, sempre com expressão matemática, prolongou-se no
tempo. Veja-se o caso das famosas equações de Maxwell, que sumariam todo o
electromagnetismo, incluindo as ondas luminosas, e que se encontram gravadas numa
placa metálica na casa que foi habitada pelo físico escocês James Clerk Maxwell
(1831-1879), em Edimburgo, a sua cidade natal. Ou veja-se, nos nossos dias, a fórmula,
bem mais extensa, subjacente ao modelo-padrão da física de partículas, que foi
gravada numa pedra à entrada do edifício de controlo do Centro Europeu de
Pesquisa Nuclear - CERN, em Genebra, na Suíça (Fig. 10). Foi talhada numa rocha
in situ. É pena não ser em mármore, mas não o havia nesse local como há
em Paros, C0arrara ou Vila Viçosa. A pedra e o metal, sendo a primeira de uso
mais antigo, sempre foram os suportes onde o homem deixou inscrições que queria
duradouros. A pedra, em particular, que já existe na Terra há milhares de
milhões de anos, é uma garantia de eternidade ou, pelo menos, a melhor
aproximação a ela.
O mármore usado por Miguel Ângelo
era de Carrara, no Norte da Toscânia, um mármore branco ou azul acinzentado de
grande qualidade. O próprio artista ia lá escolher a melhor pedra, falando com
os canteiros. Ainda se encontra em Carrara uma placa (colocada apenas em 1862),
naturalmente em mármore, que documenta a estada do artista numa casa dessa
localidade a cerca de 100 km de Florença (Fig. 11).
Um outro grande artista italiano que, na escultura, não fica atrás de Miguel Ângelo é Gian Lorenzo Bernini (1598-1680), que viveu no tempo barroco [15]. Ele é o autor entre outras obras de «O Rapto de Proserpina» (de 1621-1622) e de «Apolo e Dafne» (de 1622-1625) (Fig. 12), que se encontram na belíssima Galeria Borghese em Roma. A primeira retrata o rapto violento de Proserpina, filha de Júpiter e Ceres, por Plutão, o deus dos mortos. A segunda representa o momento culminante da história mitológica de Apolo, o mais belo Deus do Olimpo, e da ninfa Dafne. Cupido lança uma seta de ouro a Apolo, instilando nele o amor, e uma seta de chumbo a Dafne, que afasta o amor. O pai de Dafne, perante o desespero da filha, transforma-a num loureiro quando Apolo a alcança. Dificilmente se poderia conjugar a força com a leveza como nestas duas esculturas em mármore, que é de Carrara como nas obras de Miguel Ângelo. Bernini se gabava de conseguir dar ao mármore a aparência de carne humana.
2. O
mármore em Portugal
Portugal também tem mármore,
muito e bom mármore. Trata-se aliás de um dos melhores mármore do mundo, pois,
sendo diferente, não fica a dever ao de Paros, ao do Monte Pentélico ou ao de Carrara.
Só não houve aqui artistas como Alexandre de Antioquia, Fídias, Miguel Ângelo
ou Bernini, que o tivessem metamorfosearam em beleza eterna. O centro nacional
do mármore, que como é sabido é uma rocha metamórfica (calcite ou dolomite
recristalizado devido a uma acção ígnea sob grandes pressões) é o «anticlinal
de Estremoz», uma dobra geológica convexa, com os estratos mais recentes por
cima. Mas há também mármore em menor quantidade noutros locais do Alentejo, como
Viana do Alentejo e Trigaches, diferindo ele de sítio para sítio.
O anticlinal de Estremoz
estende-se entre Sousel, a Oeste, e Alandroal, a Leste, não longe de Vila
Viçosa (Fig. 12), sendo delimitada a norte por Borba e a sul por Estremoz. É
uma estrutura elíptica, orientada de NW-SE e que mede 42 km x 8 km. A sua época
geológica é provavelmente o Câmbrico (há 510 milhões de anos), o período mais
antigo do Paleozoico [16]. Só uma parte pequena da formação (27 km2)
é explorada para extracção de mármore.
