A Senhora Christine Lagarde
acha que os velhos vivem demais;
p’ra que a economia se resguarde
há que apressar os ritos finais.
Um senhor da América do Norte
pede aos idosos compreensão:
por favor não esperem pela morte,
façam-no pela vossa própria mão.
Tudo, é claro, a bem da economia,
nada a ver com qualquer heresia:
são, todos, religião e harmonia,
missa, terço e ave-maria!
Mas viver não é exagerar,
há que cuidar sempre dos cifrões:
p’rá economia não parar,
metam os velhos à vida travões!
Eugénio Lisboa,
que ficou muito preocupado com a economia
do globo, que ele tem estado, sem ser por mal, a
prejudicar.
1 comentário:
A Lagarde nem precisava de se interrogar de um ponto de vista ético e social, bastava que se interrogasse de um ponto de vista económico e financeiro, para não cair em armadilhas de palavras. Quem não aprendeu ou já esqueceu de ser precavido com as palavras, em cargos de responsabilidade como o dela, representa um grande perigo em matéria de ambiente ideológico, que anda mais poluído do que o outro. O mais preocupante é que ela não caiu em nenhuma armadilha de palavras, ela armadilhou as palavras. Quando era suposto que ela tivesse ideias, valores, humanidade, visão, encontrou/usou um expediente à Trump, para fazer parecer, em deploráveis segundos, que as ideias e os valores são mais fáceis de matar do que os velhos como se, para matar aqueles, bastassem algumas palavras na boca certa.
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