“Na regra de aprender as
lições importantes na vida,
devemos todos os dias superar o medo”.
Ralph Emerson (filósofo e poeta,
1803-1882)
A
obrigatoriedade de permanecermos prisioneiros dentro das paredes de nossa casa,
porque desocupados com as tarefas do nosso múnus profissional em que andamos em
rodopio, quais baratas tontas, de casa para
a rua e da rua para casa, impedem-nos de
fazer uma retrospecção sobre a verdadeira finalidade das escolhas que faremos neste tempo de clausura, sem o recurso dos cábulas, aprisionados pelos progenitores nos quartos para estudarem mas, que entediados,
em vez de o fazer se entretinham a matar, com pequenos elásticos, pobres e inocentes moscas pousadas em tudo que
era sítio.
Por
esse facto, agradeço, vezes sem conta, ainda que com o risco de me repetir, com
as mãos da gratidão levantadas à memória de minha falecida mãe, de nome Sofia (como é sabido, sabedoria em grego),
senhora de uma grande cultura literária
devota queirosiana, camiliana, etc. Reside aqui a gratidão filial por me ter sido transmitida em herança o hábito de ler (e reler) grandes autores da nossa
riquíssima literatura como forma de combater o hábito da preguiça, em voga nos escolares de outros tempos e hoje ampliada por sinopses de meia centena
de folhas da grandes obras literárias.
Como
escreveu Eça, referindo-se ao seu tempo, bem pior hoje pelas distracções
advindas das novas tecnologias (audiovisuais), não se lê folheando apenas os livros de alguns grandes autores portugueses. Hoje, exceptua-se, quiçá, com a
morbidez curiosa de uma paixão incestuosa, “Os Maias”, presente habitual nos
programas escolares, meu escritor de
mesinha de cabeceira, com o seu fino recorte literário e humor requintado em
que que uma risada crítica sua sobre a estupidez humana fazia ruir instituições
levando-o, como tal, a farpear, de
parceria com a Ramalhal figura, a velha
tolice humana que, para eles, tinha
cabeça de touro!
Contrariamente, tempos atrás, foi expurgado, do ensino escolar português, o
escritor de São Miguel de Seide, como escrevi no meu post, aqui publicado com o
título provocatório de “O Ódio de Perdição” (09/08/2018), autor deste livro editado também em França com o título (“Amour de Perdition”) mas difícil
de encontrar nas livrarias gaulesas pela sua grande procura. Daqui se colhe o aforismo de que “santos ao
pé da porta não fazem milagres”, mas daí a cometer este crime de lesa cultura vai
um percurso, criticado por Maria Amélia
Vaz de Carvalho para quem a prosa camiliana constitui a “personificação do
génio português”.
Hoje, por
vezes, as próprias instituições empregadoras nacionais (incluso universidades)
dão guarida a indivíduos desacreditados sob o ponto de vista
cultural-científico excluindo aqueles
que têm a verticalidade e a coragem excepcionais para reagir contra este
“status quo” pagando com os juros
elevados de serem preteridos nas suas carreiras profissionais por “Francis, o macho que
fala”, personagem de um filme, com este nome, da minha juventude, que servia de chacota para
referenciarmos pessoas de micro cérebro e macro ego do tamanho do Universo!
5 comentários:
Palavrear é deitar a alma fora.
"Micro cérebro": Gostaria que me explicasse a intenção da sua frase! Antecipadamente grato.
O resumo é mais grandioso do que a análise.
Charadas nesta altura, não, obrigado!
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