Encontra-se aí um enorme volume de
mármore, conhecido desde tempos remotos (Fig. 13) e usado deste há muito para fins artísticos
[17-18]. As pedreiras a céu aberto marcam a paisagem. O mármore de Estremoz é
branco, sendo caracterizado por um padrão chamado «raiada» que pode variar
muito em cor e forma. A primeira obra de arte conhecida feita com esse mármore
é um túmulo, descoberto no Alandroal, encomendado por um capitão cartaginês,
por volta de 370 a.C. As referidas pedreiras foram exploradas pelos romanos. O
seu mármore foi usado, por exemplo, nos capiteis das colunas (que são
graníticas) do templo romano de Évora, dito de Diana (Fig. 14). Os romanos
dispunham da tecnologia para levarem mármore de Estremoz para a distante cidade
de Conímbriga, em Condeixa-a-Velha, perto de Coimbra, e para a mais próxima
cidade de Mérida (foram aí usados no Teatro Romano).
O mármore alentejano foi usado na Idade Média, como
testemunham vários castelos, palácios e casas dessa época (por exemplo, o
castelo de Estremoz). Foi levado pelos navegadores portugueses para África,
Brasil e Índia. Foi usado mármore na fachada e noutros locais do majestoso Paço
Ducal de Vila Viçosa (Fig. 15), que foi sede da Casa de Bragança, cuja construção
remonta ao século XVI e que foi restaurado em 1940, quando se comemorava o
centenário da Restauração da nacionalidade. Cinco anos depois foi erigida na
praça em frente uma estátua equestre de D. João IV, da autoria de Francisco
Franco, não em mármore, mas em bronze (sendo a base de granito). Outros
monumentos nacionais, como o Mosteiro dos Jerónimos e o Convento de Mafra,
também usaram algum mármore alentejano.
As notícias sobre a existência de mármore em Estremoz
espalharam-se no século XVIII através de monografias corográficas, memórias
paroquiais e diários de viagens de estrangeiros. Com a Revolução Liberal, de
1820, o aproveitamento do mármore, até então ocasional, ganhou um impulso no
sentido da progressiva industrialização, com a ajuda das então muito recentes
ciências geológicas. Nesse tempo crescia o interesse não só pela história da
Terra, mas também pela exploração de pedreiras e minas, começando esta
actividade a ser regulada. O engenheiro e geólogo francês Charles Baptiste
Bonnet (1816-1867), que liderou a partir de 1848 a primeira Comissão Geológica
de Portugal [19], andou pela região, tendo recolhido várias amostras de
mármore, que apresentou em exposições internacionais. Em 1852, no quadro da
Regeneração, saiu uma Lei de Minas. A referida Comissão deveria ter produzido
um levantamento geológico para um mapa geológico de Portugal, mas dificuldades
de vária índole impediram a concretização desse desiderato: Bonnet só produziu
um mapa geográfico do Alentejo e Algarve, tendo a Comissão sido extinta em
1857, dando lugar a uma segunda Comissão Geológica liderada pelo militar e
geólogo Carlos Ribeiro, que foi coadjuvado pelo médico e lente de Mineralogia e
Geologia da Escola Politécnica de Lisboa Francisco Pereira da Costa e que
haveria de durar até 1868. Carlos Ribeiro e Joaquim Nery Delgado, um seu
discípulo nascido em Elvas, também militar e geólogo, apresentaram o primeiro
mapa geológico de Portugal na escala 1: 500 000, apresentado na Exposição
Universal de Paris de 1867, e publicado em 1876.
