“O homem perdeu a sua capacidade de prever e prevenir.
Acabará destruindo a terra”.
Albert Schweitzer (1875-1965)
A previsão catastrófica deste médico, filantropo e Prémio Nobel da Paz, serviu de pórtico à minha conferência proferida na Sociedade de Estudos de Moçambique, “Educação Física, Ciência ao Serviço da Saúde Pública” (1973), editada posteriormente num opúsculo desta agremiação cultural-científica.
Sem estar, obviamente, na ocasião, de posse de notícias actuais, que nos alertam para o facto do degelo, por aumento da temperatura da terra, poder estar a libertar vírus de há 15 mil anos, passo a citar da agência noticiosa “Lusa”, uma notícia promissora para a saúde do nosso castigado planeta (Março do ano em curso):
“A procura do petróleo, o abrandamento no consumo de carvão e a suspensão de milhares de voos fazem com que se registe uma redução de emissão de CO2 calculada em 9,6 milhões de toneladas”.
Na minha conferência supracitada, escrevi em citação “verbo pro verbo”:
"A enorme taxa de industrialização dos nossos dias, o ritmo trepidante da vida moderna, o conforto exagerado que essa vida proporciona e, mais recentemente, o espectro da poluição que ameaça a humanidade a ponto de , salvo erro, os cientistas mais pessimistas (ou mais realistas?) preverem a extinção de espécie humana para daqui a um século, nas cidades de maior densidade populacional e mais atingidas pela laboração em massa das respectivas fábricas, se não forem tomadas medidas adequadas, exigem que sobre estes problemas nos debrucemos procurando afincadamente as respectivas soluções. Claro que não terei a estultícia de atribuir unicamente à Educação Física a situação quixotesca de se apresentar como panaceia para todos estes males. Mas um facto é incontroverso, quanto menos favoráveis forem as condições mais se impõe o seu revigoramento físico. E neste particular, de condições desfavoráveis de sobrevivência, não posso deixar de pensar na preparação física a que são submetidos os astronautas americanos antes de serem catapultados para espaço, a ponto de possuírem uma forma física invejável. Para quem, como aos homens do espaço, são exigidas tarefas que conduzem facilmente à fadiga pelo meio hostil em que são realizadas, tem incondicional importância uma boa condição física. O cunho científico dessa preparação faz com que ela se processe dentro da maior eficiência, pela inclusão das técnicas mais avançadas do condicionamento físico”.
Hoje fala-se com insistência na colonização pelo homem do nosso satélite lunar, apenas com 27% do diâmetro da terra. Mas quando isso vier a acontecer, aposto dobrado contra singelo, que os governantes desse mundo, mais ou menos próximo, tudo farão para manter o hábito actual criminosamente egoísta de não cumprirem com as suas promessas em horas de eleições, abandonando à sua triste sorte o povo que os elegeu!
Aliás, segundo William Shakespeare,
“as palavras são como os patifes, desde o momento em que as promessas os desonram; elas tornam-se de tal maneira impostoras que me repugna servir-me delas para provar que tenho razão”.
O presente faz prever o futuro de Adões e Evas, a exercerem as suas influências para ocuparem os poucos lugares iniciais das naves espaciais, quais minúsculas “Arcas de Noé”, que os conduzam ao lado iluminado da lua enquanto o astro-rei se não extinguir sendo teletransportados, posteriormente, para outros astros, quais judeus errantes em procura desesperada pela Terra Prometida!
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