As pedreiras de Estremoz já eram licenciadas e
inventariadas em meados do século XIX [20]. O maior impulsionador da extracção
de mármores na região do Alto Alentejo foi um outro francês, Pedro Bartolomeu
Déjante (?-1859), um partidário de Napoleão que, com a queda deste, fixou
residência em lisboa, tendo estabelecido em 1821 uma marcenaria que prosperou
[18]. Alguns dos seus móveis exigiam pedras de mármore, que existiam em
quantidade na região de Estremoz. Apresentou pedras e móveis na Exposição de
Produtos da Indústria de Lisboa de 1849 e na Grande Exposição de Trabalhos da
Indústria de todas as Nações, realizada em Londres em 1851, onde também Bonnet apresentou
amostras de mármore, trabalhados na oficina de Déjante. Este último ganhou uma
medalha de ouro. Voltaria a ser premiado com duas medalhas de prata na
Exposição Universal de Paris da Indústria e das Belas Artes de 1855, para onde
tinha enviado amostras, em colaboração com Bonnet. Essas exposições internacionais
tornaram-se grandes atracções do público na segunda metade do século XIX por
serem exibições dos progressos da Indústria. A obra pioneira de Déjante na
exploração e aplicação dos mármores haveria de ser continuada pelo seu filho
Júlio.
A chegada do caminho de ferro (linha do Sul e Sudeste) a
Évora, em 1863, a Estremoz, em 1873 e a
Vila Viçosa em 1905 facilitou enormemente o transporte da pedra para Lisboa, de
onde podia seguir, em geral transformada, por via marítima, para outros
destinos, como o Brasil [21].
De início a exploração de mármore na região era feita
recorrendo a processos artesanais por empresas de pequena dimensão
caracterizadas pelas propriedade e administração familiares. Mas, entre a
Primeira Guerra Mundial e a Segunda, ocorreu um ressurgimento da indústria de
extracção dos mármores, tendo-se constituído empresas mais profissionais
dirigidas por engenheiros, que investiram na formação de pessoas e na
modernização de procedimentos. Uma dessas sociedades tinha capital internacional:
a Sociedade Luso-Belga de Mármores SA (Solubema). O trabalho essencialmente
manual foi sendo progressivamente substituído pelo mecânico. Foram surgindo oficinas perto das
pedreiras. O apogeu da exploração dos mármores foi atingido entre os anos 1960,
década em que a electrificação foi reforçada, e 1980, quando adveio a crise.
Com o decorrer do tempo, as máquinas-ferramentas passaram a ter maior eficácia
enquanto as questões da segurança e saúde ganhavam relevância.
Vários artistas portugueses modernos e contemporâneos têm
trabalhado o mármore de Estremoz. Destaco dois: o primeiro é alentejano,
natural de Alcácer do Sal, António Branco de Paiva (1926-1987), que
esculpiu a estátua da Rainha Santa (Fig. 16) em frente ao castelo de Estremoz
(foi nessa localidade, em 1336, que Isabel de Aragão, esposa de D. Dinis,
faleceu); o segundo, bem mais conhecido, é o lisboeta de pai eborense João
Cutileiro (1937-2021), que esculpiu uma figura feminina exposta na praça do
Giraldo (Fig. 17), para além de ter criado uma estátua de el-rei Dom Sebastião para
a praça central de Lagos e uma estátua feminina num lago fronteiro ao Palácio
de Mateus, próximo de Vila Real.
A entrada da Wikipédia para «Mármore» em português [22], na data em que a consultei (25 de Maio de 2022) é muito parca sobre o mármore português: apenas diz que «em Portugal, as maiores explorações de mármore localizam-se em torno da zona de Estremoz, Borba e Vila Viçosa, de onde é extraído o chamado Mármore de Estremoz». Na iconografia mostra-se a Vénus de Milo, mas o monumento exibido é o Taj Mahal, na Índia, e a pedreira exibida é indiana. A página em inglês não fala sequer do mármore português, apesar de indicar uma extensa lista de sítios onde há mármore no mundo. Em contraste, a sua correspondente em alemão [23], muito mais desenvolvida do que as outras, fala do mármore de Estremoz, apresentando amostras dos mármores de Estremoz e de Trigaches, comparando-o com o de outras regiões do mundo, incluindo Carrara. Apresenta uma lista seleccionada das regiões do mundo com maior produção de mármore, que vale a pena reproduzir:
«Europa
•
França: Região do Pas de Calais
• Grécia: Drama,
Thasos, Penteli
• Itália:
Massa-Carrara, Laas, Südtirol
• Portugal:
Estremoz-Borba-Vila Viçosa
Ásia
• Turquia:
Regiões de Izmir, Muğla, Afyon, Sivas, Akhisar, Antalya, Alanya, Sakarya e
Amasya
América do Norte
• Estados Unidos:
Estados federais da Geórgia e Vermont
• Canadá: Província do Quebec.»
A entrada apresenta uma imagem do
Ehecarrussel («Carrocel do Casamento») (Fig. 18), também chamada Fonte
de Hans Sachs, do escultor alemão da escola realista Jürgen Weber (1928–2007),
situada no centro de Nuremberga, no norte do estado da Baviera, na Alemanha,
que tem partes feitas de mármore de Estremoz, tal como lá vem indicado. A fonte
foi construída entre 1977 e 1981, com o propósito prosaico de cobrir um
respiradouro de metro. As figuras grotescas em bronze representam as várias
fases do casamento, segundo um poema do poeta nascido na cidade no século XV
Hans Sachs [24]. Tendo sido uma obra muito criticada no tempo da sua
inauguração, tornou-se entretanto uma dos locais simbólicos da cidade. A arte
tem a capacidade de regenerar os sítios urbanos.
O nosso país tem sido desde o século XIX um exportador de mármore, dada a sua elevada produção e a boa qualidade do produto. O maior produtor mundial de pedra natural, blocos que servem para construção civil e ornamentação e que incluem para além do mármore o granito, o calcário e o xisto (só para referir ao materiais mais abundantes), eram, em 2014, a China, com 42,5 megatoneladas [24]. Seguiam-se a Índia, com 22, a Turquia, com 11,5, o Irão, com 7, e a Itália, com 6,8. Em 9.º lugar aparece Portugal, com 2,8 megatoneladas, respectivamente. Não é uma posição modesta, pois em poucas matérias-primas Portugal está no top ten mundial: Portugal, apesar de ser um país muito mais pequeno, aparece à frente dos Estados Unidos. Na listagem de países exportadores, no mesmo ano, Portugal ocupa o 7.º lugar mundial, com 1,7 megatoneladas, só sendo batido pela China, Índia, Turquia, Itália e Espanha. Isto significa que a maior parte da nossa produção é para exportação.
3. O futuro do mármore
O mármore tem uma grande história
no mundo, pontuada por obras de arte extraordinárias, e tem também um grande
futuro, por ser um material inigualável. As projecções indicam que as
necessidades de mármore vão continuar a crescer à escala global dado o aumento
da população mundial e o concomitante aumento da construção civil.
A produção de mármore no Alentejo
tem sido mais ou menos estável nos últimos tempos, dado não ter havido
crescimento da procura e de haver forte concorrência de outras regiões,
designadamente a China e a Índia (razão por que se fala de «crise» do sector»),
mas existem condições para responder a uma eventual maior procura. No anticlinal de Estremoz as reservas são imensas;
apesar da grande exploração realizada até agora, há uma enorme riqueza ainda
por extrair. Só cerca de um terço dos 27 km2 de mármore foram
explorados até hoje. A exploração de mais um décimo, com pedreiras de uma
altura de 100 m, dará um total de 220 milhões de toneladas e, considerando os
valores correntes da extracção anual, seria um trabalho que levaria mais de 500
anos! Esta estimativa peca decerto por defeito porque a altura conhecida de
mármore é bastante maior, podendo nalguns sítios ultrapassar os 400 m.
Portanto, não falta mármore para uso interno e, principalmente, extremo.
O património do mármore tem sido
estudado e valorizado nos últimos anos. As pedreiras de mármore de Estremoz
ganharam má fama com a derrocada em 2018 de um troço da estrada municipal 255
numa zona de pedreiras entre Vila Viçosa e Borba, causando cinco mortos, mas
essa funesta circunstância não deve impedir nem a continuação da exploração
sustentável, usando as melhores tecnologias e assegurando os melhores cuidados
para os trabalhadores e para as populações, como a continuada promoção
turístico-cultural da região. Como a maior parte do mármore de Estremoz se
destina a exportação, trata-se de uma riqueza económica nacional que urge
valorizar: há quem fale em «ouro branco». Mas há também uma inegável riqueza
turística, que não deixando ter um lado económico tem sobretudo uma componente
cultural. As duas componentes têm de ser harmonizadas da melhor maneira.
As maiores povoações da formação
geológica onde se encontra o mármore – por ordem alfabética, Alandroal, Borba, Estremoz, Sousel, Vila Viçosa Alandroal e Borba – bem fariam, em oferecer-se como um pólo de
atracção turística, juntando a história, a arte, a ciência e a tecnologia
(Carrara pode ser um exemplo inspirador). Todas elas são manifestações da vasta
cultura humana. Nesta perspectiva, cumpre, por exemplo, modernizar o
interessante Museu do Mármore de Vila Viçosa, reforçar o Centro Ciência Viva de
Estremoz, que justamente se especializou nas Ciências da Terra, e dar a
conhecer, em visitas guiadas às pedreiras, as profundezas da Terra que o
engenho do homem revelou para seu benefício. Seria também conveniente convidar
para a região artistas da pedra, que pudessem mostrar como uma obra de arte que
começa por existir só na imaginação do artista emerge da pedra a golpes de
cinzel, para além evidentemente de organizar exposições das obras de mármore e
congéneres. A junção da arte com a ciência só pode reforçar a cultura, sendo algumas
das tentativas que têm sido feitas nesse sentido um dos traços maiores da
cultura científica contemporânea.
O mármore vem da Terra e começa
por ser um assunto das ciências geológicas. Mas é também matéria-prima das
artes, incluindo até a literatura. O Padre António
Vieira (1608–1697), que foi segundo Fernando Pessoa o «imperador da língua
portuguesa», usou no «Sermão da Primeira Sexta-Feira da Quaresma» (1644), o
mármore numa das sujas poderosas metáforas morais [25]:
«E assim como não há mármore nem bronze tão duro que, ferido do raio do sol, não responda ao mesmo sol com a reflexão do seu raio, assim não há coração tão de mármore na dureza, e tão de bronze na resistência, que, prevenido no amor, o não redobre e corresponda com outro.»
BIBLIOGRAFIA
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Obra Completa, ed. Jerónimo Pizarro e António Cardiello, Lisboa, Tinta
da China, 2024.
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[3] LIVIO, Mario, O
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[4] https://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto_Futurista (consultado em 25 de Maio
de 2022)
[5] «ORPHEU»
Revista Trimestral de Literatura, Ano I – 1915, n.º 1 Jan.-Fev.-Mar. Lisboa:
Oficinas da Tipografia do Comércio. Edição fac-similada, Lisboa: A Bela e o
Monstro, 2015.
[6] FARRA, Maria
Lúcia del Farra, «De Florbela para Pessoa com amor», Pessoa Plural: 7 (P./Spring 2015), 116-131.
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Florbela, Poesia Completa, Lisboa: Bertrand, 9.ª ed., 2009.
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de Poemas Portugueses Modernos, Coimbra: Editorial Nobel, 1944.
[9] NÉRET, Gilles, Miguel Ângelo, Colónia:
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[10] https://www.reuters.com/world/middle-east/dubai-expo-offers-close-up-michelangelos-david-only-neck-up-2021-10-06/ (consultado em 25 de Maio de 2022)
[11] In International journal of religious
education: Vol. 23 – p. 23, National Council of the Churches of Christ in
the United States of America. Division of Christian Education, International
Council of Religious Education – 1946.
[12] NÉRET, Gilles, Rodin. Esculturas e Desenhos, Colónia: Taschen /
Público, 2004.
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Motivations in Science. Chicago: University of Chicago Press, 1990.
[14] https://mymodernmet.com/ancient-babylonian-geometry-tablet/ (consultado em 25 de Maio
de 2022).
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his Rome, Chicago:
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SOARES, Clara Moura e CARNEIRO; André, (coords.), Mármore 2000 anos de
história. Vol. I. Da Antiguidade à Idade Moderna. Lisboa, Theya
Editores, 2019.
[18] MATOS, Ana
Cardoso de e ALVES, Daniel (coord.), Mármore: 2000 anos de história.
Vol. II. A evolução industrial, os seus agentes económicos e a aplicação na
época contemporânea, Lisboa, Theya Editores, 2019.
[19] CARNEIRO, Ana,
MOTA, Teresa Salomé e LEITÃO, Vanda, O Chão que Pisamos. A Geologia ao
serviço do estado (1848-1974), Lisboa: Edições Colibri, 2013.
[20] ALVES, Daniel
(coord.), Mármore, Património para o Alentejo: Contributos para a sua
história (1850-1986), Vila Viçosa: CECHAP, 2015.
[21] QUINTAS,
Armando, «Técnicas e tecnologias ligadas ao mármore: uma viagem pela história,
in [20], pp. 129-160.
[21] https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rmore (consultado em 25 de Maio
de 2022)
[22] https://de.wikipedia.org/wiki/Marmor (consultado em 25 de Maio
de 2022)
[23] https://de.wikipedia.org/wiki/Ehekarussell (consultado em 25 de Maio
de 2022)
[24] ANIET, Diagnóstico
competitivo sobre o setor da extração e transformação da pedra natural,
Porto, s.d. http://www.aniet.pt/fotos/editor2/internacionalizacao/diagnostico_competitivo_sector.pdf (consultado em 25 de Maio de 2022)
[25] https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos/?action=download&id=134889 (consultado em 25 de Maio de 2022)
LEGENDAS
Fig. 1 Vénus de
Milo, séc. II a.C., atribuída a Alexandre de Antioquia, Museu do Louvre em
Paris.
Fig. 2 Vitória de
Samotrácia, sécs .III- II a. C., de autor desconhecido, Museu do Louvre em
Paris.
Fig. 3 Campa da poeta
Florbela Espanca, no cemitério de Vila Viçosa.
Fig. 4 Fachada do
Partenon, em Atenas, Grécia, com um rectângulo dourado sobreposto.
Fig. 5 Frisos do
Partenon, mais conhecidos por «mármores de Elgin», no Museu Britânico, em
Londres, Reino Unido.
Fig. 6 «Fídias
mostrando o friso do Partenon aos seus amigos», de Sir Lawrence Alma-Tadem, no Museu de Birmingham e
Galeria de Arte, no Reino Unido.
Fig. 7 «David»,
de Miguel Ângelo, na Galeria da Academia de Belas Artes de Florença.
Fig. 8 Esculturas
tumulares de Miguel Ângelo feitas para dois membros da família Medici na
Sacristia Nova da Basílica de São Lourenço em Florença. A primeira, no túmulo
de Giuliano de’ Medici representa o «Dia» e a «Noite», e a segunda, no túmulo
de Lorenzo de’ Medici, representa a «Aurora e o Crepúsculo».
Fig. 9 Tabuleta de
argila da Antiga Babilónia com uma inscrição matemática sobre a área de
triângulos, que para alguns autores antecipa o teorema de Pitágoras.
Fig. 10 Pedra com a
inscrição da fórmula que sumaria o modelo padrão da física de partículas, à
entrada do Centro de Controlo do CERN, em Genebra, na Suíça.
Fig. 11 Placa que
documenta a presença de Miguel Ângelo numa casa de Carrara, em Itália.
Fig. 12 «Apolo e
Dafne» de Bernini, na Galeria Borghese, em Roma.
Fig. 13 Localização do anticlinal
de Estremoz.
Fig. 14 Pedreira de
mármore no anticlinal de Estremoz.
Fig. 15 Templo Romano,
dito de Diana, em Évora.
Fig. 16 Palácio
Ducal de Vila Viçosa.
Fig. 17 Escultura
da Rainha Santa de António Branco de Paiva, junto ao castelo de
Estremoz.
Fig. 18 Escultura
de João Cutileiro, na Praça do Giraldo, em Évora.
Fig. 19 Ehecarrussel
(«O Carrocel do Casamento»), escultura de Jürgen Weber numa praça de Nuremberga, na Alemanha.
1 comentário:
Que magnífica demonstração de cultura, de informação científica, de capacidade de comunicação e de ecletismo vivo e dinâmico
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